quarta-feira, 25 de março de 2009

Os bichos do Pr. Isaías (3 de 3)



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Escrito por ISAÍAS GOMES COELHO
03-Mar-2009

A LENDA DO NASCIMENTO DAS AVES

Texto bíblico: Isaías 40.31

Li, muito tempo atrás, uma lenda que contava como as aves tinham sido criadas. Deus chamou até a sua presença alguns animais e deu a cada um deles, segundo o seu tamanho, uma carga para que levassem. Assim, os animais, obedientes a Deus, aceitaram as cargas mesmo sem entenderem os motivos de tal pedido.

Dia a dia, eles levavam aquela carga que tinham recebido de Deus. No início a carga incomodava, atrapalhava a locomoção, dificultava o sono, mas como era ordem do Criador, eles obedeciam. Certo dia, Deus apareceu novamente e chamou os animais até sua presença. A carga que levaram por tanto tempo a fio em suas costas tinha alterado a sua anatomia. Agora faziam parte do seu corpo. O Criador pediu que os animais, agora modificados pelas cargas, movimentassem os braços para cima e para baixo, cada vez mais rapidamente, e eles começaram a deixar o chão para baixo à medida que subiam aos céus voando. Suas cargas tornaram-se asas.

Esta história é uma lenda criada para dar beleza a algo criado pelo nosso Deus Todo-Poderoso. Mas quando li me lembrei do profeta Isaías mostrando ao povo que esperar em Deus e ter paciência nas suas promessas é uma certeza de que nossas dificuldades e lutas podem ser vencidas. Percebi que a lenda que trata do nascimento das aves tem como ponto principal a obediência ao Criador e a perseverança faz parte deste processo. Esperar em Deus é não se cansar. Esperar em Deus é se renovar a cada dia. Os voos da águia são altos, sua morada é no lugar mais alto da montanha. É esta esperança em Deus que devemos cultivar em nossas lutas diárias. Os fardos que tanto nos cansam e parecem injustos aos nossos olhos são obras de Deus que deseja que seus filhos preciosos alcancem uma vida plena, uma vida segura na sua presença.

“Esperei confiantemente no Senhor e Ele se inclinou para mim e ouviu os meus clamores” (Sl 40.1).

O CACHORRO E O COELHO

Texto bíblico: Mateus 23.27-28

Eram dois vizinhos. O primeiro comprou um coelho para os seus filhos. Todo branquinho, muito bonito. O outro, atendendo aos pedidos dos seus filhos que também queriam um animal de estimação, comprou-lhes um pastor alemão. A sua família ficou preocupada: “Um cachorro? Ele vai comer o coelho!”. Mas respondendo ao questionamento de sua família de forma convincente, dizia que nada iria acontecer. Ele era um cão pequeno, iria crescer junto com o coelho. Diante de tão convincente discurso a família se acalmou e ficaram com o cachorro. E não é que o homem estava certo? O cachorro cresceu com o coelho, e o coelho acompanhava as crianças até a casa dos vizinhos e vice-versa, e nem o coelho nem o cachorro pareciam temer um ao outro.

Um dia a família que tinha o coelho saiu de viagem. Foi passar um fim de semana na praia. Saíram na sexta-feira, no final da tarde, com a pretensão de voltar no domingo. No domingo, no início da tarde, o cachorro aparece na cozinha da casa com o coelho na boca. O coelho estava todo sujo e morto. Os donos do cachorro ficaram desesperados. A esposa lembrou-se do que tinha dito meses atrás: “Eu não disse que o cachorro mataria o coelho mais cedo ou mais tarde? E agora?” O desespero tomou conta de todos dentro da casa. Deram uma tremenda surra no cachorro que não soube respeitar os direitos dos seus vizinhos: “O que vamos fazer? Daqui a pouco nossos vizinhos vão voltar e o que diremos a eles?”

Foi ai que o marido teve a idéia de dar um bom banho no coelho, secar com o secador, colocar um perfume nele e colocá-lo na cozinha dos seus vizinhos, deitado e quietinho. Afinal o coelho não estava estraçalhado e, aparentemente, não tinha nenhum osso quebrado. E assim fizeram. Depois de algum tempo seus vizinhos chegaram da praia e os donos do cachorro, de sua casa, ouviram a gritaria na casa de seus amigos. Em alguns instantes seu vizinho bate à sua porta: “O nosso coelho morreu. Ele morreu na sexta-feira à tarde, antes de sairmos para a praia. Nós o enterramos no quintal e agora ele esta lá na nossa cozinha, continua morto, mas está limpo, penteado e perfumado. O que pode ter acontecido?”

O que vem depois não importa, mas podemos refletir em alguns pontos desta história. O cachorro foi julgado apressadamente, visto como assassino e apanhou. Julgado por atos que não cometeu, levou uma surra, e foi posto de castigo. Mas o que o cachorro queria era encontrar seu amigo coelho. O coelho foi devolvido à sua casa perfumado e arrumado, mas isto não mudou a sua condição, estava morto e nenhum perfume no mundo mudaria isto.

No seu discurso contra os fariseus, Jesus alerta seus ouvintes sobre o comportamento dos fariseus, perfumados e arrumados por fora, mas cheios de coisas ruins por dentro. Alerta contra a auto-avaliação apressada dos fariseus que queriam se apresentar como pessoas justas, mas seus julgamentos eram cheios de hipocrisia e maldade. As palavras de Jesus são pesadas, fortes, mas são uma advertência a uma prática que não deve existir no meio do povo que o segue.

Que tenhamos boa aparência externa e uma aparência interior de igual modo, limpa e agradando a Deus.

ISAÍAS GOMES COELHO

Pastor da IB Vida Nova, Brasília (DF)


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

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