segunda-feira, 13 de abril de 2009

A tragédia das drogas



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Escrito por NILSON DIMARZIO
02-Apr-2009

Segundo a ONU, 26 milhões de pessoas são vítimas das drogas mais pesadas - a maioria nos grandes centros urbanos. Elas matam 200 mil pessoas por ano. Apenas no Brasil há 870 mil usuários. A dependência química acaba com relacionamentos e inviabiliza o trabalho e os estudos.

A Bíblia ensina que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6.19), o que faz com que seja dever de cada pessoa zelar pela saúde através de uma boa alimentação, de exercícios físicos e de descanso periódico. Além disto, é importante evitar tudo que possa causar enfermidades. Entretanto, por vivermos numa sociedade corrompida nos aspectos moral e espiritual, os vícios mais abjetos e prejudiciais são tolerados e até propagados em prejuízo não apenas da saúde das pessoas que os têm, mas resultando no aviltamento de suas personalidades com reflexos altamente negativos à vida familiar e social. Por influência do astuto inimigo Satanás, milhares de vidas jovens são ceifadas por se escravizarem ao tabagismo, ao alcoolismo e às drogas mais pesadas. Além disto, milhares de adolescentes e jovens na flor da idade estão com sua vidas anuladas para o trabalho, para os estudos e para a vida espiritual.

Sem exagero podemos afirmar que o quadro que se descortina ante nossos olhos é o de uma verdadeira tragédia. Uma tragédia que atinge pessoas de todas as classes sociais - do favelado ao palaciano -, destruindo lares, enchendo cadeias, clínicas de recuperação e manicômios. Os viciados de menor poder aquisitivo, que não têm dinheiro para comprar cocaína, contentam-se com o crack, que é uma droga mais barata, embora seja o pior entorpecente por causa de seus efeitos destruidores no cérebro, o que abrevia a morte de suas vítimas.

Um jovem de 21 anos, até há pouco de vida morigerada, foi levado por falsos amigos a se tornar usuário de crack. Durante algum tempo a família nada notou de estranho em seu comportamento. Mais adiante, porém, houve uma brusca mudança em sua conduta. Ele abandonou os estudos e o trabalho e passou a dormir durante o dia todo para sair à noite para se drogar com os "amigos". Sendo de família modesta e não tendo dinheiro para comprar a droga, o rapaz passou a vender seus objetos pessoais para custear o vício. Além disto, tornou-se agressivo com a mãe e com a avó por se negarem a sustentar o vício. Em casos semelhantes é muito comum o viciado vender móveis, eletrodomésticos, roupas e outros objetos da família no desespero para aquisição da droga ou para pagar uma dívida contraída com traficantes que o ameaçam de morte caso não salde o débito. Esta, aliás, é a causa de inúmeras mortes, especialmente nos grandes centros urbanos.

Entretanto, a tragédia das drogas não alcança apenas pessoas da classe menos favorecida, mas atinge também a classe média e os mais abastados. Até mesmo entre as chamadas "celebridades" estão muitas vítimas deste flagelo. São inúmeros os casos de cantores, atores e atrizes famosos vitimados pelas drogas. Alguns morreram no auge do sucesso, enquanto outros amargam o ostracismo precoce, pois ficaram impossibilitados pela dependência química.

Elis Regina, considerada uma das melhores cantoras da história da MPB, morreu em 1982, aos 36 anos, em decorrência de uma overdose de cocaína. Já o cantor Nelson Gonçalves teve sua carreira quase encerrada ao ser preso com drogas. Vera Fischer, uma atriz famosa, esteve muito tempo afastada das novelas e perdeu a guarda do filho em razão da longa luta contra a dependência. Marcelo Antony, outro ator famoso, foi preso em 2004 comprando maconha. Cássia Eller morreu em 2001 em consequência do uso de drogas. Recentemente, a cantora inglesa Amy Winehouse foi alertada pelos médicos: se não parar de usar drogas vai morrer de enfisema pulmonar.

O caso mais recente, e também profundamente lamentável no mundo das "celebridades", é o do ator Fábio Assunção, de 37 anos, que após um período de brilhante atuação - segundo os parâmetros televisivos - encontrou o declínio em sua carreira em razão do uso de drogas. Ele passou a faltar a gravações, tinha dificuldades para decorar os textos e chegou a desmaiar durante uma gravação. Vencido pela cocaína, Assunção teve de ser afastado. Segundo a revista “VEJA”, ele acrescentou de próprio punho à nota oficial de sua emissora as seguintes palavras: "Por motivo de saúde, deixo o folhetim por tempo indeterminado. Que Deus ilumine meus passos na minha recuperação e com a confiança de que o mais breve possível estarei de volta para esse público que tanto amor me dá". É natural e humano que todos desejem que sua recuperação aconteça.

Mas, como poderá o viciado se recuperar? Caso dependa apenas de seus recursos pessoais, sua recuperação será muito difícil. Há clínicas especializadas que muito podem ajudá-lo, mas, na verdade, ele necessita, além destes recursos, de um poder sobrenatural, ou seja, do poder de Deus em sua vida para que possa alcançar a vitória. Cristo numa vida liberta a pessoa, seja qual for o grilhão que a esteja prendendo. "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8.36). Muitos têm sido libertados das drogas ao terem um encontro de fé com Cristo. "Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo" (2 Coríntios 5.17).

Finalizando, gostaria de dar uma palavra de alerta aos pais. A julgo muito necessária em face da tragédia das drogas. O vício pode atingir o seu filho de modo muito sutil através de um colega que lhe dá uma bala contaminada com droga ou ao aceitar um copo de refrigerante que esteja contaminado, o que bastará para levar a criança, ou adolescente, à dependência. Outro perigo é atender ao convite insistente de um "amigo" para provar um cigarro de maconha. Daí a necessidade de se dar aos filhos, enquanto crianças, o tratamento preventivo contra esta tragédia que assola a humanidade. É necessário falar aos filhos sobre as terríveis consequências do uso de drogas e como Satanás usa as pessoas para conseguir novas vítimas. É necessário ilustrar este ensino por meio de filmes, livros e outros recursos esclarecedores. E, como parte principal deste tratamento preventivo, leve seu filho a aceitar Jesus como seu Salvador e Senhor, pois, ao se converter a Cristo, estará vacinado contra o terrível mal. Há um infalível preceito bíblico que não deve ser esquecido: "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele" (Provérbios 22.6).

NILSON DIMARZIO

Pastor da Igreja Batista em Vila Mury (RJ)

ndimarzio@bol.com.br


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

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