terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Os benefícios do perdão



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Escrito por VILMAR PAULICHEN
04-Feb-2009

Nossa qualidade de vida depende diretamente da maneira como usamos o perdão. As pessoas mais felizes desse mundo entendem que o perdão é o melhor “remédio” para restaurar a paz e curar mágoas novas e antigas. Já as pessoas infelizes se recusam a perdoar, se omitem, se fecham e culpam os outros por seus fracassos.

A falta de perdão se parece a brotos que deveriam ser podados, enquanto a árvore ainda estava crescendo, porque depois de adulta, o tempo e os brotos deixaram-na toda torta. Assim como essa árvore torta terá muita dificuldade para ficar de pé quando se levantar algum vendaval, quem não perdoa, também cairá diante dos vendavais de problemas e conflitos, porque os brotos do orgulho, ódio, ambição, egoísmo, nunca foram podados para fortalecer os ramos da retidão, humildade, paciência, amor e perdão. Assim como a árvore cresce reta quando alguém poda seus brotos, também nós vencemos conflitos quando deixamos que a tesoura do perdão corte os brotos do pecado que nascem no coração.

As pessoas mais infelizes desse mundo se dedicam à oração diária e pedem que Deus perdoe seus pecados. Depois da oração sentem-se felizes consigo mesmas pela oração que fizeram. O problema é que no íntimo do coração são pessoas frustradas, tristes, amargas e infelizes, pois decididamente se recusam a perdoar completamente a ofensa do cônjuge, amigo, vizinho, familiar (Mc 11.25). A diferença entre o verdadeiro e o falso cristão é que este engana a si mesmo quando ora pedindo perdão, visto que não faz o mesmo que espera da parte de Deus. Deus perdoa quem perdoa.

A parábola do credor sem compaixão (Mt 18.23-35) ensina que nosso pecado se compara com uma dívida impagável (v. 24). As escolhas erradas (Mt 6.14,15) fazem aumentar a dívida e consciência de culpa, mesmo que nossas boas obras sejam impressionantes aos olhos humanos (Mt 23.23). Se a matemática da sua fé for obras + perdão, o resultado será = galardão; mas se a matemática for obras + obras + obras – perdão, o resultado será = morte. Mortos também oram, mas o resultado final não vai além da mesma sensação de orgulho e superioridade que o fariseu sentiu quando orou (Lc 18.11).

A dívida de pecado não nos tira a capacidade de conquista. Nosso problema não é a incapacidade para conquistar coisas de valor, mas a incompetência para manter o que conquistamos (v. 25). Por causa do pecado, todos nascemos endividados e separados de Deus (Rm 3.23), e quem fica adulto sem receber o perdão da dívida (Ef 2.8, 9), não se firma no casamento, gasta mais que ganha, não usa os dons espirituais, perde relacionamentos significativos, não concretiza planos de médio e longo prazo, não se firma na igreja, não agradece se têm comida, água e roupa (1Tm 6.8).

A parábola nos ajuda a conhecer Deus. O servo endividado pediu paciência ao rei para pagar a dívida de 60 milhões de denários. Não foi um pedido racional, pois o dia de trabalho valia um denário. Mesmo assim, o rei aceitou o pedido e movido de muita compaixão, bondade e amor, perdoou toda a dívida que seria paga em 165 mil anos, se o rei não cobrasse juros. A oração de quem foi perdoado é diferente porque tem pouca lógica e racionalidade, mas é transbordante de fé naquele que tem poder para fazer muito mais do que pedimos (2Co 9.8).

A parábola também revela quanto individualismo e pecado há no coração humano, que invoca a paciência de Deus (2Pe 3.9) para continuar vivendo, recebe muito mais do que pediu e se recusa a agir da mesma maneira com os outros (v. 28). Todos reconhecem a paciência de Deus, muitos pedem paciência a Deus, poucos usam a compaixão de Deus para resolver intrigas de valor insignificante (v. 28). Por graça, Cristo ofereceu-se como sacrifício para pagar nossa dívida impagável (Ef 4.31, 32; 5.1, 2). Quem crê nessa verdade é livre (Jo 8.32) para oferecer o mesmo tipo de perdão que Deus oferece.

VILMAR PAULICHEN

Pastor da IB em Porto União (SC)


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

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