terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Cristo, o restaurador perfeito



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Escrito por NILSON DIMARZIO
05-Feb-2009

Em artigo anterior, referi-me à arte da restauração de obras de arte, trabalho meticuloso que requer habilidade por parte do restaurador. Mas, se o restaurador não for competente, obviamente o seu trabalho deixará a desejar e causará danos à obra e talvez enorme prejuízo ao seu possuidor; e uma nova restauração se tornará mais difícil em razão dos defeitos técnicos deixados por um falso restaurador.

A propósito, a revista VEJA publicou recentemente matéria sobre a restauração da famosa tela de Victor Meirelles A Primeira Missa no Brasil, de 1860, agora totalmente restaurada pelo Museu Nacional de Belas Artes. “Depois de quase 150 anos e três restaurações desastrosas, o quadro estava coberto por verniz avermelhado e poeira. Parecia estar sob um vidro embaçado e sujo, que tirara o viço das cores e apagara nuances. A paisagem que dá profundidade ao quadro se transformara em plano chapado. Uma bateria de exames ajudou a localizar as partes da pintura que necessitavam de reparo. Foram identificados e recuperados os contornos e cores originais. Foi o trabalho de restauração mais completo já feito no Brasil”, como afirma José do Nascimento Júnior, diretor do Departamento de Museus e Centros Culturais do Iphan.

No campo espiritual há inúmeros restauradores incompetentes, e um só perfeito, que é Cristo.

Os falsos restauradores se caracterizam por profecias que não se cumprem e sustentação de teorias sem o mínimo embasamento bíblico e que, ao invés de resolverem o problema espiritual de ser humano, mais e mais o afastam desse objetivo. Milhões de pessoas andam erradas na vida espiritual por se deixarem conduzir por falsos profetas que as enganam e iludem com propostas de salvação, por meio de boas obras, penitências, reencarnações e práticas idólatras e cultos de demônios. É de estarrecer a avalanche de teorias, seitas e heresias usadas por Satanás para enganar e afastar cada vez mais as pessoas do verdadeiro caminho da salvação.

Cristo é o restaurador perfeito. Ele veio do céu com a missão de “buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10), ou seja, o ser humano que se afastou de Deus pelo pecado, conhecendo a morte espiritual, necessitando, por conseguinte, da ação restauradora que só Jesus pode realizar. O verbo salvar e o substantivo salvação aparecem mais de 150 vezes no Novo Testamento grego, com o sentido de restaurar a saúde ao doente, livrar da morte o moribundo e dar segurança ao que esteja sendo ameaçado. Esta foi a obra realizada por Cristo, uma vez que o homem estava enfermo espiritualmente, morto em seus delitos e pecados, e ameaçado de morte eterna. Em razão de seu grande amor, Jesus realizou sua obra restauradora que lhe exigiu inenarrável sofrimento físico e moral durante o seu ministério, enfrentando tenaz oposição dos inimigos e culminando com os padecimentos na cruz do Calvário. Conforme a profecia de Isaías: “Era desprezado e rejeitado dos homens; homem de dores e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum... Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele e pelas suas feridas fomos sarados” (Is 53.3,5). Tendo em vista o sofrimento que Jesus iria enfrentar, João Batista, seu precursor, com grande propriedade o apresenta como “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Uma analogia perfeita, vez que, assim como os cordeiros eram oferecidos em sacrifício no culto judaico, Jesus seria sacrificado no altar do Gólgota por amor às nossas almas, objetivando a nossa restauração espiritual.

Na carta aos Hebreus Jesus é apresentado como sumo sacerdote dos pecadores em termos de superioridade. Ele é superior ao sacerdotes do Antigo Testamento, que eram pecadores, enquanto que Cristo nunca pecou. Aqueles eram mortais e, portanto, exerciam um sacerdócio temporário. Ao morrer, tinham de ser substituídos, enquanto que Jesus exerce um sacerdócio eterno. “E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer, mas este, porque permanece para sempre, tem o seu sacerdócio perpétuo.

Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles” (Hb 7.23-25).

A obra redentora de Cristo é perfeita, não deixando nenhuma dúvida sobre sua eficácia. Ele transforma pecadores perdidos em pecadores salvos.

Um ex-budista, convertido ao evangelho, na profissão de fé diante da igreja, momentos antes do batismo, deu este testemunho: “Eu estava no fundo do poço, quando passaram por ali Buda e Confúcio. Olharam para mim, penalizados pela minha situação, mas se retiraram sem nada poderem fazer em meu auxílio. Mas, Jesus, diante do meu sofrimento, desceu onde eu estava, e me libertou daquela situação tão triste. Agora eu sou um homem feliz”. Idêntico testemunho pode ser dado por todos aqueles que já tiveram um encontro de fé com Cristo, o restaurador perfeito.

NILSON DIMARZIO

Colaborador de OJB, pastor da IB em Vila Mury, Volta Redonda (RJ)

ndimarzio@bol.com.br


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

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