domingo, 18 de janeiro de 2009

Uma questão de honestidade



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Escrito por NILSON DIMARZIO
15-Jan-2009

Durante a tragédia que recentemente atingiu o Estado de Santa Catarina, com grande enchente, deslizamento de terras, casas destruídas, centenas de vidas ceifadas e inúmeras famílias ao desabrigo, aconteceu um fato deveras lamentável

Alguns aproveitadores se prevaleceram da situação para saquear o estoque de alimentos, roupas, produtos de limpeza e medicamentos doados à população atingida pela catástrofe.

Mas, em contrapartida, houve um caso em que, a despeito da calamidade enfrentada, prevaleceu o senso de honestidade. O fato, publicado por O Globo, na edição de 17/12/08, destacou o gesto de Daniel Manoel da Silva, da cidade de Blumenau. Entre os produtos doados à sua família estava um casaco de pele que, ao ser examinado escondia numa das mangas a quantia de 20 mil reais. Fosse outra pessoa, possivelmente tomaria o dinheiro para si, mas Daniel preferiu devolvê-lo, dizendo que, “não poderia ficar com um dinheiro que não lhe pertencia”. Tal atitude mostra que nem tudo está perdido, num mundo em que a desonestidade grassa por toda parte. Daniel, se quisesse, poderia ficar com o dinheiro achado, mas o senso de honestidade falou mais alto e a devolução lhe pareceu a decisão mais coerente e acertada.

A prática do furto é muito comum em nossos dias, embora seja um crime condenado pela justiça dos homens e pela lei de Deus.

Que se entende por furto? Segundo o Código Penal, em seu artigo 155, “a subtração de um bem móvel para si ou para outrem”. E a pena prevista, no caso de furto simples, varia de acordo com o objeto furtado, sendo de reclusão de 1 a 4 anos, além de multa.

A Bíblia, por seu turno, preconiza o respeito à propriedade alheia, seja de coisas de pouco ou de grande valor. O oitavo mandamento do decálogo estatui: “Não furtarás” (Ex 20.15). E, para a pessoa habituada a furtar antes de se converter, e agora, vivendo a nova vida em Cristo, o mandamento é o seguinte: “Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tem necessidade” (Ef 4.28).

O hábito de furtar decorre, em muitos casos, de uma falha na educação. A pessoa passa a se apoderar indevidamente de coisas que não lhe pertencem ainda na infância, sem que seja corrigida e orientada pelos pais ou responsáveis. Desse modo, a criança aparece em casa com um lápis, um caderno ou outro objeto que não lhe pertence, e os pais nada dizem sobre essa atitude incorreta; e assim vai se cristalizando o hábito da desonestidade ao ponto de a pessoa, na idade adulta, não se dar conta de estar praticando um grande erro.

Vale lembrar que entre os furtadores há casos de cleptomania, uma doença crônica psiquiátrica, caracterizada pelo impulso de furtar objetos desnecessários para uso pessoal. Não faz muito, uma atriz do cinema americano foi flagrada numa loja, furtando objetos de pouco valor, tendo de se explicar num posto policial. Outro caso de repercussão internacional referido pela mídia foi de um rabino judeu, conhecido no Brasil, que furtou várias gravatas de uma loja nos Estados Unidos.

Entretanto, há tratamento para os cleptomaníacos, a base de medicamentos e terapia comportamental, ministrado por psicólogos especializados. Seja como for, o mau hábito de furtar deve ser combatido, de preferência preventivamente, assim evitando-se os problemas decorrentes dessa prática. Cabe aos pais a tarefa de ensinar os filhos, desde a infância, sobre os males da desonestidade que é um pecado contra Deus e contra os semelhantes, consoante o ensino claro da Palavra inspirada.

Infelizmente, por incrível que pareça, até no meio evangélico esse pecado é constantemente praticado por pessoas maleducadas ou não convertidas que, com a maior facilidade e desfaçatez se apoderam de objetos que não lhes pertencem, seja um livro, uma toalha, um flanelógrafo, um guarda-chuva, e até (Pasmem!), uma Bíblia que alguém esqueceu num banco da igreja... enfim, seja o que for que lhes apeteça, é subtraído. São pessoas que têm a “mão leve”, e com a maior facilidade se apropriam indebitamente do que é do próximo.

A tais pessoas, vale a pena lembrar o belo exemplo de Daniel Manoel da Silva, referido linhas acima. Um exemplo digno de imitação.

NILSON DIMARZIO - Pastor, colaborador de OJB- ndimarzio@bol.com.br


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

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