terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Para viver uma espiritualidade saudável



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Escrito por MARCOS AMAZONAS
22-Jan-2009

Texto bíblico: Efésios 5.1-21

A carta de Paulo aos efésios é o grande tratado teológico que o apóstolo nos deixou. Esta é considerada a Carta Magna da Igreja. Aqui encontramos um Paulo solene que traça toda a doutrina da igreja de modo claro e profundo.

O texto que temos pela frente está ligado diretamente com o capítulo 4.17-32, pois este conjunto fala como é que devemos viver uma espiritualidade saudável. Este texto nos ensina como viver uma fé sadia e um compromisso de espiritualidade com Deus.

Vivemos numa sociedade permissiva. Num mundo que está agarrado ao pecado. Um mundo que preconiza o prazer. Nossa sociedade não sabe o que é graça. Em nossos dias a maldade tem imperado.

A igreja, nós precisamos ter uma atitude diferenciada. Necessitamos marcar a diferença. O final do capítulo 4 mostra-nos qual deve ser a nossa atitude em relação aos atos maléficos que encontramos em nossa sociedade.

A igreja é diferente

Ela não age como o mundo. Ela segue o exemplo do seu Senhor.

Quais os desafios que nos são apresentados para uma espiritualidade saudável? Quais os passos que devemos dar para viver em santidade?

Vejamos o que o texto nos diz:

Devemos ser imitadores de Deus

Este é um ponto muito delicado. Como é que eu posso imitar a Deus? Paulo diz que devemos imitar o Senhor, como filhos amados. Quem não conhece a célebre frase que diz: “Tal pai, tal filho”. Um filho deseja copiar seu pai. Os filhos devem ser como seus pais. Paulo nos lembra que somos filhos de Deus (Rm 8.15-16) e nos diz que devemos mostrar em nossas vidas as características do nosso Pai.

Mas devo ser imitador do Senhor em quê?

Na sua bondade, na sua fidelidade, na sua misericórdia, na sua clemência, na sua paciência. Jesus diz que necessitamos demonstrar benevolência para com os indignos (Mt 5.44,45). Devemos agir e viver demonstrando as características do nosso Pai Celestial. Devemos ser como Eliseu, que no seu viver fez com que a sunamita reconhecesse que ele era um santo homem de Deus (1Rs 4.8-10). E o que as pessoas estão dizendo de nós?

Devemos ser imitadores de Deus. Contudo, quem é que nós estamos imitando?

Devemos andar como Cristo

Imitar a Deus em nosso ser e andar como Cristo. Andar como Cristo é andar em amor. Mas o que é o amor?

Para muitos amor é sentimento. Contudo, a Bíblia e este versículo nos deixam claro que amor é uma atitude de entrega a outrem. Sendo assim, o que Paulo nos diz aqui é que devemos estar dispostos a nos entregar aos demais.

Amar é doar-se aos outros. É sacrificar-se em prol do outro, visando ao seu melhor. É estar disposto a amar incondicionalmente. Amar “apesar de” e não “por causa de”.

Andar como Cristo é estar disposto a receber e a acolher os renegados. É estar com os indesejáveis. É ser visto com aqueles que ninguém deseja. É olhar para o próximo e vê-lo como alguém com valor e digno da graça de Deus.

Temos andado como Cristo? Temos amado como Ele nos amou?

Amar como Ele nos amou é estar disposto a conceder uma nova oportunidade. É perdoar, restaurar e confiar (Jo 21.15-18). Pedro foi perdoado, restaurado e o Senhor mostrou que confiava ainda nele. É assim que devemos amar e andar.

Devemos ter cuidado com o que falamos e com o que fazemos (v. 3-14)

A ideia aqui é de pecados sexuais. Conversas torpes. Paulo diz que devemos fugir desta realidade.

Outro dia escutei a história de um pastor que foi convidado para ir pregar em determinada igreja. Enquanto dirigia, quase bateu o seu carro. Discutiu e ofendeu o outro motorista. Ele estava falando no celular com uma pessoa da igreja, pois não encontrava o caminho. A pessoa ouviu todos aqueles palavrões. Depois de algum tempo ele chegou à igreja. Para sua surpresa, o outro homem era o pastor da igreja. Que situação!

Quanta confusão acontece em nosso meio. Quantas palavras torpes e quanta chocarrice. Coisas inconvenientes que andam em nossos arraiais.

Contudo, Paulo diz que devemos evitar estas cosias. O nosso agir e nosso falar devem edificar. Eles precisam construir e não destruir.

Devemos ser pessoas que se enchem do Senhor (v. 15-21)

Esta parte final é extraordinária. Paulo chama os crentes à reflexão. Ele pede que haja uma capacidade crítica na igreja. Creio que foi o imperador Trajano que afirmou abismado com os cristãos: “Eles pensam!” É verdade, o cristianismo é racional. É reflexivo. É analítico.

Paulo afirma que é preciso ver como estamos vivendo e depois diz que é fundamental que busquemos compreender qual seja a vontade do Senhor.

Queridos, o desafio que temos é o de não sermos pessoas que perderam a capacidade de avaliar a situação. Por isso, ele afirma que não devemos nos embriagar no vinho, mas enchermo-nos do Espírito.

Pessoas cheias do Espírito podem até não ter muitos dons (dons não representam maturidade cristã), são pessoas que no seu falar manifestam a graça de Deus.

Notem que Paulo afirma que pessoas cheias do Espírito estão adorando ao Senhor. Elas louvam e exaltam o Senhor com salmos, hinos e cânticos espirituais. Suas palavras são agradáveis. Palavras que edificam e restauram vidas.

Pessoas cheias do Espírito são agradecidas

Sabem ser gratas por tudo. Reconhecem que o Senhor está agindo em todas as circunstâncias da vida. São gratas a Deus no nome do Senhor Jesus. Somos gratos?

Pessoas cheias do Espírito são as que se submetem aos demais. Fazem-no por compreenderem à vontade do Senhor. Fazem no temor do Senhor. São pessoas que se submetem porque seguem o exemplo de Cristo que serviu a todos. E como o próprio Senhor Jesus afirmou: “Aquele que deseja ser o maior deve ser servo de todos”.

Conclusão

Que grande desafio!

Este ano, que possamos desenvolver uma espiritualidade saudável. Que nos santifiquemos e lutemos contra o padrão vigente deste mundo. Que sejamos como o nosso Pai e que andemos como o nosso Senhor. Que sejamos pessoas cheias do Espírito e no nosso viver manifestemos a graça do Senhor.

Que Deus nos abençoe!

MARCOS AMAZONAS - Pastor, colaborador de OJB


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

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