Como Deus nos surpreende!

Escrito por ELISEU ROQUE DO ESPÍRITO SANTO

03-Feb-2009

(Baseado no relato de Atos 8.26-40) Era realmente empolgante o que Deus estava realizando por intermédio de Filipe em Samaria. Paralíticos e mancos eram curados, endemoninhados eram libertos e outros grandes milagres eram realizados. Os crentes de Samaria estavam explodindo de alegria. Quem diria, hein? Aqueles samaritanos que certa ocasião tinham recusado receber Jesus (Lc 9.51-56), agora louvavam a Deus pelas suas grandes maravilhas. E o instrumento que Deus estava usando nem era um apóstolo, era Filipe, um dos sete diáconos eleitos para atender as viúvas e servir as mesas (At 6.1-5), mas, olhe bem, era um homem cheio do Espírito Santo e sabedoria (At 6.3). Começou servindo as mesas e agora estava servindo a Palavra de Deus. Que ascensão! No final do dia, pensava ele: – É... trabalhar com tanta gente (8.6) é cansativo. Além de pregar a Palavra para tanta gente, ainda tive que curar tantos doentes e libertar tantos endemoninhados. Mas que bom! Estou esgotado, mas nunca pensei que Deus pudesse me usar de forma tão grandiosa. Amanhã vou alcançar outro grande povoado, quero ser usado poderosamente por Deus, quero maximizar esforços para alcançar o maior número de pessoas em menos tempo. [pausa] Mas... agora é hora de descansar, vou dormir, amanhã grandes coisas me esperam! – Filipe, Filipe! – Sim, sim, quem é? – O Senhor me enviou para trazer-te uma mensagem: “Vá para o sul, para a estrada deserta que desce de Jerusalém para Gaza”. Filipe entendeu a ordem dada pelo anjo e imediatamente se levantou e partiu (v. 27). Mas alguns pensamentos possivelmente não saíam de sua cabeça: – Gaza, hum... É uma boa cidade, próxima do Mediterrâneo, já foi uma das cidades mais importantes da Palestina... Mas, por que tenho que ir pela estrada que passa pelo deserto? Pelo deserto... Por que pelo deserto? Mesmo com suas dúvidas ele obedeceu. Sem compreender tudo, se submeteu. Lá estava ele naquele lugar ermo, vazio, onde se ouvia apenas o barulho do vento. Ali não havia nada, que diferença de Samaria, onde pessoas se aglomeravam para ouvi-lo, outras para serem curadas por ele. E, agora, está ele ali, no deserto. De repente, ele vê ao longe uma carruagem, e pensa: – Por que essa carruagem está passando por aqui, há tantas outras estradas, por que escolheu justamente essa que passa pelo deserto? Deve ser de alguém importante, ela é imponente... Era o tesoureiro da rainha dos etíopes. Ele vinha de Jerusalém onde tinha ido para adorar a Deus. Era um estrangeiro da África, mas adorava o Deus de Israel. Naquele momento em que passava a carruagem, Filipe sentiu no coração o Espírito lhe dizendo: – Aproxime-se dessa carruagem e acompanhe-a. – Que coisa estranha, primeiro Deus me tira das multidões de Samaria e me manda para essa estrada deserta, depois me aparece essa carruagem real por esse caminho horrível, agora Deus me manda correr atrás dela e acompanhá-la? Filipe não imaginava que Deus estava preparando tudo para que ele pudesse testemunhar para aquele homem. Enquanto acompanhava a carruagem ouviu que o homem lia o profeta Isaías. Filipe perguntou: – O senhor entende o que está lendo? – Não, como posso entender se alguém não me explicar? O Senhor pode me ajudar? – Sim, senhor. – Então, suba e me explique. Esse profeta está falando de si mesmo ou de outro? Filipe, a partir daquele texto, lhe apresentou as boas novas de que Jesus morreu na cruz para nos livrar do castigo e nos dar a paz. Aquele homem aceitou Jesus como seu Salvador. Não bastasse todas essas surpresas, Deus tinha reservado ainda outras três para aquele dia. Mais adiante, no caminho, acharam água. Isso era muito raro para aquela região. E quando o homem africano viu água quis ser batizado, e disse: – Aqui há água, que me impede de ser batizado? Era um estrangeiro, eunuco, considerado impuro cerimonialmente pelos judeus. Morava numa corte real. O que poderia ser impedimento para que ele fosse batizado? Seria impedimento sua nacionalidade, sua condição física de amputado, sua classe social? Filipe, imediatamente, respondeu que não havia impedimento se ele “cresse em Jesus de todo o coração” (v. 37). Não há impedimentos físicos, sociais, cerimoniais e raciais para a salvação, a salvação é para todo aquele que crê. O eunuco ordenou que se parasse a carruagem. O cocheiro deve ter pensado: – O que está acontecendo? Por que parar nesse lugar deserto? De onde surgiu esse maluco que veio correndo atrás de nós? O que será de tão interessante que eles encontraram naquele livro? É... Era realmente um dia de surpresas para muita gente... Como Deus nos surpreende! Filipe e o homem africano entraram na água. Filipe o batizou. As surpresas não terminaram por aqui... Depois que batizou o homem africano (eunuco), Filipe desapareceu. O cocheiro e o homem africano ficaram admirados e viram que algo muito especial e sobrenatural tinha acontecido. O Espírito tinha arrebatado Filipe e o levado para a cidade de Azoto. Havia outras pessoas que precisavam ouvir a mensagem. Deus continuava na direção. O homem africano? O tesoureiro da rainha da Etiópia? Não se sabe muito sobre ele... Mas o que se diz é que seguiu seu caminho cheio de alegria. Como Deus é misericordioso! Não importa se é uma multidão ou um indivíduo, todos são muito importantes. Não importa a nacionalidade, a condição física, a cor da pele, o nível social, todos somos importantes para Deus. Como também era importante para Filipe e para nós aprendermos a valorizar as grandes multidões, mas também os indivíduos; e que não importa o lugar onde ele nos envie se para o deserto ou um grande centro, o importante é fazer sua vontade, pois nossa alegria está em fazer sua vontade. Como Deus nos surpreende! ELISEU ROQUE DO ESPÍRITO SANTO Pastor, diretor do STB do Rio Grande do Sul EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br