sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

TODOS CONTRA A PEDOFILIA


Por: Pr. Gilson Bifano


Há algum tempo li na revista Veja que o presidente Lula ao ver as fotos e filmes de pedófilos abusando de crianças ficou tão indignado que esmurrou a parede. Essas imagens foram mostradas pelo senador Magno Malta (PR-ES), relator da CPI da Pedofilia.

Recentemente participei de um debate na Rádio El-Shaddai, no Rio de Janeiro, onde também o senador Magno Malta fazia parte da mesa debatedora. Por onde anda, o senador tem à mão o seu notebook e nele estão arquivadas as fotos e filmes. Fotos e filmes que foram extraídos de site de pedofilia na rede mundial de computadores. Magno Malta não hesita em mostrar as imagens. O que vi é de estarrecer e causar uma profunda indignação.
Uma coisa é ler e saber que crianças são usadas e abusadas sexualmente. Outra é ver, com os próprios olhos o horror das cenas e atrocidades que as crianças, de meses às vezes, são submetidas. Existem dezenas de fotos e filmes, mas confesso que só tive condições de ver dois ou três deles. Não há quem não chore e se sensibilize com as cenas.

O objetivo do senador Malta é justamente esse: sensibilizar e conclamar a sociedade a enfrentar com coragem essa chaga que existe em nosso país e no mundo.

O primeiro sentimento que domina nosso coração é a indignação, a raiva e a ira santa. Um dia se alguém, ao ver aquelas cenas, não se indignar ou se irar, algo de errado está havendo. Creio que essa é a idéia da ira santa. O mesmo tipo de ira descrita por Paulo (Rm 1.18).

Mas se ficarmos somente indignados não adiantará muita coisa. É preciso agir. Na palavra “indignação” também está contida a palavra “ação”. Como podemos agir na campanha “Todos contra a pedofilia”?

Sugiro algumas ações:

Se informe

Procure ler artigos, conheça dados estatísticos, mantenha-se informado. Esse é um mal que, infelizmente, temos que nos informa e estar ciente que existe, que é real. Acesse o site www.safernet.org.br e saiba mais sobre o tema. O site do senador também contém ótimas informações www.magnomalta.com.br

Pregue, fale, escreva

Se você é pastor, pregue sobre o tema “imoralidade sexual”. Esse é um lado escuro da vida em família. O apóstolo Paulo exortou os crentes da sua época a não se envolverem com a imoralidade sexual. Pregue sobre a ira de Deus em relação a esse e a outros pecados sexuais.

Dê apoio

Com certeza, a partir da pregação e ensino, pessoas se sentirão encorajadas a se abrirem e compartilharem suas dores. Esteja pronto para ser usado por Deus para ajudar crianças, adolescentes, mulheres que enfrentam essas realidades.

Coopere com o Poder Público

Coloque-se a disposição das autoridades, do Ministério Público, do Conselho Tutelar de sua cidade. Como igreja precisamos nos engajar nessas ações.

Denuncie

O pedófilo precisa sentir-se ameaçado. O abusador precisa saber que leis existem e que serão condenados. A Polícia Federal criou o Disque 100 para denúncias da pornografia infantil na internet.

Ajude as famílias

Capacite pais e mães sobre a prevenção ao abuso sexual e da pornografia infantil. Pais e mães precisam ser ensinados como conversarem com seus filhos sobre o tema, como acompanhar seus filhos nos acessos a site que podem levar a exploração sexual, como conhecer os sinais de que uma criança está sendo abusada.

Esse é um dos campos do ministério com famílias. É para esse tempo que Deus quer levantar pastores e igrejas que ministrem às famílias com relevância, tenacidade e biblicidade.

EXTRAÍDO DE: www.clickfamilia.org.br

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A importância de ser cheio do Espírito Santo



Podemos escolher diversas maneiras para seguir a nossa vida, mas a melhor delas é viver de forma abundante com o poder de Deus. E o segredo para alcançar esta bênção está na admoestação do apóstolo Paulo, feita em Efésios 5.18: E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito (Ef 5.18).
Após Jesus entregar Sua vida na cruz do Calvário para a redenção da humanidade, Ele ressuscitou e apareceu para os discípulos, comissinou-os a pregar as boas-novas de salvação e enviou o Espírito Santo, o Consolador, para que não ficassem órfãos nem desamparados após Ele ter voltado para junto do Pai.
Contudo, muitos cristãos não aproveitam está bênção para trilhar um caminho reto e triunfante na presença do Senhor. Preferem agir sob os próprios impulsos e esforços, achando que ser cheio do Espírito Santo é apenas confessar o nome de Jesus como único e suficiente Salvador.
É preciso muito mais que isso para ser cheio da presença do Espírito de Deus. Não basta falar em línguas estranhas ou freqüentar os cultos semanalmente. O Senhor espera mais de cada um de nós para revestir-nos com seu poder. Ele deseja que nos tornemos semelhantes a Cristo em nossa maneira de pensar, sentir, falar e agir .
Isto é um processo contínuo, um exercício diário, que visa à santificação e ao crescimento espiritual. Todos os dias somos chamados a despir-nos dos velhos hábitos e assumir a posição de novas criaturas, de filhos de Deus, tendo Jesus como referencial. Só que não podemos fazer isso pelo nosso próprio conhecimento ou poder. Dependemos do agir do Espírito Santo para alcançar este propósito, porque só aqueles que querem ter uma vida sob o controle de Deus é que alcançam as promessas do Senhor em sua totalidade. É hora de ser cheio do Espírito Santo.
Deus, em cumprimento à Sua promessa em Joel 2.28,29 e em Ezequiel 36.26,27, enviou Seu Espírito para habitar em cada pessoa que aceitou Cristo como seu Salvador e Senhor (ver Atos 1.8; 2.1-11). É pela ação do Espírito Santo que o homem é convencido de pecado, de justiça e de juízo, arrepende-se e é santificado, produzindo o fruto do Espírito —que é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio (Gálatas 5.22,23 ARA) e recebendo dons espirituais e ministeriais, para o crescimento e a edificação dos membros do Corpo de Cristo.
O Espírito Santo é o agente responsável pelo novo nascimento, o nascimento espiritual, a regeneração do ser humano, a transformação deste em nova criatura feita à imagem e semelhança de Cristo, para tornar-se, como Ele, um filho de Deus (ver João 3.5; Tito 3.5). Em outras palavras, é o Espírito Santo quem inspira, aconselha, dirige e consola o cristão. É Ele quem deve operar em nós tanto o querer como o efetuar segundo a boa vontade de Deus (Filipenses 2.13).
Foi pela ação e inspiração do Espírito Santo que os profetas veterotestamentários falaram e agiram, revelando aos homens a mensagem e a vontade de Deus, bem como é pela orientação do Espírito que a Igreja de Jesus age e anuncia o Evangelho.
O Espírito de Deus agia na vida dos crentes do Antigo Testamento e também age na vida dos cristãos nos dias de hoje. Mas de uma maneira mais plena, pois não está mais restrito apenas àqueles que presidem sobre outros, mas a todos que fazem parte do Corpo de Cristo.
Entretanto, existe uma diferença entre ser habitação do Espírito e ser cheio do Espírito. Depois da conversão, o coração passa a ser templo do Espírito. Só que este deve ser o Senhor de tudo, com plena liberdade para operar em nós para a glória de Deus. Ele deseja que vivamos de forma transbordante com a presença do Espírito Santo. Só assim conseguiremos testemunhar com autoridade as boas novas à humanidade e sermos vitoriosos sobre o pecado, o mundo e o diabo.
O Espírito Santo é o nosso combustível, o nosso guia, o nosso intercessor! Podemos ser prósperos financeiramente e ter todos os bens materiais desejáveis, mas se não nos enchermos da presença do Espírito de Deus seremos como um carro sem gasolina. Não funcionaremos e não cumpriremos os propósitos para os quais fomos chamados.
Além disso, devemos ser cheios do Espírito Santo: 1) porque um lugar vazio pode ser mal ocupado, trazendo morte e destruição; 2) porque precisamos de amadurecimento espiritual para atingir a estatura de Cristo; 3) porque só uma pessoa cheia do Espírito Santo é mais do que vencedora e estará apta a encontrar-se com Cristo, quando Ele vier buscar a Sua Igreja.
Em suma, encher-se do Espírito é o segredo da vitória em todos os aspectos da nossa vida. O Senhor deseja que Seus filhos sejam cheios do Espírito Santo agora mesmo. Se não estivermos preparados e revestidos de Seu poder, dificilmente desfrutaremos as bênçãos divinas na terra e, muito menos, no céu, ao lado do Pai por toda a eternidade.
Para alcançar este propósito, a primeira coisa a fazer é ter o desejo de ser cheio do Espírito Santo (Mateus 5.6); é querer ardentemente ter comunhão com Ele, ansiar em ser controlado e fortalecido por Deus. Você quer ser cheio do Espírito Santo? Então busque isso.

(Mensagem extraída do livro A importância de ser cheio do Espírito Santo, do Pr. Silas Malafaia, publicado pela Editora Central Gospel)




EXTRAÍDO DE: www.ministeriosilasmalafaia.com.br

SWOT missionário de Jesus (3 de 3)

Esta é a parte 3 do artigo,
Leia a Parte1 ou Parte 2

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Escrito por Valmir Vieira
24-Jan-2009

Forças, fraquezas, ameaças e oportunidades à obra missionário-evangelística em Lucas 10.1-12

AMEAÇAS

1- Falta de oração. “Rogai, pois ao Senhor da Seara...” (v. 2). Essa é a principal ameaça à obra missionária: os cristãos deixarem de orar por ela e de pedir que Deus envie trabalhadores para ela. Na parceria Jesus/Igreja ficou estabelecido que Deus só agiria em resposta de oração. Com isso, se quisermos imobilizar Deus ou desmobilizar a obra missionária é só pararmos de orar. Ele não vai vocacionar nem enviar mais ninguém. Se fizermos a nossa parte, orando, Deus vai poder fazer a parte dEle, que é levantar vocações e despertar a igreja para contribuir. O Espírito Santo não vai encher o coração da igreja de compaixão pelas vidas sem salvação. Daí a insistência de Jesus para que roguemos a Deus por obreiros. Ao orarmos é possível que descubramos ou nossa chamada pessoal ou o nosso coração se despertará para o valor de Missões. Que responsabilidade! É incrível saber que a maior ameaça à obra missionária não é a falta de recursos, nem tanto a falta de obreiros, mas a falta de oração. Havendo oração fervorosa tudo será providenciado para que Missões aconteça e floresça.


2- Intimidação e hostilidade. “Ide, eis que eu vos mando como cordeiros no meio de lobos” (v. 3). Nenhum dos seus discípulos devia desconhecer que teria que enfrentar oposição. Não poderiam ir como inocentes e despreparadas ovelhas, porque encarariam lobos devoradores. Nunca, em todo tempo, a obra missionária (como todo o Reino de Deus) deixou de sofrer oposição do inimigo – do grande lobo e dos seus lobinhos. Jesus sabe que muitos cristãos agem com ingenuidade e, às vezes, amadoristicamente, num contexto de alta competitividade e pressão. Jesus lamentou ao dizer que os filhos das trevas são mais prudentes (astutos) que os filhos da luz. Não precisamos nem devemos usar os métodos e a ética de lobo para fazermos a obra de Deus, mas podemos e devemos ser ovelhas sábias, prudentes e criativas quando formos lidar com os lobos deste mundo. Além disso, a nossa confiança sempre deve estar no Pastor, que não nos permitirá “temer mal algum” (Sl 23.2). A obra de missões enfrenta hostilidade e tentativas de intimidação, mas, como a história tem mostrado, ela tem sido vencedora.


3- Demandas sociais. “E a ninguém saudeis pelo caminho” (v. 4). Parece estranha essa recomendação. Agir dessa maneira é quase uma indelicadeza, um descaso a etiqueta social. Mas Jesus sabia o que estava falando. Ele conhecia bem a sua cultura. As saudações judaicas ou orientais eram longas, demoradas e podiam tentar a pessoa a se desviar do seu propósito. Ainda que o missionário deva conhecer e estar inserido (encarnado) na cultura alvo, não quer dizer que ele tenha que adotar todas as suas práticas, principalmente se elas o desviarem de seus projetos. Devemos sempre ter cuidado com o “politicamente correto”. É um princípio intimidador. Os missionários e ministros de Deus sofrem pressão pelo conforto, pela comodidade, pela demanda de status social, de formação acadêmica e dos amigos. Dos amigos, tentando que ele se envolva em atividades sociais, políticas, recreativas e esportivas que podem tirar-lhe tempo, energia e recursos que deveriam ser aplicados na obra principal para a qual fora chamado. Não que essas coisas não sejam importantes, mas elas devem ser tidas como secundárias. Os chamados de Deus não podem perder o foco nem se desviar do alvo.


4. Preconceito. “Em qualquer cidade em que entrardes comei do que vos puserem diante” (v. 8). Os enviados por Jesus teriam que vencer suas barreiras culturais e estarem dispostos a se alimentarem do que lhes fosse oferecido. Não deveriam fazer acepção alimentar ou exigir cardápio especial. Deveriam ficar livres de preconceitos, podiam ficar livres das restrições alimentares da rigorosa lei judaica. Mas a questão é muito maior do que alimento. É o problema do etnocentrismo, que é ver a nossa cultura e os nossos costumes como os únicos aceitáveis e corretos e tentar impô-los aos outros. Um missionário não pode ser preconceituoso, racista e arrogante no trato com as coisas de outra cultura e outras sociedades. Esse comportamento fecha as portas. Para compreender uma cultura o missionário deve mergulhar nela, “vestir sua camisa” e assumi-la. Mas com cuidado, pois, em toda cultura, inclusive na nossa, há elementos malignos e danosos. O sábio missionário saberá, com a ajuda do Espírito Santo, distinguir tudo o que é bom e o que é ruim, o de origem maligna ou benigna, e, com prudência e respeito, evitar.


5- Falta de contentamento. “Ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem...” (v. 7) “Não andeis de casa em casa” (v. 8). Jesus sabia que os filhos da paz hospedariam os seus ministros. A casa que os acolheria poderia ser simples ou não, ter fartura de comida ou não, ter boa cama ou não. A recomendação é para que tivessem uma única casa como base para hospedar-se. Desejar ficar mudando é falta de contentamento e um sinal de indelicadeza para a casa que, mesmo humilde, o acolhe com o seu melhor. Ir para o campo missionário ou exercer um ministério pastoral com um sentimento de descontentamento, olhando o ministério “glorioso” de outros não traz proveito para a obra. No entanto, é da responsabilidade da igreja verificar as necessidades dos obreiros e buscar supri-las ao máximo, dentro de suas possibilidades. Cabe ao obreiro, à semelhança de Paulo, desenvolver em seu coração o espírito de contentamento (Fp 4.13).


6- Rejeição. “Mas em qualquer cidade em que entrardes e não vos receberdes...”. (v. 10) Jesus sabia que alguns não os receberiam e repudiariam a mensagem deles. Alguns os desprezariam e até escarneceriam deles. A recomendação é: não se importem com isto. Não deixem que isto afete a sua auto-estima. Eles sofrerão as conseqüências da rejeição da palavra de salvação. Infelizmente, é a maioria do caminho largo e da porta espaçosa que rejeita. Mas sempre haverá os que entrarão pela porta estreita, ainda que em número menor. É assim mesmo. Das sementes lançadas em quatro solos diferentes, apenas em um solo frutificou (1/4). Alguns, além de rejeitar, ainda se tornam inimigos. A maioria rejeita pela indiferença. Outros desejam aceitar, mas não estão dispostos a assumir o “jugo”, mesmo que ele seja leve e suave, se comparado ao de Satanás e o do mundo. A mensagem do Reino exige mudanças em suas vidas, que nem sempre estão dispostos a fazer. Até entre os ditos alcançados muito de seu compromisso cristão é questionável.

CONCLUSÃO

Não é sem razão que livros têm sido escritos ressaltando a inteligência administrativa e de liderança de Jesus, como Jesus coach, de Laurie Beth Jones (MC), Jesus, o maior executivo que já existiu, de Charles C. Manz (Elsevier), Jesus, o maior líder que já existiu, também de Laurie Beth.Jones (Sextante), Os métodos de administração de Jesus, de Bob Briner (MC) entre outros. Jesus sabe muito bem descrever o ambiente de seu trabalho e têm uma visão estratégica extraordinária. Ele ainda conhece muito bem o coração dos homens.

A obra evangelístico-missionária, como vimos, sofre ameaças e, por ser exercida por seres humanos, tem seus pontos de fraqueza. Mas Jesus deixa claro que as fraquezas e as ameaças não sobrepujarão as forças e as oportunidades que Deus nos vai dar para fazermos o trabalho da melhor maneira possível. Ele nos ajudará no despertamento, no preparo, no levantamento dos recursos, na logística e na comunicação de Sua mensagem preciosa. Semearemos e Ele dará o crescimento. Oraremos e Ele moverá os corações. Obedeceremos e Ele nos dará a vitória.

WALMIR VIEIRA

CLIC (Centro de Liderança Cristã Criativa), pastor interino da IB Cidade Jardim, Belo Horizonte (MG)

clicwv@hotmail.com


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatsita.com.br

SWOT missionário de Jesus (2 de 3)

Esta é a parte 2,
Leia a Parte 1.

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Escrito por WALMIR VIEIRA
21-Jan-2009

Forças, fraquezas, ameaças e oportunidades à obra missionário-evangelística em Lucas 10.1-12

OPORTUNIDADES

1- A dimensão da obra. “A seara é grande...” (v. 2). Os campos estão brancos para a ceifa (Mt 4.38). Como mencionado anteriormente, há bilhões que ainda precisam ser reconciliados com Deus. Há milhões de pessoas prontas para receberem a Palavra. Deus, de antemão, já as predispôs (não predestinou) para a salvação. “Como ouvirão se não há quem pregue? Como pregarão se não forem enviados?” No Brasil e no mundo há muita gente ainda que, sem saber, está aguardando a manifestação dos filhos de Deus. Se elas ouvirem crerão. Ao redor de nossas igrejas há milhares de pessoas sofridas, angustiadas, escravizadas e com a alma e o coração dilacerados, prontas para receberem a boa mensagem da graça e da misericórdia divina. Os males deste tempo tendem a tornar os corações terras férteis para receber a Cristo.

2- Os preparadores do caminho. “Mandou-os adiante de sua face. (...) a todas as cidades e lugares aonde havia de ir” (v. 3). Nós não somos o caminho. Nós não fazemos a obra para nós. Somos os que preparam a terra, os que ajeitam a infraestrutura, somos os que fazem o trabalho de base. Somos os canais da bênção. Não somos a bênção. Mas a bênção não chega sem nós. É assim que a parceria Jesus/Igreja foi estabelecida. Se a igreja falhar na sua parte logístico-missionária impedirá Deus de agir. Missões é ir, é pregar, é estabelecer contatos, é abrir caminho, é adubar e semear a terra. A mensagem, o poder, a obra de convencimento, a transformação dos corações, os resultados numéricos são tarefas divinas. Cabe a nós facilitar e preparar a visitação do Senhor.

3- Os portadores da paz. “...Em qualquer casa onde entrardes, dizei primeiro: Paz seja nesta casa” (v. 5). Para um mundo conturbado e repleto de corações aflitos, somos convocados a sermos semeadores da paz. Se temos a “Shalon Adonai”, podemos compartilhá-la. O maravilhoso é que quanto mais a paz de Deus distribuímos, mais paz temos para dar. Ela se multiplica na medida em que é dividida, assim como, infelizmente, é diminuída na medida em que é retida. Nunca as pessoas precisaram tanto da paz como agora. Como nos foi dada essa paz especial, está sobre nós a maior de todas as oportunidades. Com a morte de Cristo, o poder da paz se ampliou e ganhou uma preciosa companheira. À paz “shalon” do AT (tranquilidade, descanso, saúde) agregou-se a paz “eirene” do NT, que mantém o coração esperançoso, inabalável e alegre mesmo em meio às circunstâncias difíceis da vida. Esta “paz que excede a todo entendimento” (incompreensível sob o ponto de vista racional) recebeu o reforço da “karis” (graça) e juntas fazem dos filhos de Deus gente muito abençoada e abençoadora. Somos, portanto, portadores da nova e maravilhosa dupla divina: graça e paz. Que oportunidade se nos é dada!

4- Os filhos da paz. “Se ali houver algum filho da paz, repouse sobre ele a sua paz” (v. 6). Nunca a Palavra de Deus volta vazia. Sempre há, em todo lugar, em lugarejos ou grandes centros, alguém com um coração receptivo a ela. Nós não sabemos onde eles estão nem quantos são, mas eles estão lá esperando pelos propagadores da paz. Há muitos corações prontos para receber a fé em Jesus. Mas eles precisam ouvir – “a fé vem pelo ouvir”. “Mas como ouvirão se não há quem pregue?” O livro O Fator Melquisedeque, de Dom Richardson (Vida Nova), diz que Deus marcou um traço em todas as culturas para facilitar a compreensão do Evangelho. Colocou uma janela em todas as sociedades para ser aberta pela mensagem do reino de Deus. A tarefa missionária é, em primeiro lugar, buscar esta ponte de ligação da cultura a ser alcançada com o evangelho, como Paulo fez em Atenas com respeito ao “deus desconhecido”. Como descobrir essa janela e abri-la se não formos e não conhecermos as culturas das nações e dos povoados que queremos alcançar? Filhos da paz e traços culturais de paz nos aguardam em todos os lugares. Mesmo que, incentiva Jesus, por uma hipótese muito remota, não haja um filho da paz, “retornará a paz sobre vós” (v. 8). Seremos sempre abençoados, de qualquer maneira.

5- O poder do reino. “...Curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: É chegado o reino de Deus”. Ninguém pode negar que há um poder disponível aos servos de Deus para ser usado na obra de revelação da grandeza e beleza do Reino. Deus sabe que as pessoas querem ver resultados concretos, evidências palpáveis de que o que se está anunciando em palavras se manifesta na vida prática. Todos os vocacionados de Deus têm seus dons espirituais (carismas) dados por Deus para facilitar e tornar o trabalho missionário-evangelístico ainda mais fácil. Pode ser o de curar o corpo, as emoções, a família, a autoestima em nome de Jesus. Pode ser o de realizar o milagre de sarar dos vícios, das amarguras, das opressões pelo poder do Evangelho. Enfim, junto com todos os ministros do Reino vai, também, o poder do Reino. Esse poder não é para ser usado para glória pessoal, mas com espírito de humildade e misericórdia. O poder não é dos súditos do Reino, mas do Senhor do Reino. Somos apenas canais desse poder. E os canais precisam estar limpos e desobstruídos. Os que não aproveitam o poder do Reino perdem a oportunidade de serem canais de grandes bênçãos.

6- A mensagem do reino. “Sabei, contudo, isto, que o Reino de Deus é chegado a vós” (v. 11). No projeto de Jesus a mensagem do Reino tem lugar central. As curas físicas e outros milagres não-espirituais são apenas sinais ou manifestações do Reino. A mensagem eterna e salvadora do Evangelho é a que tem a maior importância. Essa mensagem e os efeitos dela têm prazo de validade determinado, que só Deus conhece, quanto à oportunidade para a aceitação. Não há em lugar nenhum, em igual semelhança, um maior poder que a mensagem do Reino. E somos portadores dela. O Reino chegou, ainda que não completamente, mas chegou para ficar, se expandir e tornar-se absoluto. Esse Reino é invisível, eterno, infalível, vitorioso e gracioso. Está sob o comando da triunidade divina. Não tem como falhar. É muito bom fazer parte desse time de vencedores e ser servo, divulgador e beneficiário desse Reino de glória. Só os loucos e os suicidas espirituais rejeitam a maravilhosa e verdadeira mensagem do Reino.

WALMIR VIEIRA - CLIC (Centro de Liderança Cristã Criativa), pastor interino da IB Cidade Jardim, Belo Horizonte (MG) - clicwv@hotmail.com


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br



CONTINUAÇÃO: Parte 3

SWOT missionário de Jesus (1 de 3)



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Escrito por WALMIR VIEIRA
15-Jan-2009

Forças, fraquezas, ameaças e oportunidades à obra missionário-evangelística em Lucas 10.1-12

SWOT é uma expressão criada com as primeiras letras das palavras em inglês: Strengths (Força), Weaknesses (Fraqueza), Opportunities (Oportunidade) e Theats (Ameaça). Em português, ficou conhecido também como FOFA (Força, Oportunidade, Fraqueza e Ameaça). É uma das partes mais importantes do planejamento estratégico. No planejamento são definidos também a missão, a visão, os valores, as metas e as estratégias para alcançar os objetivos de uma organização. Estas partes Jesus também definiu claramente, mas vamos ver nesta reflexão apenas SWOT.

SWOT é a descrição, de forma mais completa e realística possível, do cenário ou do ambiente externo e interno da atuação de uma instituição. Procura antever as eventuais dificuldades que ela enfrentará e apontar todo o potencial de que ela dispõe ou terá que desenvolver para atingir seus alvos. Procura sinalizar e até antever as possíveis tendências e mudanças do campo de atuação da organização e, também, mostrar as barreiras que precisarão ser transpostas para que ela alcance sucesso. Depois de conhecido o ambiente estabelece-se então as metas e as estratégias a serem usadas para se alcançar cada uma das metas.

No texto de Lucas 10.1-12, mesmo de forma não tão sistematizada, Jesus elabora o SWOT da obra missionária e aponta algumas estratégias. Ao enviar os 70 (ou 72) discípulos para as cidades por onde passaria para preparar-lhe o caminho, já nesta ação mostra inteligência estratégica. Ele, como bom líder, vai prevenir seus missionários quanto às fraquezas que podem demonstrar e as ameaças que podem enfrentar. Vai, também, incentivá-los mostrando a força que possuem e as oportunidades que estão abertas para a missão.

Ao tempo que no texto já descortina o cenário para seus discípulos, cenário este já conhecido por Jesus, Ele também já define as estratégias a serem adotadas para que a empreitada seja bem-sucedida.

A escolha dos 70 (ou 72) que foram enviados teve como inspiração a importância desse número para a cultura judaica: composição do Sinédrio, representantes das 12 tribos de Israel (6 x 12), os auxiliares de Moisés (Nm 11.16-17), o número das nações gentílicas (Gn 10) e a tradução da chamada Septuaginta.

Vejamos, portanto, como Jesus descreveu as forças, fraquezas, ameaças e oportunidades da obra de evangelização e missões e estabeleceu algumas estratégias.

FORÇA

1. Oração. “Rogai, pois, ao Senhor da Seara que mande obreiros para a sua seara...” (v. 2). O principal recurso que a obra de evangelização tem é a oração. Ela é a mola propulsora de missões. É através dela que as vidas são despertadas, ou para irem, para contribuírem, ou serem missionários locais. Temos este poderoso instrumento para acionar os céus. A Bíblia diz que se orarmos segundo a vontade de Deus Ele nos atenderá. Missões é da vontade de Deus. Orar por missões é certeza de resposta atendida. Deus quer que oremos pela evangelização do mundo. Esta é a parte mais fácil da obra missionária e a mais poderosa.

2. Vocacionados. E “designou o Senhor ainda outros setenta e os mandou...” (v. 1) “Ide...” (v. 3). Eis aí uma grande força: é Jesus quem comissiona. É Ele quem designa. É ele que convoca e envia. Não é qualquer um: é o Filho de Deus. Alguns para uma obra específica, de tempo integral, e todos os cristãos para o testemunho evangelizador em sua cidade. Vamos, com a sua chancela e sob sua autoridade. Podemos ir sem temor e com muita segurança, pois assim como Ele envia, também acompanha, sustenta e encoraja.

3. Solidariedade. Jesus recomendou que fossem “de dois em dois” (v. 1). Pelo menos dois. Dois significa confirmação de testemunho. Dois é garantia de amparo e cuidado mútuos. “Melhor é serem dois, pois se um cair, quem o levantará?” Jesus sabia que haveria desânimo de um. Nesse momento, haveria o outro para encorajar em Seu nome. O sentimento de solidão enfraquece o missionário. O trabalho de dois (casal ou dupla feminina ou masculina) rende mais. É a lógica da sinergia: o resultado do esforço de dois juntos é maior do que a soma do resultado de dois trabalhando separadamente.

4. Senhorio de Deus. “Rogai ao Senhor da seara...” (v. 2). Deus é o dono do mundo. “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” Tudo é de Deus. Vamos trabalhar naquilo que pertence a Deus. Ele é o legítimo proprietário. Embora o usurpador tenha se apropriado do mundo mau, e enganado muitos dos seus habitantes, tudo, originalmente, é de Deus. Mais cedo ou mais tarde voltará para Ele tudo o que não estiver ou não quiser estar sob seu senhorio. Podemos entrar na seara sem temor. Temos o certificado de propriedade e a procuração divina do verdadeiro dono. Estaremos trabalhando por uma causa jurídica, econômica, moral e espiritualmente vencedora.

5. Provisão divina. Jesus envia e garante provisão. Ele tem seus meios para não permitir que seus obreiros fiquem desamparados e carentes do suprimento de suas necessidades básicas. Jesus reconhece que “digno é o obreiro de seu salário” (v. 7). Não há constrangimento em receber sustento por fazer a obra missionária ou por exercer qualquer outro ministério dentro do reino dEle. Deus sabe de nossas necessidades e prometeu supri-las (necessidades, não, vontades). Deus, através de sua igreja, levantará os recursos necessários para a manutenção dos seus trabalhadores do campo.

6. Autoridade espiritual. Os que são chamados para a obra missionária específica recebem, com o chamado, a unção ou a autoridade espiritual necessária para o exercício da função. Essa deve ser usada com temor e tremor. Não é para alimentar vaidade ou arrogância. Deve ser exercida com humildade e santidade. “Mas em qualquer cidade em que entrardes e não vos receberdes, saindo por sua rua, dizei: Até o pó da vossa cidade que se nos pegou sacudiremos sobre vós” (v. 10 e 11). “...Curai os enfermos ...” (v. 9). Os filhos de Deus, enviados por Ele, têm autoridade para fazer obras semelhantes às de Jesus e, principalmente, proclamar os juízos de Deus. São representantes de Cristo. Possuímos o poder que Deus tem, que foi dado a Cristo e que ele nos deu. Quem não recebe aos Seus enviados e a Sua mensagem, despreza o Cristo de Deus e sofrerão as conseqüências dessa rejeição. Os missionários de Cristo têm a autoridade de Cristo, para usá-la com a sabedoria de Cristo, segundo a vontade Deus.

FRAQUEZAS

1. Falta de obreiros. “Grande na verdade é a seara, mas poucos são os obreiros” (v. 2). Esta é uma eterna fraqueza da obra missionária e da evangelização. Há sempre déficit de pessoas dispostas a irem aos campos missionários ou se envolverem na evangelização diretamente. Não é porque Deus não esteja mandando. Não é porque faltem recursos. Falta despertamento de vocações. Falta gente querendo comprometer-se. A seara é enorme. Só para se ter uma idéia, estima-se que haja cerca de 40 mil obreiros de tempo integral de todas as denominações cristãs buscando alcançar quatro bilhões de pessoas em sociedades não-cristãs. São cerca de 100.000 vidas para cada um missionário. Parece uma tarefa inglória. Isso sem levar em conta as ditas sociedades cristãs.

2. Materialismo. “Não leveis bolsa” (v. 4). A falta de obreiros pode se dar em função da remuneração considerada baixa por alguns. Se se vai para o campo com a “bolsa” no coração, a obra não será realizada. Também, os que são enviados não podem ficar ansiosos quanto ao “como viveremos, com o que nos vestiremos”. Mais uma vez o Corpo de Cristo tomará para si esta responsabilidade. A igreja do Senhor sustentará os obreiros. Eles terão suas necessidades providas. Daí, a recomendação: “não leveis bolsa” (v. 4a), nem na mão, nem no coração. Os chamados por Deus devem deixar suas ansiedades com o Senhor e fazer a obra com dedicação e tranqüilidade.

3. Não-vocacionados. “... Designou o Senhor outros setenta...”. (v. 1) Apesar da falta de obreiros, há casos de obreiros que vão sem terem sido chamados. Há “missionários” que vão sem o espírito missionário. Tem gente “fazendo” a obra sem ter o comissionamento do Senhor. Quando é assim, acabam fazendo o trabalho de maneira relaxada. Em vez de ganharem vidas, perdem-nas. Seu testemunho é ineficaz e seu trabalho é infrutífero. Não foi chamado para ir. Uma pessoa no campo missionário sem ter sido chamada atrapalha e enfraquece a obra. Alguns podem usar a obra de Missões, muitas vezes, para fugir de um emprego ou ministério frustrado. O texto diz que “designou o Senhor ainda outros setenta e os mandou...”. (v. 1). “Ide” (v. 3). É Ele quem chama. Ele sabe quem tem o dom para a tarefa. Não se deve ir sem a certeza de chamada, tanto quanto não se deve ficar tendo certeza dela. Naturalmente, todos os cristãos são chamados a evangelizar e testemunhar, mas alguns recebem um chamado especial.

4. Comodidade. “Nem alforje” (sacola) (v. 4). Não se deseja que os que vão para o campo passem privações. Essa idéia de constante sofrimento e permanente perigo dos que estão em Missões é romântica e meio fantasiosa. Que eventualmente possam enfrentar dificuldades e oposição em seu trabalho ninguém duvida, como também os que são evangelistas em sua localidade podem sofrer na mesma medida, quando levam seu trabalho a sério e querem viver piedosamente. No entanto, quem vai ser missionário de tempo integral não deve esperar ter ou levar tudo que quer. Pode ser que algumas coisas mudem em sua rotina e em seu conforto. Os que se dedicam a Missões não devem levar “alforje” – suprimentos. Muita coisa na mão, na bagagem, na mudança atrapalha. Deve-se levar apenas o essencial. Essencialmente, os recursos necessários ao seu trabalho. Deixe a provisão com o Senhor. Não tenha apego às coisas materiais. Elas podem embaraçar e atrapalhar seu trabalho. Deixe que a Igreja de Jesus cuide disso. Daí a importância de nossas Juntas Missionárias, que representam as igrejas, embora a igreja local possa, também, sozinha cuidar de seu missionário que está no campo.

5. Ansiedade. “Nem alparcas” (sandálias). Isto é, pares extras de calçado. Levar mais um par de sandálias significa, neste texto, insegurança quanto ao futuro. Jesus pediu total dependência e confiança nEle. Os que se envolvem na obra devem fazê-lo de coração e sem preocupação outra que não seja semear, cuidar e colher. Isto não é um incentivo à irresponsabilidade ou a falta de prudência. Ele pedia que não se preocupassem com o amanhã, porque do amanhã Ele cuidaria para eles. Ele acionaria sua igreja para zelar por isto. Cabe a nós do Corpo de Cristo providenciar as outras sandálias (as da aposentadoria) dos nossos missionários. Cabe à igreja montar um programa de previdência para os obreiros que ao Reino se dedicam integralmente. Eles precisam trabalhar sem ansiedade para serem mais produtivos.

6. Falta de coragem e fé. Diante do não recebimento dos seus, Jesus manda dizer: “Até o pó que da vossa cidade se nos pegou, sacudiremos sobre vós. Sabei, contudo, isto, que já o Reino de Deus é chegado a vós”. Muito da fraqueza da obra missionária e evangelística se deve à falta de coragem e fé dos servos de Deus. Por diversas razões, nossa voz profética tem sido sufocada. Temos vontade de denunciar o mal, o juízo de Deus, a corrupção, as consequências do pecado, a ira de Deus, mas a teologia liberal nos inibe, nos deixamos intimidar pela cultura da sociedade da pós-modernidade, com seus valores fluidos. Calamos nossa voz até para não desagradar muitos ditos cristãos. Se não crermos no que pregamos é melhor não pregarmos. Se não temos coragem de enfrentar a rejeição é melhor declinarmos da tarefa missionária. Se não formos capazes de responder com sabedoria e firmeza “a razão da esperança que há em nós”, então a obra evangelizadora se enfraquecerá. Podem rejeitar. É esperado. Mas, que saibam as consequências disso, ainda que soframos por comunicar isto. Que não nos calemos.

WALMIR VIEIRA - CLIC (Centro de Liderança Cristã Criativa), pastor interino da IB Cidade Jardim, Belo Horizonte (MG) - clicwv@hotmail.com


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br



CONTINUAÇÃO: parte 2 e parte 3

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Medo de voar



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Escrito por CARLOS CESAR PEFF NOVAES
24-Jan-2009

É preciso que se diga logo de saída que não gosto de avião. Concordo plenamente com os argumentos que Vinícius de Moraes usava para evitar viagens aéreas: o avião é movido por motor a explosão, é mais pesado que o ar, quebra lá em cima enquanto as oficinas estão todas aqui embaixo e – last but not least – foi inventado por brasileiro.

Embora com medo, já enfrentei muitas decolagens e pousos, turbulências e vácuos, voos diurnos e noturnos com invejável resignação. Durante a viagem, fico de olho nos movimentos da tripulação e desconfio sempre da serenidade das aeromoças e comissários, principalmente quando insistem em garantir que tudo está sob controle ao tempo em que a aeronave sacoleja feito carroça em estrada esburacada.

Voei algumas vezes para Porto Alegre, Florianópolis, São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, Campo Grande, Cuiabá, Salvador, Porto Seguro, Natal, São Luis, Belém, Manaus, Buenos Aires, Miami, São Francisco, Nova York, Lisboa e Paris, que eu me lembre. Convenhamos que é até uma razoável folha corrida de voos para quem não tira o cinto, não consegue dormir, não presta atenção no filme a bordo, não come direito e evita ir ao banheiro com receio de ficar longe demais da máscara de oxigênio e do assento flutuante. Felizmente, nunca passei por situações arriscadas, como pousos forçados, descidas de emergência, derrapagem na pista, paralisação da turbina, despressurização da nave e coisas do gênero.

Por isso, fiquei comovido ao acompanhar o resgate das 155 pessoas a bordo do Airbus 320, da US Airways, que desceu sobre um rio em Manhattan, logo após decolar do aeroporto La Guardia. Parece que o grande herói do dia foi o piloto Chelsey Sullenberger – que conseguiu fazer o avião pousar, sem maiores danos, nas águas geladas do Hudson. Graças ao experiente e habilidoso piloto, tudo não passou de um grande susto.

Nos dois últimos anos, assistimos estarrecidos a gravíssimos acidentes aéreos no Brasil: o do avião da Gol, que caiu na região amazônica após chocar-se com um jato particular, e o do aparelho da TAM, que explodiu contra um prédio da própria companhia porque os pilotos não conseguiram frear na pista do aeroporto paulistano de Congonhas. Dois acidentes com centenas de mortos que, de acordo com os resultados das investigações posteriores, podiam ter sido evitados.

Dizem que o avião é o meio de transporte mais seguro que há. Talvez. Mas, por precaução, continuo preferindo pés e rodas a asas. Claro, também acontecem acidentes com pedestres e conduções. Mas, ao menos, já estão no chão.

Certa vez, no decorrer de uma viagem entre Belo Horizonte e Brasília, o político mineiro Milton Campos começou a passar mal. A aeromoça atendeu-o imediatamente, perguntando se estava sentindo falta de ar. Ao que ele respondeu: “Não, minha senhora. É falta de terra mesmo”.

É o meu caso.

CARLOS CESAR PEFF NOVAES

Pastor da IB de Barão da Taquara, Rio de Janeiro (RJ)


ARTIGO EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

Compreendendo e valorizando



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Escrito por Pedro Solomca
26-Jan-2009

Possivelmente, você tem se preocupado com tanta corrupção e injustiça que acontecem em nossos dias. Mas isso não é novo. O escritor do Salmo 73, que viveu aproximadamente mil anos antes de Cristo, expôs o seu dilema ao considerar o que acontecia em sua época: os maus prosperavam, não sofriam, eram fortes, não passavam por tribulações, eram soberbos, arrogantes, viviam em segurança e enriqueciam cada vez mais.

Diante desse quadro, ele argumentou: “Na verdade, em vão tenho purificado o meu coração e lavado as minhas mãos na inocência, pois todo o dia tenho sido afligido, castigado cada manhã” (Salmo 73.13-14). O que ele queria dizer era: “Será que foi à toa que eu me esforcei para não pecar e permanecer puro? Veja qual tem sido o resultado: sofrimento e problemas durante toda a vida”.

Quem sabe se você também já pensou da mesma maneira ao comparar sua vida, marcada de problemas e dificuldades que se sucedem uma após outra, apesar de você ter procurado viver uma vida correta diante de Deus, enquanto aqueles que não são crentes, que não temem a Deus, que são maus e corruptos, são bem sucedidos nos seus empreendimentos.

Felizmente, o escritor do salmo que estamos focalizando, compreendeu o seu dilema, declarando: “Quando me esforçava para compreender isto, achei que era tarefa difícil para mim, até que entrei no santuário de Deus; então percebi o fim deles” (Salmo 73. 16-17). Leia os versículos seguintes e veja o que é dito sobre o fim dos injustos e corruptos.

Foi lá, na casa do Senhor, ao prestar culto a Deus, que ele obteve a resposta.

Valorize a participação nos cultos que sua igreja promove. Com certeza, o Senhor ministrará ao seu coração e você verá que vale a pena estar na presença do Senhor, juntamente com seus irmãos, para adorar ao Senhor, ouvir os ensinos de Sua Palavra e manter-se puro no meio daqueles que são corruptos e injustos.

PEDRO SOLOMCA

Pastor, colaborador de OJB


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

Sétimo ano nove



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Escrito por ADRIANO PEREIRA DE OLIVEIRA
26-Jan-2009
Se eu estiver vivo amanhã, estarei entrando no meu sétimo ano nove. Mudanças radicais em minha vida sempre aconteceram no ano nove. Meu primeiro ano nove foi 1949. Comecei o ano com uma mudança radical e dolorosa em minha vida. Minha querida mãe faleceu dia 28 de dezembro de 1948. Comecei 1949 órfão de mãe, com menos de seis anos de idade.

Meu segundo ano nove foi também um ano de mudança radical. No dia 18 de julho de 1959, com 16 anos de idade, deixei Itamira, Espírito Santo, e vim para São Paulo, sozinho. Mudança radical.

O ano de 1969 foi também um ano de mudança radical. Orientado por meu pastor, Walter Wedemann, que queria que eu fosse para o Seminário do Sul, deixei o meu emprego de período integral para me adaptar à nova vida de seminarista, com um emprego de meio expediente no Colégio Batista Brasileiro (SP), enquanto estudava na FTBSP, e recebia ajuda financeira da Igreja Batista de Perdizes, em troca de alguns serviços.

O ano de 1979 me encontrou como pastor da IB de Ponta Porã (MS), e envolvido na criação da Faculdade Teológica Batista do Oeste do Brasil, da qual fui eleito primeiro diretor pela mesma assembleia que a criou. Foi um ano muito agitado.

O ano de 1989 me encontrou no pastorado da IB do Bairro do Limão, São Paulo (SP), e no curso de Pedagogia na Universidade de São Paulo (USP), mas na metade do ano deixei o pastorado e a USP para assumir a reitoria do Seminário Ana Wollerman, em Dourados (MS).

No ano de 1999, eu estava no pastorado da IB do Belém, São Paulo (SP), e lecionando no Instituto Betel de Ensino Superior. No final do ano, deixei o pastorado da Igreja. Continuei no Betel até o final de junho do ano 2000. Em agosto, assumi o pastorado em Flórida Paulista, onde estou há mais de oito anos.

Repetindo, se eu estiver vivo amanhã, e desejo muito estar, 2009 me encontrará em Flórida Paulista, cidade que amo, pela qual oro diariamente, e evangelizo seu povo a cada instante.

Louvado seja Deus por tudo! Que mudanças 2009 me trará? Que mudanças Deus terá para minha vida em 2009? Só Deus sabe.

ADRIANO PEREIRA DE OLIVEIRA

Pastor da IB de Flórida Paulista (SP)


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

Mais uma lição dos pardais



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Escrito por ISALTINO GOMES COELHO FILHO
26-Jan-2009

Os pardais de “Deus cuida dos pardais (mas eu dou comida para eles)” ainda rendem. Meu sobrinho fala dos pardais do “tio Isaltino”. Uma ex-ovelha me enviou e-mail dizendo que eles gostam de água de coco.

Só me faltava esta: dar água de coco para pardal. Outro dia Meacir empurrava o portão da garagem e um dos pardais, empoleirado no alto da grade, “presenteou-a” com a emissão devidamente processada e expelida do resíduo da comida que lhes dou (quem lê, entenda). Ela me disse: “Seus afilhados precisam aprender a usar o banheiro”.

Este artigo poderia se intitular “Os pardais – o retorno”. Porque houve mais algumas lições que tirei do trato com eles. Um deles entrou pela porta da cozinha, que estava aberta, foi para a sala e não soube voltar. A porta da sala para a rua é de vidro blindex, que permite ver de dentro para fora, mas não o oposto. Sem saber o que é um vidro (que estava limpo), o pardal tentou sair e não conseguiu. Batia na porta e voltava. Para piorar, ele via os outros pardais (uns 20) comendo, pertinho dele, e não conseguia chegar a eles. Agitava-se, aflito. Ouvindo o barulho fomos acudi-lo.

O pardal se desesperou, ao chegarmos. Meacir tentou pegá-lo, sem sucesso. Ele se escondeu atrás do sofá. Mas a porta é corrediça e se retrai exatamente para trás do sofá. Receamos machucá-lo. Após algumas tentativas, ele saiu, voou para o outro lado da rua, esperou um pouco, e voltou para comer.

Drama pardalesco narrado, as lições:

1. O lugar dos pardais é do lado de fora da casa. Na calçada, na frente, na garagem. Não dentro de casa. O pardal encrencado saiu do seu limite, indo aonde não devia. Do mesmo modo, quando não guardamos nosso espaço e vamos aonde não devemos, entramos em problemas. “Há caminhos que parecem certos, mas podem acabar levando para a morte” (Pv 14.12). O primeiro casal ultrapassou os limites e caiu. Satanás fez o mesmo e caiu. Há limites na vida que devemos guardar. As transgressões são cobradas.

2. Quem ultrapassa seu limite corre o risco de não encontrar o caminho de volta. Termina em lugar desconhecido, aprisionado. Vê os outros livres, mas não consegue ser como eles. Seus esforços acabam sendo inúteis. Muito cuidado com as caminhadas. O pródigo seguiu um caminho errado, mas pôde voltar. Judas seguiu um caminho sem retorno.

3. Quem está desorientado nem sempre consegue entender quem pode lhe ajudar, e foge dele. Meacir podia ajudar o pardal, mas ele fugiu dela. O pecador perdido foge de Cristo. O crente em pecado some da igreja, interrompe a sua comunhão com Deus. Quem poderia ajudá-lo tem dificuldade em fazê-lo. Pedro também entrou por um caminho errado, mas Jesus o recuperou. O pardal desviado me fez compreender um pouco mais o que é graça. Nossa intenção não era castigá-lo, mas ajudá-lo. A graça não castiga o transgressor. Ela é Deus vindo ao nosso encontro para nos socorrer. É a mão divina que ajuda.

4. Última lição: a graça não bane o pecador. Não identificamos o pardal que não guardou seu limite. Continuamos dando água, farelo de pão, alpiste e painço a todos. Mas Deus sabe qual de nós passou dos limites que ele estabeleceu. E mesmo assim continua a amar e a cuidar de nós.

Muito espaço para os pardais, ao invés de coisas mais sérias? Aprendi com o Salvador. Suas grandes e profundas verdades não foram expressas em conceitos complicados, com termos pomposos. Ele falava de pardais, lírios, semeador, aves do céu, nuvens, fermento, o cotidiano, enfim. Sempre lhe peço que me ensine todos os dias. Ele usou os pardais. Sou lhe grato por isto.

ISALTINO GOMES COELHO FILHO

Pastor, colaborador de OJB

isaltinogomes@hotmail.com


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

Motivação denominacional



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Escrito por HUDSON GALDINO DA SILVA
26-Jan-2009

Quais são as motivações existentes que devem nos levar a um envolvimento com a obra denominacional? Às vezes, ouvimos dizer que os tempos mudaram. Não se vê mais empolgação e gana pela denominação.

É claro que de início é preciso diferenciar vida denominacional com instituições denominacionais, não é verdade? Uma coisa independe da outra, ainda que em vários momentos elas se entrelacem. Alguns chegam a dizer que a denominação está falida. Não no sentido de falência financeira, mas no sentido de uma desintegração dos nossos valores e princípios. Na verdade, tem havido é uma decepção com as nossas instituições, modelos administrativos, etc. e jamais com a denominação em si. Então, quais seriam as nossas motivações para a obra denominacional?

CREIO NA MOTIVAÇÃO HISTÓRICA

Negar a história é renegar a própria vida, apagar o passado. É negar a intervenção divina na história. É negar o próprio presente, porque este presente vai se tornando em história a cada dia. A história na verdade é uma testemunha de força, de valores, de conduta, de exemplos (maus ou bons). Crer na história é lembrar que o edifício construído possui alicerces, fundamentos que foram postos. Sinto-me motivado para a denominação pelo fator histórico. Alguns hoje estão sofrendo de amnésia de nossa história. Querem criar um abismo entre o início da obra e o presente. O nosso Deus ensina a importância de reconstruir, enfatizar, memorizar e celebrar os seus feitos na história, no grande exemplo da Páscoa. A história da redenção de Israel deveria ser contada a todas as gerações. O marco das pedras no Jordão deveria ser para perpetuar a ação de Deus na vida do seu povo. E nós, o que temos feito com nossa história? Uma boa prática, creio, seria sempre em nossas reuniões, encontros, cultos e assembleias, aplicarmos alguns minutos para lembrarmos a ação de Deus em nós ao longo dos anos. Ouvi alguém dizer, certa vez, não me lembro quem e quando, mas dizia que deveríamos sempre, de quando em quando, ler a história de nossa família, história de nossa igreja, história de nossa denominação, história do cristianismo. Isto nos ajuda a criar um senso crítico, mas não de injustiça. Ajuda-nos a entender como as coisas iniciaram e como proceder no presente.

CREIO NA MOTIVAÇÃO TEOLÓGICA

A teologia é a base de nossa fé, de nossa crença. Estar identificado com a questão doutrinária e teológica é vivenciar de forma coerente entre forma de crer e essência do se crer (não confundir doutrina com costumes e práticas). Vivemos tempos em que muitos têm relegado a doutrina em nome da proeminência do amor. Abrem mão das convicções em prol do amor. Como se quem crê muito amasse pouco. Amar, no meu conceito, é muito mais do que romantismo, é compromisso através do elo teológico. Sinto-me motivado pelo fato de poder estar identificado com os ensinos de Jesus, muito bem entendido e proclamado por nós. Doutrina e ensino não se separam, como pensam alguns. Precisamos assumir um compromisso sério com as nossas doutrinas, que representam os ensinos de Jesus. Paulo disse que nos últimos dias viriam tempos trabalhosos, e que viriam tempos quando muitos não suportariam a sã doutrina. Paulo recomenda quanto aos falsos profetas e diz: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores”. Amados: os tempos trabalhosos chegaram. Entre nós já estão os falsos profetas, vestidos de ovelhas. Isto é constatado pelo que temos visto e ouvido. Precisamos estar advertidos contra os que ensinam doutrinas baseadas em fábulas ou questões que não se fundamentam na fé. Ser fiel não é simplesmente crer. Satanás crê e estremece, mas não obedece. Ser fiel é fazer da fé a defesa da sã doutrina. Ser fiel é viver e defender a sã doutrina. A Igreja de Cristo não se caracteriza pela beleza de sua liturgia, ou pela intensidade de suas emoções, nem pelo modelo eclesiástico que venha a adotar, mas por sua inconfundível firmeza doutrinária, na defesa da fé. O desprezo à doutrina tem resultado em erros e blasfêmias contra Deus. Sinto-me motivado pelo fator teológico que nos identifica.

CREIO NA MOTIVAÇÃO PSICOLÓGICA

A maioria de nós prefere escapar das realidades dolorosas da vida. Esta tendência de fugir da dor, seja física ou mental, é até normal. Ninguém gosta de coisas desagradáveis, não é verdade? Escapar é, pois, a tentação comum de todos nós, um desejo de bater em retirada, de escapar das nossas responsabilidades e assim afastar-nos das frustrações, que qualquer envolvimento pode causar. Muitos, na verdade, encontraram a infelicidade porque decidiram e disseram: não posso suportar. A motivação psicológica é, portanto, uma atitude mental, amadurecida, de em vez de nos refugiarmos nas frustrações, decepções e enganos, avançarmos de forma positiva para maiores conquistas. A motivação psicológica nos ajuda a encarar a realidade como ela realmente é, sem fantasias, sem o colorido que muitas vezes quer se dar. A pessoa normal aceita (não no sentido de se acomodar, mas no sentido de ver a realidade) todos os desconfortos denominacionais, para que encontre forças e reaja de forma encorajada. É preciso fazer de nossa vida denominacional uma forma brilhante de pensarmos. Encarar a realidade não é guardar rancor e ódio pelas pessoas e pelas decisões que tomamos. A felicidade denominacional, na verdade, depende muito mais da maneira de pensarmos. É preciso que haja uma maneira de pensar que torne a vida agradável, as reuniões agradáveis, as decisões agradáveis, as Assembléias agradáveis, em vez de penosa. Se desenvolvermos fortes laços com a nossa história e nossa crença, com certeza nossa bem-aventurança denominacional estará assegurada. A motivação psicológica passa pela construção de uma imunidade íntima contra os efeitos de todas as coisas e de todos que querem destruir o edifício construído. Alguns de forma arrogante no falar. Outros com métodos, talvez legais, mas não éticos. Outros agindo de forma inconveniente, buscando preeminência.

Nada pode ser feito bem, prazerosamente, se não houver motivação. Não ter motivação é como estar morto para as tarefas, para a fala, para os empreendimentos, para o viver. A vida denominacional requer motivação também, é óbvio. A motivação refrigera a alma, traz saúde física e emocional. Revigora todo potencial de fé e otimismo. A motivação traz leveza e saúde para os relacionamentos. A motivação ajuda a discordar, sem contrariar. A discordar sem ofender. A discordar, sem melindrar. A discordar sem maltratar. A discordar com intuito de crescer e ver a obra crescendo.

Sente-se desanimado? Desmotivado? Em fuga? Entre outras motivações, pense, reflita e deixe que a motivação histórica, teológica e psicológica o ajude a caminhar como participante da denominação.

HUDSON GALDINO DA SILVA

Psicanalista, pastor da 2ª IB em Cabo Frio (RJ)

pastorhudson@uol.com.br


ESTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

O novo presidente dos Estados Unidos



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Escrito por DAVI NOGUEIRA
26-Jan-2009

A nação mais poderosa do mundo elegeu em novembro seu novo presidente. Tem nome diferente, uma boa representação, assertivo nas palavras, sonhador, competente e pacificador, assim podemos resumir Barack Obama.

Obama é de origem simples e no prelúdio de sua vida enfrentou dificuldades, mas os seus sonhos o motivaram na conquista de todas as suas vitórias.

Ele deu cada passo de uma vez: graduou-se em Direito, posteriormente, fez Ciências Políticas, foi líder comunitário, advogado, até que tornou-se senador. Depois de um mandato, reelegeu-se. Também foi professor universitário. Disputou as prévias com Hillary Clinton pelo Partido Democrata e foi selecionado como candidato à presidência dos Estados Unidos. Disputou a eleição e venceu seu rival, o republicano John McCain.

Aprendemos com Barack Obama que precisamos dar cada passo de uma vez. Temos que plantar, cultivar, esperar e então colher. Também aprendemos com o seu exemplo que mesmo tendo uma origem simples, podemos chegar lá.

Esforce-se, empenhe-se, dê o seu melhor, explore todo o seu potencial, vença a preguiça, supere o desânimo e nunca deixe de sonhar! Você pode não ser presidente dos Estados Unidos, mas se fizer tudo isso, certamente, será mais do que um vencedor!

DAVI NOGUEIRA

Pastor da PIB em Vila Bethânia, Viana (ES)


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

Deixados para trás



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Escrito por OSWALDO LUIZ GOMES JACOB
26-Jan-2009

Começarei esta reflexão fazendo uma afirmação: “Nós somos (como denominação) o único exército que deixa os nossos feridos para trás”. Desejo esclarecer que esta afirmação não é minha. Certamente, quem a elaborou foi uma pessoa sábia que, provavelmente, experimentou a dor do ostracismo e, com certeza, esta dor é experimentada pelos que caem, pelos que erram e pelos chatos de galocha.

Antes que você possa me julgar, desejo esclarecer que não estou magoado e nem decepcionado, mas preocupado com a frieza, o egoísmo e falta de paciência de muitos líderes com os seus liderados que sofrem com as deficiências mais diversas. Alguém disse que a “Igreja não é um museu para santos, mas um hospital para pecadores”. É prudente colocar o desafio de tratarmos uns aos outros com o amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5.5). Convém refletirmos sobre a nossa caminhada debaixo da graça de Deus. Na verdade, não temos sido graciosos uns com os outros. Carecemos de paciência com as pessoas que desejam repartir as suas mazelas, as suas mágoas. Não temos “tempo”. Estamos muito ocupados para “perdermos tempo”. Na verdade, muitos de nós temos tido uma postura espartana, ou seja, de excluir, alijar pessoas enfermas, emocional e espiritualmente, do nosso convívio. Não toleramos e não tratamos os que erram. Nós classificamos os pecados.

Como líder, sou observador. Quando participava mais das convenções observava a dispersão de determinados líderes que pareciam os políticos da Câmara dos Deputados, que enquanto um discursava havia um grupo grande de parlamentares conversando. Vivemos a dispersão nos relacionamentos. O individualismo é gritante. Os relacionamentos têm sido pautados, muitas vezes, nos interesses em cargos e não em cargas. Muitos não estão nem aí para aqueles que erraram e que necessitam de cuidado a partir do amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta (1Co 13.4-8). Agimos como se nunca fôssemos cair, levar um tombo ou errar feio. Sofremos da amnésia de que somos humanos e maltrapilhos, necessitando plenamente da graça de Deus. Como somos vulneráveis! Estamos num duro processo de cura. Num dia tão especial fomos alcançados com a mesma enfermidade: o domínio do pecado ou da natureza adâmica. Agimos como o sacerdote e o levita, personagens da parábola do samaritano. Passamos de largo quando vislumbramos o ferido, aquele que deseja falar, falar. Vivemos presos a um sistema religioso que premia os “príncipes” e pune os “plebeus”. Banquete para os “príncipes” e pão velho para os “plebeus”. Corremos o risco de tratarmos as pessoas pela via castas. Somos muito seletivos. Precisamos ter compaixão dos que sofrem a rejeição e o ostracismo. Aplicar-lhes uma dose significativa de amor traduzido em mãos que abraçam, mostram o caminho e doam.

Consideremos no nosso fraco coração a postura de Jesus em relação às pessoas. Como Ele as tratava. Ele tinha muito amor. Compaixão. Era sincero. Empático. Ensinou-nos a amar os nossos inimigos, bendizer os que nos maldizem e abençoar os que nos perseguem. Sempre ministrou que devemos ter profunda alegria nos mortos que reviveram e nos perdidos que foram achados na perspectiva da salvação. Ele nos disse claramente que os sãos, os que se acham com saúde, os superespirituais não precisam de médicos, mas, sim, os doentes, os maltrapilhos. Ele curou os cegos, aleijados, leprosos, ressuscitou mortos, convidou os cansados e oprimidos para o descanso, matou a fome dos famintos, chamou os pecadores ao arrependimento, chamou homens rudes para serem seus discípulos, comeu com os párias da sociedade palestínica – região que sofre com ódio, intolerância, egoísmo e morte. Todas a atitudes e atos do Senhor Jesus nos mostram que o amor supera tudo. Que o Deus da graça não faz acepção. O amor transforma inimigos em amigos. O amor é sensível e cuidadoso. Jesus nos ensinou a perdoar sempre. A caminharmos a segunda milha. Repartirmos o pão, o agasalho, o teto e, acima de tudo, o coração. Temos falhado ao buscarmos soluções meramente humanas para os nossos relacionamentos quando Jesus deixou um manual completo chamado evangelho.

Como igrejas e denominação batista avaliemos a nossa postura de acharmos que somos os melhores, os donos da verdade. Precisamos aprender coisas boas que outras denominações têm para nos ensinar. Sejamos instrumentos de cura. Agentes da graça que satisfaz. Cuidemos mais uns dos outros. Estejamos mais sensíveis às mazelas do outro. Exerçamos a paciência mútua. Sejamos mais tolerantes na forma. Evitemos as divisões. Aplaquemos os ânimos vivendo a vida no Espírito. Quando há muito amor as diferenças são diminutas, mas quando há pouco amor as diferenças se agigantam. O evangelho ensina que devemos nos alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram. O evangelho é a graça derramada pelo Espírito na vida da igreja e, consequentemente, na denominação. Não nos conformemos com os nossos vícios denominacionais. Quebremos paradigmas. Sejamos mais unidos de alma. Que Jesus seja sempre o nosso exemplo de alguém que, voluntariamente, deu-se a si mesmo para nos tornar um exército forte, unido e amoroso, que não permite, não admite de forma alguma deixar os seus feridos para trás. Que assim seja!

OSWALDO LUIZ GOMES JACOB

Pastor, colaborador de OJB


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

Para viver uma espiritualidade saudável



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Escrito por MARCOS AMAZONAS
22-Jan-2009

Texto bíblico: Efésios 5.1-21

A carta de Paulo aos efésios é o grande tratado teológico que o apóstolo nos deixou. Esta é considerada a Carta Magna da Igreja. Aqui encontramos um Paulo solene que traça toda a doutrina da igreja de modo claro e profundo.

O texto que temos pela frente está ligado diretamente com o capítulo 4.17-32, pois este conjunto fala como é que devemos viver uma espiritualidade saudável. Este texto nos ensina como viver uma fé sadia e um compromisso de espiritualidade com Deus.

Vivemos numa sociedade permissiva. Num mundo que está agarrado ao pecado. Um mundo que preconiza o prazer. Nossa sociedade não sabe o que é graça. Em nossos dias a maldade tem imperado.

A igreja, nós precisamos ter uma atitude diferenciada. Necessitamos marcar a diferença. O final do capítulo 4 mostra-nos qual deve ser a nossa atitude em relação aos atos maléficos que encontramos em nossa sociedade.

A igreja é diferente

Ela não age como o mundo. Ela segue o exemplo do seu Senhor.

Quais os desafios que nos são apresentados para uma espiritualidade saudável? Quais os passos que devemos dar para viver em santidade?

Vejamos o que o texto nos diz:

Devemos ser imitadores de Deus

Este é um ponto muito delicado. Como é que eu posso imitar a Deus? Paulo diz que devemos imitar o Senhor, como filhos amados. Quem não conhece a célebre frase que diz: “Tal pai, tal filho”. Um filho deseja copiar seu pai. Os filhos devem ser como seus pais. Paulo nos lembra que somos filhos de Deus (Rm 8.15-16) e nos diz que devemos mostrar em nossas vidas as características do nosso Pai.

Mas devo ser imitador do Senhor em quê?

Na sua bondade, na sua fidelidade, na sua misericórdia, na sua clemência, na sua paciência. Jesus diz que necessitamos demonstrar benevolência para com os indignos (Mt 5.44,45). Devemos agir e viver demonstrando as características do nosso Pai Celestial. Devemos ser como Eliseu, que no seu viver fez com que a sunamita reconhecesse que ele era um santo homem de Deus (1Rs 4.8-10). E o que as pessoas estão dizendo de nós?

Devemos ser imitadores de Deus. Contudo, quem é que nós estamos imitando?

Devemos andar como Cristo

Imitar a Deus em nosso ser e andar como Cristo. Andar como Cristo é andar em amor. Mas o que é o amor?

Para muitos amor é sentimento. Contudo, a Bíblia e este versículo nos deixam claro que amor é uma atitude de entrega a outrem. Sendo assim, o que Paulo nos diz aqui é que devemos estar dispostos a nos entregar aos demais.

Amar é doar-se aos outros. É sacrificar-se em prol do outro, visando ao seu melhor. É estar disposto a amar incondicionalmente. Amar “apesar de” e não “por causa de”.

Andar como Cristo é estar disposto a receber e a acolher os renegados. É estar com os indesejáveis. É ser visto com aqueles que ninguém deseja. É olhar para o próximo e vê-lo como alguém com valor e digno da graça de Deus.

Temos andado como Cristo? Temos amado como Ele nos amou?

Amar como Ele nos amou é estar disposto a conceder uma nova oportunidade. É perdoar, restaurar e confiar (Jo 21.15-18). Pedro foi perdoado, restaurado e o Senhor mostrou que confiava ainda nele. É assim que devemos amar e andar.

Devemos ter cuidado com o que falamos e com o que fazemos (v. 3-14)

A ideia aqui é de pecados sexuais. Conversas torpes. Paulo diz que devemos fugir desta realidade.

Outro dia escutei a história de um pastor que foi convidado para ir pregar em determinada igreja. Enquanto dirigia, quase bateu o seu carro. Discutiu e ofendeu o outro motorista. Ele estava falando no celular com uma pessoa da igreja, pois não encontrava o caminho. A pessoa ouviu todos aqueles palavrões. Depois de algum tempo ele chegou à igreja. Para sua surpresa, o outro homem era o pastor da igreja. Que situação!

Quanta confusão acontece em nosso meio. Quantas palavras torpes e quanta chocarrice. Coisas inconvenientes que andam em nossos arraiais.

Contudo, Paulo diz que devemos evitar estas cosias. O nosso agir e nosso falar devem edificar. Eles precisam construir e não destruir.

Devemos ser pessoas que se enchem do Senhor (v. 15-21)

Esta parte final é extraordinária. Paulo chama os crentes à reflexão. Ele pede que haja uma capacidade crítica na igreja. Creio que foi o imperador Trajano que afirmou abismado com os cristãos: “Eles pensam!” É verdade, o cristianismo é racional. É reflexivo. É analítico.

Paulo afirma que é preciso ver como estamos vivendo e depois diz que é fundamental que busquemos compreender qual seja a vontade do Senhor.

Queridos, o desafio que temos é o de não sermos pessoas que perderam a capacidade de avaliar a situação. Por isso, ele afirma que não devemos nos embriagar no vinho, mas enchermo-nos do Espírito.

Pessoas cheias do Espírito podem até não ter muitos dons (dons não representam maturidade cristã), são pessoas que no seu falar manifestam a graça de Deus.

Notem que Paulo afirma que pessoas cheias do Espírito estão adorando ao Senhor. Elas louvam e exaltam o Senhor com salmos, hinos e cânticos espirituais. Suas palavras são agradáveis. Palavras que edificam e restauram vidas.

Pessoas cheias do Espírito são agradecidas

Sabem ser gratas por tudo. Reconhecem que o Senhor está agindo em todas as circunstâncias da vida. São gratas a Deus no nome do Senhor Jesus. Somos gratos?

Pessoas cheias do Espírito são as que se submetem aos demais. Fazem-no por compreenderem à vontade do Senhor. Fazem no temor do Senhor. São pessoas que se submetem porque seguem o exemplo de Cristo que serviu a todos. E como o próprio Senhor Jesus afirmou: “Aquele que deseja ser o maior deve ser servo de todos”.

Conclusão

Que grande desafio!

Este ano, que possamos desenvolver uma espiritualidade saudável. Que nos santifiquemos e lutemos contra o padrão vigente deste mundo. Que sejamos como o nosso Pai e que andemos como o nosso Senhor. Que sejamos pessoas cheias do Espírito e no nosso viver manifestemos a graça do Senhor.

Que Deus nos abençoe!

MARCOS AMAZONAS - Pastor, colaborador de OJB


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br