sexta-feira, 1 de maio de 2009

Páscoa, o que significa isto?



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Escrito por ISALTINO GOMES COELHO FILHO
16-Apr-2009

Páscoa vem da palavra hebraica pesach, “passar sobre”. Aconteceu quando Israel, após 400 anos de escravidão no Egito, foi libertado miraculosamente por Deus e constituído como seu povo. A Páscoa era o pacto entre Deus e Israel. Deus cuidaria do povo e Israel lhe seria obediente. Sua instituição está em Êxodo 12.1-13.

Neste texto destacamos três aspectos: o cordeiro, o participante e o sangue do cordeiro. Analisamos os três separadamente, ajuntando depois suas partes e cotejando com a pessoa de Jesus podemos entender um pouco mais sobre o significado cristão da Páscoa. A Páscoa judaica era também uma profecia factual, que se cumpriu em Cristo.


O cordeiro

Sem defeito e macho de um ano (Êxodo 12.5). Com um ano o cordeiro está adulto. Deveria ser perfeito. Um símbolo de Cristo, que começou seu ministério aos 30 anos (quando o hebreu alcançava a plenitude física) e foi sem pecado. O cordeiro deveria ser comido com pães ázimos (sem fermento, símbolo da corrupção - o fermento não era químico, era comida azeda ajuntada à comida boa para fermentá-la), e com ervas amargas (símbolo da amargura da escravidão), conforme Êxodo 12.8. Deveria ser inteiramente comido. O que sobrasse seria queimado (verso 10). Um símbolo do sacrifício de Cristo, totalmente consumido em favor da humanidade. É por isto que Paulo chamou Jesus de “nossa Páscoa”, como lemos em 1 Coríntios 5.7. O cordeiro simbolizava a obra de Jesus. Sua morte simbolizava a morte de Cristo por nós. Por causa do sangue do cordeiro na Páscoa, Deus passou por cima dos hebreus. Por causa do sangue de Cristo, Deus passa por cima de nós e não nos condena.


O paricipante

A Páscoa deveria ser celebrada em família (Êxodo 12.3). Israel deveria se ver como uma comunidade e não como uma massa de escravos. Um símbolo da Igreja, que é uma família, a família de Deus. As pessoas deveriam comer a refeição já preparada para a viagem, e de forma apressada. Outro simbolismo é que eram peregrinos. O Egito não era o lugar deles. Da mesma forma um cristão compreende que é peregrino neste mundo. Nenhum de nós viverá para sempre. Todos iremos embora daqui. Eles tinham um destino, uma pátria. A Igreja compreende que é peregrina e que tem uma pátria melhor, como lemos em Filipenses 3.20 e Hebreus 11.14-16. A Páscoa judaica lembrava aos judeus que foram estrangeiros no Egito e que Deus lhes dera uma terra. O cristão sabe que é peregrino neste mundo e que Deus lhe deu uma pátria celestial. Jesus deixou isto bem claro, como lemos em João 14.1-6. Somos peregrinos, em busca de uma pátria melhor.


O sangue

O sangue era a cobertura que salvava. À meia-noite houve juízo sobre o Egito, mas onde houvesse o sangue na porta haveria salvação e não haveria juízo (Êxodo 12.12-13). Simbolizava o sangue que Cristo derramaria na cruz para nos livrar do poder das trevas e da condenação eterna, como lemos nas seguintes passagens: João 8.34-36 e 1 João 1.7-9.

O sangue de cordeiro que foi derramado e aspergido nas portas das casas dos judeus significa que eles estavam cobertos, Deus passaria por cima da casa e não a julgaria. Da mesma maneira, quem está coberto pelo sangue de Cristo, quem crê no seu sacrifício na cruz por nós, está coberto e não será jamais julgado: João 3.16-17. O sangue do Cordeiro de Deus nos cobre do juízo divino


Conclusão

A Páscoa do cristão não é ovo de chocolate nem o símbolo é um coelho. Isto é festa. A verdadeira Páscoa é aquela em que podemos dizer que aceitamos que Jesus morreu pelos nossos pecados. Ele é a verdadeira Páscoa. Ele morreu numa semana de Páscoa, encerrando assim o trato de Deus com Israel e fazendo surgir outro povo, a Igreja, povo multirracial, multiétnico e atemporal, que não tem geografia. A ceia substitui a Páscoa, pois é a nova aliança: Mateus 26.17-28. Esta nova aliança cancela a antiga: Hebreus 8.9-13. O cristão, na Páscoa, lembra disto: Cristo morreu pelos nossos pecados. Esta sempre foi a verdadeira mensagem da Igreja: 1Coríntios 15.1-4. Cristo morreu por nossos pecados, como o cordeiro que morreu para que os israelitas tivessem liberdade. Entretanto, Cristo ressuscitou, esta é a diferença. Por isso vale a pena crer nele.

Não precisamos ser rabugentos, implicando com tudo, e negarmos o aspecto cultural e festivo dos dias da Páscoa. Receba e dê ovos de chocolate, se você gostar. Porém, a verdadeira Páscoa é poder dizer que Cristo morreu por nós para nos dar a salvação.

ISALTINO GOMES COELHO FILHO

Pastor, colaborador de OJB

www.isaltinogomes.com


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

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