quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Não tenham medo



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Escrito por FRANCISCO MANCEBO REIS
22-Jan-2009

“Tenham bom ânimo. Sou eu. Não tenham medo.” – Marcos 9.50

Repetidos prenúncios ocasionam insegurança. Não apenas na área econômica, embora a crise anunciada – com seus desdobramentos assaz incômodos – clame por medidas corretivas. Obviamente, o consumismo compulsivo manda centrar as atenções no poder de compras, ofuscando a visão de conjunto. E as demais áreas afetadas? E a vida?

Cabe não esquecer os danos impostos pela natureza. Como a vingar-se do mal que lhe temos feito, despeja sobre nós excessivas águas incontidas e granizos pesados, além das secas assoladoras, alterações climáticas agressivas e poluições venenosas. Não é de estranhar o pânico cada vez mais extenso e intenso, fazendo vítimas de todas as idades, raças, culturas, posições sócio-econômicas e confissões religiosas. Quanta desolação!

Stanley Jones, ex-missionário na sofrida Índia, viu de perto que os cristãos não eram poupados das duras provas, conforme narra em seu livro Cristo e o Sofrimento Humano, em que ele exalta o Jesus crucificado por não haver simplesmente suportado o Calvário, antes usando-o como instrumento de redenção. Desse supremo exemplo o autor deduz que o cristianismo manda transformar em céus os infernos da vida.

A falsa pregação promete “maré mansa”. Falsa porque contradiz a Bíblia e a História; falsa porque pretende multiplicar adeptos pela tática da persuasão enganosa e de objetivo (não raro) mercantilista e escondido – escondido ao menos até que observadores mais atentos e argutos arranquem-lhe essa máscara e desnudem a face oculta. Certa esposa de pastor compartilhou amarga experiência em família. O esposo ensinava que o crente não adoece. Ele próprio adoeceu e teve breve sobrevida. O triste efeito sobre a filha adolescente foi desencantar-se com a fé cristã e, por conseqüência, abandonar a igreja. A pregação errônea do pai desestruturou a filha.

Estará fora do contexto atual o episódio de Marcos 6.49-51? Jesus andando sobre o mar, os discípulos o confundiram com uma assombração – “pensaram tratar-se de um fantasma, e gritaram”. Como Jesus lidou com essa fragilidade de seguidores seus, também suscetíveis de momentos críticos? Repreendeu-os de modo ríspido? Insinuou que abdicassem da fé? Que procurassem outra agremiação religiosa? Sem negar a dor, muito menos esquivar-se de oferecer ajuda, sugeriu ousadia, infundiu otimismo e mostrou compaixão. “Tenham bom ânimo. Sou eu. Não tenham medo”. Em seguida, “subiu para junto deles no barco, e o vento cessou” (v. 51). Era hora de cantarem: “Com Cristo no barco, tudo vai muito bem e cessa o temporal”.

Aprendemos com o Mestre a sugerir aos abatidos a conjugação da fé com atitudes positivas, bem assim prestar-lhes assistência misericordiosa. Esse equilíbrio torna possível às vítimas de ondas bravias ficarem em pé, sobrevivendo ao impacto do mar revolto – um bom símbolo das diversificadas forças contrárias que testam nossa estabilidade num mundo cada vez mais agressivo e com perspectivas aterradoras. Que nos aguarda no novo ano ainda iniciante? Como será nosso relacionamento em família, no trabalho, na escola, na igreja? Que nos ensinou a caminhada de 2008? Qual a aprendizagem aproveitada? Quais as lições válidas para o amanhã? Com que porção de fé, ânimo e otimismo podemos contar?

Feliz daquele que tem Jesus por perto, bem junto, no mesmo barco! Gente que pode entoar, confiante: “Se da vida as vagas procelosas são, / Se com desalento julgas tudo vão, / Conta as muitas bênçãos, dize-as duma vez, / Hás de ver, surpreso, quanto Deus já fez”.

FRANCISCO MANCEBO REIS - Pastor, colaborador de OJB


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

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