quarta-feira, 25 de março de 2009

MEDO DO FUTURO



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Escrito por NATANAEL MENEZES CRUZ
03-Mar-2009

Apenas para refrescar a memória e mostrar a importância do tema, convém nos atermos à realidade do medo e suas implicações. O medo pode ser instintivo. Como tal, ele ajuda a viver. É uma espécie de companhia de alarme, que denuncia um perigo qualquer, próximo ou remoto. Ele pode funcionar como um dispositivo de defesa, como também pode ser doença. Doença da imaginação. O medroso inventa perigos, sofre de alucinações. Reais ou fictícias sejam suas causas, a verdade é que o medo é um adversário da personalidade. O medo produz duas realidades de efeito corrosivo:

1) O medroso vê tudo pelo lado pior. Vê fantasmas, vê gigantes destruidores, que na verdade não existem. Em suma, ele é um pessimista.

2) O medo produz ansiedade. O medroso sofre de taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos). Por isso, o medo, quer por instinto ou como doença, sempre envolve perigo. Vivemos sob o tacão de uma fobia. Fobia é medo generalizado, medo de tudo. Assim, não se tendo o mesmo medo; todavia, todos têm medo. Medo da noite, do dia; medo de ficar pobre, ficar rico; medo da violência, medo das trevas, medo da luz; medo da vida, medo da morte; medo da solidão, medo das multidões; medo de lugares fechados, medo de lugares abertos; medo do barulho, medo do silêncio; medo de insetos; medo de uma recessão global; medo do passado, medo do futuro; este último é assunto em pauta. Uma das realidades presentes no comportamento humano é o medo do futuro. Alguns fatores são determinantes nesta questão:

MEDO DO DESCONHECIDO

Vejamos alguns exemplos bíblicos. Josué teve medo de atravessar o Jordão, porque desconhecia a parte mais rasa do mesmo. Elias fugiu e se escondeu em uma caverna porque desconhecia a missão que Deus lhe havia confiado. Os discípulos tiveram medo por desconhecer o Cristo todo poderoso: “E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: ‘Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se bonança. Então, lhes disse: Por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé?’” (Marcos 4.39-40).

O HOMEM TEME O FUTURO, POR TER MEDO DA VELHICE

Apesar da ciência e a tecnologia envidarem esforços para prolongar a vida e preservar uma estética que proporcione um visual rejuvenescido e o medo de envelhecer não perdure nas pessoas, há quem tenha horror da velhice porque se acha com o “pé na cova” e carrega na mente uma imagem de como será a dor da morte e a incerteza do futuro após ela. Qual deve ser a nossa atitude diante desta realidade? Devemos disciplinar nossa forma de pensar e agir, referente ao envelhecer e à morte. Devemos redimensionar nossa concepção e evitar o pensamento de que a tecnologia nos impõe que o novo substitui o velho e que o velho só serve para dar trabalho. Devemos reconhecer o contributo que uma pessoa idosa tem prestado no decurso de sua vida. Precisamos prestigiar o espaço dos idosos, proporcionando-lhes melhor qualidade de vida, dando-lhes segurança de um futuro risonho no tempo e na eternidade.

O MEDO DO FUTURO DECORRE DA VISÃO DA IMPOSSIBILIDADE DO PERDÃO

Seja o perdão outorgado por Deus ou pelo próximo. É viver e conviver com o sentimento de culpa. Culpa é um peso emocional e espiritual que se carrega como consequência do pecado contra nós mesmos, contra Deus e o próximo. Tenho visitado pessoas em estado terminal que têm demonstrado a vontade de perdoar e serem perdoadas, mas não tiveram oportunidade. É importantíssimo perdoar e ser perdoado enquanto temos oportunidade. Com isso evitaremos o sentimento de culpa e a visão da impossibilidade do perdão. “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai-vos” (Colossenses 3.13). Por maior que seja a culpa, mais sublime é o perdão.

Assim, podemos e devemos banir o medo do futuro, caso esteja em nós:

Amando – “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor” (1João 4.18).

Confiando – “O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” (Salmo 27.1).

Buscando – “Busquei o Senhor, e ele me acolheu; livrou-me de todos os meus temores” (Salmo 34.4).

NATANAEL MENEZES CRUZ

Pastor da PIB em Jaboatão dos Guararapes (PE)


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

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