quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Carnaval



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Escrito por NATANEL MENEZES CRUZ
12-Feb-2009

A palavra carnaval, do italiano carnevale, designa um período de festa profana do mundo medieval. A festa iniciava no dia de reis (epifania) e se estendia até a quarta-feira de cinzas. Neste dia se comemoravam os jejuns quaresmais, oriundos de ritos e costumes pagãos, como as festas dionisíacas, as saturnais e as luperciais.

O carnaval se caracterizava pela alegria instada pelos prazeres da carne. Os dias anteriores à quarta-feira de cinzas eram dedicados a diferentes sortes de diversões, como folia, folguedos e erotismo com disfarces e máscaras. No Brasil, ano após ano, esta prática acontece. Aliás, acontece em variadas épocas do ano, porque existem as micaretas em várias regiões do país. Carnaval, portanto, se expressa em três realidades:

Primeira: Era uma forma de tributar honras aos deuses pagãos, através de danças e exibição da carne. Como houvera com Diana, Afrodite, Eros na Grécia, Baco em Roma. E, no Brasil, pode-se dizer, em honra a Momo.

Segunda: Carnaval é uma festa que dá expansão à carne ou que expressa os desejos da carne. Disse Paulo: “Andem em espírito e não cumpram a concupiscência da carne” (Gl 5.16). Vale dizer: o que se faz na carne, ceifa-se na carne. Jesus advertiu sobre este fato em João 6.63: “O Espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que vos tenho dito são espírito e são vida”.

Terceira: Os prejuízos trazidos pelo carnaval são reais e irreparáveis. Paul Tillich, em seu livro Teologia Sistemática, diz que emoções não curadas geram dois tipos de ansiedade: ansiedade do vazio e do medo e ansiedade da solidão e da culpa. A premissa de que durante o carnaval aumenta-se a auto-estima, o humor e a alegria é uma utopia e não realidade. Neste período, o desgaste físico-emocional, psicológico e financeiro aparece em ordem crescente. Dados estatísticos também relatam crescimento na criminalidade em suas variadas dimensões: roubo, prostituição infantil, homicídios, morte no trânsito, suicídios, elevado índice de consumo de bebidas alcoólicas e outros tipos de drogas. Bem disse Jesus: “Larga é a porta que leva muitos à perdição” (Mt 7.13). De onde se conclui que a alegria, a euforia esquematizada, tão propagada pela mídia, resulta em lamentações e grande frustração. Como afirma o profeta Jeremias, em Lamentações 5.15: “Dos nossos corações fugiu a alegria; nossas danças se transformaram em lamentos”.

Quarta: A quarta-feira de cinzas chama-se assim porque é o dia em que cada pessoa, ao confessar os pecados, recebe uma cruz de cinzas na testa, como marca do perdão. Tal filosofia não passa de uma fuga ou de uma farsa. Primeiro porque o pecado cometido contra Deus, através da luxúria, da bebedice, glutonaria, imoralidade, blasfêmia, violência, idolatria, sodomia, prostituição e adultério, somente Deus é quem perdoa quando a Ele forem confessados de inteiro coração. O que se passa na quarta-feira de cinzas é um incentivo ao círculo vicioso para se pecar. Esta realidade é notória em muitas pessoas que brincam carnaval e na quarta-feira vão receber cinzas, sendo que logo depois da confissão e do pretenso perdão dos pecados, voltam os pensamentos para o futuro carnaval. Tal experiência não é aprovada por Jesus Cristo, pois num encontro, com a mulher pecadora, ao perdoá-la, foi peremptório em adverti-la: “Vai-te e não peques mais” (Jo 8.11). Esta fuga ou esta farsa da quarta-feira de cinzas tem levado muitas pessoas à ilusão e à perda da verdadeira comunhão com Deus. Carnaval é assim: livremo-nos dele.

NATANAEL MENEZES CRUZ

Pastor da PIB em Jaboatão dos Guararapes (PE)


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

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