quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

LEI OU GRAÇA?



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Escrito por DELANE SOUZA
11-Feb-2009

“Porque a lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade vieram por Cristo Jesus.” – João 1.17

Quem veio primeiro: a lei ou a graça?

À primeira vista e pelo exame do texto bíblico citado acima, somos tentados a deduzir que foi a lei. Porém, em Gálatas 3.17, lemos que a lei veio 430 anos após Abraão. Ou seja, de Abraão até Moisés há um intervalo de tempo no qual a lei ainda não fora dada. E se não imperava a lei, então imperava a graça. Portanto, Abraão viveu sob a graça.

Temos, com Abraão, a graça; com Moisés, a lei. Sucedendo a lei, temos, novamente a graça, com Deus Conosco – Emanuel – e a sua igreja.

Ao fazer estas considerações, desejamos abordar uma questão importante e fundamental para a vida cristã: o dízimo. Alguns, no afã de buscar uma justificação para a infidelidade na entrega dos dízimos, alegam que o dízimo pertence à lei e não à graça. Teólogos veem a raiz da doutrina do dízimo lá no Éden, quando Deus ordenou ao homem que lavrasse e guardasse o jardim e que dele poderia comer de todos os frutos, com exceção da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.16-17).

A palavra dízimo foi usada pela primeira vez em Gênesis 14.20: “…E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo”.

Ora, se o tempo de Abrão foi sob a graça, é justo reconhecer que a entrega do dízimo por Abrão foi, também, sob a graça. Então, o dízimo é da graça.

A lei, sucedendo a este primeiro período da graça, endossou a doutrina do dízimo. No último livro do Velho Testamento, Deus usa o imperativo e exige: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa…” (Malaquias 3.10a).

O apóstolo Paulo, em Gálatas 3.23-29, apresenta a lei como um aio. Era um escravo ou empregado, que tomava conta do filho do seu senhor. Agia como uma espécie de tutor, cuidando, inclusive, da sua educação. O aio era dispensado quando a criança alcançava a maioridade. A lei, como um aio, durante sua vigência, serviu para conduzir o povo a Cristo, a fim de que, pela fé, fosse justificado (Gl 3.24). “Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio. Pois todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl 3.25-26). O aio (a lei) cumpriu sua missão. Alcançamos a maioridade e o aio foi substituído pela graça, com a vinda de Jesus Cristo, o Verbo encarnado: “Pois, Cristo é o fim da lei para todo aquele que crê” (Rm 10.4).

O período da lei durou de Moisés a João, conforme Lucas 16.16: “A lei e os profetas vigoraram até João; desde então é anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem forceja por entrar nele”.

Graças a Deus que estamos debaixo de Cristo e não debaixo da lei!

Repetimos, o dízimo é da graça e não da lei. A fidelidade na entrega dos dízimos é uma prova de obediência e gratidão a Deus por sua inefável graça.

DELANE SOUZA

Diácono da PIB de Vitória (ES)


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

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