segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Igreja e Estado



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Escrito por CARLOS CESAR PEFF NOVAES
29-Sep-2008

Sim, ando muito preocupado com os rumos que o evangelicalismo brasileiro tem tomado, muito especialmente no que se refere à postura política.

A linha que deveria separar interesses religiosos de interesses políticos torna-se cada vez mais tênue, os políticos estão ficando mais ousados no uso do discurso religioso e os pastores mais dissimulados quanto aos verdadeiros objetivos de seus projetos de poder.

O princípio de separação entre Igreja e Estado, defendido pelos batistas desde as suas origens, é uma constante advertência contra dois perigos: a) a imposição de uma igreja oficial ou nacional, impedindo o exercício da liberdade religiosa; b) a alienação dos crentes, quando se omitem de atuar como elemento profético para denunciar os descaminhos de um governo.

Em outras palavras: se a separação entre Igreja e Estado garante a existência de um estado laico, impedindo que este exerça poder sobre a sociedade através do discurso religioso, também evita que a igreja seja tutelada pelo poder estatal, cerceando sua liberdade para denunciar os erros dos governantes e fazendo dela um instrumento de chancela divina para arbitrariedades e desmandos.

Justo Anderson enumera cinco pontos que descrevem o sentido do princípio de separação entre Igreja e Estado:

– trata-se de separação na ordem pública e legal, embora não signifique separação absoluta nas ordens morais e espirituais;

– exige que o Estado respeite todas as igrejas igualmente, evitando discriminações e favorecimentos a algumas em detrimento de outras;

– não permite a cobrança de impostos eclesiásticos, nem o uso de impostos públicos para o sustento das igrejas;

– não permite a instrução religiosa nos colégios públicos sob o direcionamento de uma determinada corrente eclesiástica, nem o uso do ensino público para promover proselitismo religioso;

– tem por finalidade principal a preservação do bem-estar das igrejas e do Estado.

O que vemos hoje, entretanto, é um desprezo inconseqüente desse princípio tão caro aos seus defensores de outrora.

Tudo indica que não perdemos apenas a capacidade de compreender o presente para preparar o futuro. Perdemos a visão do passado e da importância do legado recebido. Lamentavelmente.

Na verdade, tragicamente.

O teólogo Oscar Cullmann sugere aos cristãos que, no firme exercício das suas responsabilidades como cidadãos, orem pelos governantes, oponham-se à anarquia, sejam fiéis no pagamento dos impostos para propiciar ao Estado organizado as condições necessárias para a sua subsistência e atuem como consciência das autoridades, assumindo uma postura crítica para revelar excessos, apontar injustiças, ainda que apoiadas por leis, e rejeitar interferências arbitrárias que cerceiem os direitos civis.

Diz Cullmann ainda que o Estado não tem obrigação de professar uma fé cristã, mas deve reconhecer seus limites no ato de governar, corrigir rotas que firam a dignidade do ser humano e respeitar valores éticos na busca do bem comum da sociedade e do povo.

Nos escritos paulinos, o governo estatal é determinado por Deus para manter a paz e a ordem e, enquanto trabalha para preservar esses objetivos, deve ser respeitado e obedecido (Rm 13.1). Por outro lado, Paulo entende que o Estado pode também ser vítima dos poderes malignos invisíveis que atuam por trás dele, impedindo os governantes de compreenderem e cumprirem os desígnios de Deus (1Co 2.8): uma vez identificado com os valores do reino de Deus, o Estado reflete a vontade divina; quando apartado desses valores, o Estado passa a exigir o que pertence a Deus e reflete valores contrários à vontade divina.

Diante dessa face ambígua das autoridades governamentais, o apóstolo sugere que, não sendo o poder do Estado absoluto e final, convém aos cristãos assumirem uma atitude crítica que os deixe livres para, à luz de determinadas circunstâncias, defender a existência do Estado e, ao mesmo tempo, prescindir do mesmo se for necessário (1Co 6.1).

O fato é que pertencemos a dois reinos. Em primeiro lugar, somos responsáveis pela manutenção da ordem governamental e do direito dos cidadãos na sociedade em que estamos. Entretanto, não perdemos de vista o nosso compromisso com o reino de Deus e seus valores.

Somos cidadãos de dois reinos, sim.

Mas nunca servos de dois senhores.

CARLOS CESAR PEFF NOVAES - Pastor da IB de Barão da Taquara, Rio de Janeiro (RJ) - http://carlosnovaes.blogspot.com



EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Pr. Silas Malafaia fala sobre G12.











domingo, 21 de setembro de 2008

O ataque foi contra Deus






Reflexão — Ricardo Gondim
O ataque foi contra Deus
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, procurou transformar o ataque de 11 de setembro numa guerra do bem contra o mal. Parafraseou, inclusive, uma expressão de Jesus Cristo: “Quem não estiver conosco, estará contra nós”. Dan Rather, âncora de uma das mais expressivas redes de televisão americanas, chorou em um show de entrevistas. Com a voz embargada, afirmou que os terroristas atacaram Nova York, porque tinham inveja da riqueza americana. Osama bin Laden incluiu o sofrimento dos palestinos e a presença americana no solo sagrado da Arábia Saudita como justificativa para o ódio que levou seu bando a matar gente inocente na cidade mais cosmopolitana do mundo.

Naquela manhã fatídica eu estava ligado na CNN. Permaneci imóvel diante das torres do World Trade Center se esfumaçando. Vi as primeiras imagens do Pentágono, o centro da mais imponente máquina militar do planeta, ardendo sob o impacto de um avião que se espatifara contra suas paredes até então consideradas indevassáveis. Chorei quando ruíram aqueles dois edifícios, imaginando as pessoas desesperadas correndo para salvarem suas vidas. Eu sabia que o mundo nunca mais seria o mesmo.

Naquela noite, preguei em um seminário sobre as igrejas do Apocalipse. Estava consciente de que as conseqüências daquele ataque suicida alcançariam todos nós. Eu sabia que era testemunha ocular da história. Desmoronavam as teorias de Francis Fukuiama de que a História (com h maiúsculo) terminara com a dissolução do império soviético e que já não haveria utopias a serem sonhadas. O neoliberalismo chegava ao fim. Ou os estados intervinham nas economias ou haveria um colapso global, começando pelas companhias aéreas. O dia 11 de setembro aposentava também aqueles antigos mapas escatológicos que nos forneciam uma cronologia dos eventos que antecederiam o fim do mundo. O vilão, ao contrário do que pensavam os teólogos dispensacionalistas, já não seria o Mercado Comum Europeu nem o comunismo, mas o islamismo.

Eu, brasileiro, nordestino, pastor de uma igreja pentecostal, estarrecido com todos os acontecimentos, sentia que eles envolviam mais interesses internacionais com repercussão na economia e nas relações do Ocidente com o mundo islâmico. Mas um artigo de José Saramago, publicado na Folha de São Paulo de 19 de setembro, chamou-me a atenção pelo título: O Fator Deus. Ele abriu meus olhos para as mudanças que se prenunciam para o mundo religioso.

Suas considerações, mesmo tendo de descontar sua notória antipatia a Deus, mostraram-me que os atentados do mês de setembro produzirão no mundo ocidental uma nova postura quanto à religião. Por isso, interessei-me em lê-lo cuidadosamente. Saramago afirmou: “Já foi dito que as religiões, todas elas, sem exceção, nunca serviram para aproximar e congraçar os homens, que, pelo contrário, foram e continuam a ser causa de sofrimentos inenarráveis, de morticínios, de monstruosas violências físicas e espirituais que constituem um dos mais tenebrosos capítulos da miserável história humana.”

Sua análise coincide com a mentalidade pós-moderna de que “Deus não é mais que um nome, o nome que, por medo de morrer, lhe pusemos um dia e que viria a travar-nos o passo para uma humanização real”. Talvez por haver escrito apenas oito dias após aquele desastre programado, o português ganhador do prêmio Nobel não nos poupou de sua virulência verbal: “Em troca prometeram-nos paraísos e ameaçaram-nos com infernos, tão falsos uns como outros, insultos descarados a uma inteligência [...]”.

Saramago cunhou a expressão “fator Deus” para combater todo engajamento religioso, que ele acredita ser maligno e promotor de tanto sofrimento humano. Para ele, o ‘fator Deus’, que “se exibe nas notas de dólar e se mostra nos cartazes que pedem para a América (a dos Estados Unidos, não a outra...) a bênção divina” é que deve ser responsabilizado pelo fanatismo secular que tira a paz da humanidade. Ainda: “E foi o ‘fator Deus’ em que o deus islâmico se transformou que atirou contra as torres do World Trade Center os aviões da revolta contra os desprezos e da vingança contra as humilhações”.

O escritor português escreveu que não foram os deuses inventados pelos homens que cometeram esses atos sinistros, mas esse tal ‘fator Deus’ que é “terrivelmente igual em todos os seres humanos onde quer que estejam e seja qual a religião que professem, esse que tem intoxicado o pensamento e aberto as portas às intolerâncias mais sórdidas, esse que não respeita senão aquilo em que manda crer, esse que depois de presumir ter feito da besta um homem acabou por fazer do homem uma besta.”

Arnaldo Jabor, por sua vez, afirmou em um programa de televisão naquela mesma semana que o monoteísmo é o verdadeiro responsável pelo ódio religioso. Ele acredita que ao criarmos Deus, precisávamos descartar as outras idéias sobre a divindade. Ao transformarmos todos os outros deuses em ídolos falsos, geramos a intolerância religiosa. Para ele, os modelos monoteístas (judaísmo, cristianismo, islamismo) promovem mais ódio que quaisquer outros, pois enxergam o próximo sempre como um herege ou um parceiro do diabo.

Os atentados terroristas recrudescerão a intolerância ocidental para com aqueles que não forem ecléticos e ecumênicos. Todos os que, de agora em diante, insistirem nos antigos valores da ética judaico-cristã, acreditarem na afirmação de que Jesus Cristo é o Caminho, ou pregarem os postulados da Reforma de que há uma só verdade religiosa objetiva, revelada na Bíblia, receberão imediatamente o rótulo de retrógrados, medievais e reacionários.

Acredito que os desdobramentos de 11 de setembro de 2001 serão sentidos na comunidade evangélica a médio e longo prazo. Seremos mais e mais rechaçados quando pregarmos a exclusividade da cruz como meio de salvação. Viveremos sob o patrulhamento ostensivo de uma sociedade que não admitirá que falemos da lei moral que condena o pecado e afirma os valores da família, da dignidade da vida e da justiça social. Seremos discriminados pela nossa teimosia em afirmar que há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens. Seremos mais e mais estigmatizados quando insistirmos na unicidade da encarnação e no mandato evangelístico. Já é difícil mostrarmos a necessidade de evangelização dos povos indígenas; a partir de agora será quase impossível.

Os terroristas criaram uma nova mentalidade no mundo. O conceito de tolerância já não é o da convivência entre idéias diferentes. A partir de agora será o de não se insistir em uma idéia, principalmente religiosa.

Sim, a religião, ou como quer José Saramago, o “fator Deus”, não só conspirou para matar Jesus Cristo, como foi responsável pelas Cruzadas, pela Inquisição, pelo genocídio da Armênia, pelo massacre em Ruanda, pelo ódio na Irlanda do Norte e, agora, pelo Talibã, com uma história aviltante de desprezo pelas mulheres, desastre econômico, ecológico e cultural do Afeganistão.

Mas condenar Deus por aquilo que os homens fazem em seu nome seria como condenar a ciência por desenvolver tecnologia que possibilite uma guerra biológica ou condenar os romancistas por escreverem a ficção que inspira os violentos a matarem.

Os terroristas que voaram contra aqueles edifícios pensavam demolir um símbolo econômico e em desestabilizar uma nação. Acabaram atingindo a Deus! Agudizaram a repugnância que a cultura ocidental nutre contra os valores religiosos e aumentaram a resistência que homens e mulheres têm de amarem a Deus. A partir de agora, meninos e meninas aprenderão a não defenderem idéias, principalmente religiosas, para não receberem a pecha de fundamentalistas.

Jesus profetizou sobre o fim afirmando: “Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome” (Mt 24.9). Este versículo já se cumpriu inúmeras vezes através dos séculos. Temo que o clima se torne mais uma vez tão insuportável que nos sintamos intimidados de pregar o “evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações” (v. 14). Receio que jovens do mundo ocidental cresçam sem ideais, quaisquer que sejam eles, e que radicais islâmicos sejam os únicos dispostos a morrerem por uma causa. Sem bandeiras, sem objetivos e sem utopias, permitiremos que a iniqüidade se multiplique. Em se multiplicando a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos e aí virá o fim.

Que Deus tenha misericórdia de nós.

Soli Deo Gloria.




Ricardo Gondim é pastor da Assembéia de Deus Betesda, em São Paulo. É autor de, entre outros, Orgulho de Ser Evangélico — por que continuar na igreja.




EXTRAÍDO DE: www.ultimato.com.br

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A espiritualidade e as carências humanas



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Escrito por JEASE COSTA
05-Sep-2008

O fato de os cristãos se sentarem em torno de um mesmo livro como autoridade de fé pode justificar a pergunta a respeito da qual se questiona as discrepâncias que existem entre os vários segmentos denominacionais.

Entretanto, as discrepâncias não encontram lugar apenas na diversidade denominacional, sendo também possível percebê-las entre os que afirmam comungar das mesmas bases doutrinárias. Ou seja, pessoas que freqüentam as mesmas igrejas se posicionam de forma diferente ou, até mesmo, contraditória no que se refere à prática da fé, à compreensão de Deus e ao modo como ele se relaciona com as pessoas.

Devemos admitir que a resposta para esse fenômeno não é tão simples, pois devem ser considerados vários fatores, entre os quais a experiência e as expectativas religiosas de cada pessoa ou grupo, e nesse caso devemos considerar que esses fatores não são os mais adequados para nos ajudar a estabelecer um sistema de prática de fé capaz de nortear a vida de forma saudável e equilibrada. Na verdade, em se tratando principalmente das expectativas religiosas de cada pessoa ou grupo, talvez comece aí o caminho das deturpações da espiritualidade. Isso porque temos a tendência de interpretar o texto sagrado não a partir dele mesmo, mas de nós, de nossas carências e necessidades. Nesse caso o elemento norteador da espiritualidade não é mais a Revelação bíblica, mas o homem a partir de suas carências. E aí, em vez de Deus nos construir a partir de quem ele é, nós o construímos a partir de quem somos. Os resultados disso são uma espiritualidade frágil, uma religiosidade deturpada, uma prática de fé vulnerável e algumas igrejas com princípios doutrinários tão antagônicos que até parece se tratar de outras religiões que não a bíblica.

Se a interpretação de Deus é feita a partir de nós mesmos, talvez isso justifique a grande quantidade de crentes frustrados com a sua fé, uma vez que o Deus que queremos construir deverá estar constantemente ocupado com o nosso bem-estar e nos suprindo a cada momento de todas as nossas necessidades. Com isso, formamos um conceito de religiosidade em que a espiritualidade de alto padrão não pode se compatibilizar com as necessidades humanas. Nesse caso, passar por privações é o mesmo que estar em desacordo com Deus. Como sempre teremos algum tipo de privação ou carência, a relação com Deus, a partir desse conceito, está gravemente comprometida.

O que precisamos de mais urgente, se queremos recuperar a saúde e o equilíbrio da fé, é de um virar as costas para nós mesmos, como centro de referência da espiritualidade, e nos voltarmos para Jesus, que é a Palavra encarnada de Deus. Quando ele voltar a estar no centro de tudo sem ser contaminado com nossas conveniências e expectativas, a espiritualidade terá um padrão confiável e compreenderemos que a relação com Deus pode ser produtora de vida mesmo em meio às carências humanas mais profundas. Na verdade, a espiritualidade elevada não é incompatível com as carências humanas. O texto de Mateus que registra a experiência de Jesus sendo tentado no deserto é revelador nesse caso. O texto diz assim: Jesus foi, então, conduzido pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo Diabo. Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. O tentador aproximou-se então dele e disse: “Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães”. Jesus, porém, afirmou-lhe: “Está escrito: ‘Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus’” (Mateus 4.1-4 KJA). É revelador o fato de que Jesus “depois de jejuar, teve fome”. A fome é uma das mais fortes expressões das carências humanas, e jejuar é um dos elementos da prática da espiritualidade de maior demonstração de devoção. O fato de Jesus ter fome depois de jejuar nos revela que a necessidade humana não é incompatível com a espiritualidade de elevado padrão. O conceito que formamos de Deus a partir do que somos, o de que ele tem o dever de nos suprir de todas as nossas carências porque nos firmamos em práticas que demonstram boa espiritualidade, não tem origem na revelação divina. Foi o tentador quem disse isso: “Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães”. Jesus mostrou que é possível viver como filho de Deus mesmo sem estar suprido do pão. A bem da verdade, se Jesus resolvesse seu problema da fome do modo como o tentador lhe sugeriu, acabaria por criar uma grande tensão teológica. Isso em dois aspectos. Em um primeiro momento ele comprometeria a identificação divina com o homem ao resolver desse modo o seu problema, já que conosco isso não ocorre assim. Como Deus se identificaria com a humanidade recusando-se a passar pelas mesmas privações dos seres humanos? E, em segundo lugar, já que Deus pretendia se identificar conosco na pessoa de Jesus, uma vez que teria suprido sua própria carência teria também o dever de nos suprir das nossas. Mas, mesmo nesse caso, o problema persistiria, pois em vez de ele se identificar conosco em nossa humanidade, nós é que estaríamos identificados com ele em sua divindade, uma vez que Deus de nada tem falta. Assim, nossa humanidade estaria comprometida, pois os cristãos seriam menos humanos que os demais.

Um dos elementos que definem a fragilidade da espiritualidade contemporânea reside no fato de que queremos um Deus que esteja a nosso serviço. Entretanto, um dos elementos mais gloriosos da espiritualidade bíblica é que temos um Deus a quem servir durante toda a vida e em todas as circunstâncias. É possível estar num deserto e sentir a presença de Deus. Ter fome é compatível com o ato de jejuar. Estar bem com Deus não é incompatível com o não estar bem em todas as áreas da vida, pois, como Jesus respondeu ao tentador, não é só de pão que vive o homem.

Na experiência de Jesus, depois de tudo os anjos vieram e o serviram. Em nossa experiência, se nos mantivermos nele, ele também virá ao nosso encontro. Não nos deixará abandonados e sós. A experiência mais gloriosa da vida é andar com Deus, ainda que em desertos e com falta de pão.

JEASE COSTA - Pastor da Igreja Evangélica Batista Moriá, São Paulo (SP) - jeaseeandreia@ospardais.org.br


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

sábado, 13 de setembro de 2008

Um jovem dos dias apostólicos.



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Escrito por MANOEL DE JESUS THÉ
09-Sep-2008

Em 1970, um famoso autor recebeu o prêmio Nobel de Literatura por seus livros escritos nas prisões da antiga União Soviética.

No dia 3 de agosto último, com 89 anos de idade, esse autor faleceu em Moscou. Seu livro premiado chamou-se Arquipélago Gulag, no qual conta os sofrimentos dos prisioneiros. O mais interessante de tudo é que a pena de oito anos de prisão deveu-se a uma carta que Alexander Soljenitsin escreveu ao ditador Stalin. Nessa carta, o missivista queixava-se dos sofrimentos infligidos aos soldados russos, por parte dos oficiais, na Segunda Guerra Mundial, contra os alemães.

Dentre seus livros, temos um com um título pouco comum: Um dia na vida de Ivan. À primeira vista, parece-nos que o livro é uma homenagem. Ele fala sobre os companheiros de prisão, mas as notas sobre o prisioneiro, companheiro de cela, chamado Aliosha, são de arrepiar. Vamos conhecer esse jovem.

Aliosha é o diminutivo de Alexander, nome muito comum entre os russos. Toda vez que o autor menciona o jovem Aliosha, ele informa: “Aliosha, o batista”. Aliosha copiava a mão trechos das Escrituras e distribuía para os colegas. Esse foi seu crime. Pegou muitos anos de prisão, pois logo após ser solto, ele voltava a distribuir porções da Palavra de Deus.

Façamos uma ressalva. Costumamos classificar nossos dias como dias difíceis para o jovem cristão. Bobagem! Jamais tivemos dias mais fáceis ou mais difíceis. O mundo, que “jaz no maligno”, foi sempre inimigo do Reino de Deus. Eis o parecer de Soljenitsin sobre Aliosha: “Eram cinco e meia da manhã. Aliosha acorda, move um tijolo, onde ele escondia as páginas copiadas do Novo Testamento. Durante meia hora, lia a meia voz e orava por todos nós. Lá fora, trinta graus abaixo de zero”.

Irmão, você já imaginou que há 30 anos houvesse alguém que fizesse isso? Vamos a outra citação.

Eram 6h30 da manhã. O capataz toma o chicote e obriga os prisioneiros a entrarem na fila para seguirem para o campo de trabalhos forçados. Aliosha é sempre o primeiro da fila. Nunca leva chicotadas. O clima aponta 25 graus abaixo de zero. Aliosha nunca reclama”, lembra Soljenitsin.

A última citação é mais comovente ainda: “São 7 horas da manhã. Marchamos por uma estrada. O sol brilha, derrete a neve nos campos. Estamos a vinte graus abaixo de zero. Seu rosto brilha tanto pelo sol que nos aquece, como pela felicidade que nasce no coração de Aliosha. Ele é o único feliz entre nós, o seu Cristo lhe basta”.

Jovem, naqueles anos, a cortina de ferro (linha fronteiriça entre os países europeus que tinham governo comunista, e que eram integrados no bloco liderado pela ex-União Soviética, e os da Europa ocidental) impedia o livre trânsito. Amigos e admiradores do escritor russo passaram o livro por baixo da “cortina”.

A Sorbonne, famosa Universidade de Paris, traduziu e publicou o livro. Aliosha tornou-se conhecido no mundo todo, pregou a estudantes através do livro, penetrou no mais difícil dos campos que é o filosófico, político e estudantil. Será que ele ainda está vivo? Isso não sabemos, mas uma coisa é certa, ele cumpriu as Escrituras, que nos dizem: “Depois de morto ainda fala”. Pois é, ainda vivemos os dias apostólicos, porque tais cristãos existem. Jovem, você não quer ser um deles?

MANOEL DE JESUS THÉ - Pastor da IB Ebenézer (SP) - ibesp@ibesp.org.brEste endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email

EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Campanha Nacional de Oração pelo Projeto Minha Esperança

O projeto Minha Esperança alcançou a reta de chegada. Mais de 50 mil igrejas já estão comprometidas, com mais de 600 mil lares, que abrirão as suas portas por três dias em novembro para receber parentes, amigos e vizinhos convidados para assistirem as transmissões dos programas. Trata-se do maior esforço evangelístico realizado no país em parceria com a Associação Evangelística Billy Graham.
Seguindo o lema de Billy Graham, que sempre estimulou a oração como a chave para o êxito de qualquer projeto, o Minha Esperança não pode jamais prescindir dessa ferramenta. Assim tem sido ao longo desses meses de preparação, e muito mais agora, quando se aproxima a hora da grande colheita de almas para o Reino de Deus.
Queremos contar com um exército de intercessores em todo o Brasil. Com milhares de irmãos que estejam dispostos a colocar-se conosco na brecha da intercessão perante Deus em favor do nosso país e do projeto Minha Esperança de agora até novembro.
Venha fazer parte dessa hora histórica da intercessão na vida da igreja evangélica brasileira.
Veja a seguir alguns objetivos de oração até as transmissões:
• Ore pelas transmissões nos dias 6, 7 e 8 de novembro, às 21:00hs, pela Rede Bandeirantes, para que obstáculo algum impeça o Brasil de ser alcançado pelas boas novas durante aqueles dias.
• Ore para que os programas sejam inspirativos e falem diretamente ao coração de milhares de telespectadores em todo o Brasil.
• Ore para que os vários segmentos de mídia envolvidos na divulgação do Minha Esperança possam fazer chegar essa mensagem aos quatro cantos do país.
• Ore em favor da equipe que trabalha no escritório nacional para que todos disponham de condições físicas, emocionais e espirituais para servir aos milhares de pastores em todo o Brasil com todas as ferramentas necessárias ao êxito do Minha Esperança.
•Ore pelos coordenadores regionais que ainda continuam realizando reuniões de treinamento em suas respectivas áreas de responsabilidade para que alcancem o máximo possível de igrejas que ainda não tenham sido treinadas.
• Ore em favor dos pastores que já estão treinando os membros de suas igrejas para que suas casas se tornem Lares Mateus nos dias das transmissões dos programas. Que eles sejam motivados a ver essa ferramenta como uma estratégia eficiente para o crescimento de sua igreja local.
• Ore em favor dos milhões de pessoas que estarão sendo convidados em todo o Brasil, através dos Lares Mateus das mais diferentes denominações para que sejam tocados pelo Senhor e venham assistir em cada casa as transmissões do Minha Esperança.
•Ore por milhares de pessoas que farão a sua decisão por Cristo durante as transmissões para que a semente plantada em seus corações floresça e dê muitos frutos para o Reino de Deus.
•Ore para que as igrejas, conforme já orientadas, empenhem-se em mandar os seus relatórios ao escritório nacional através dos coordenadores de suas respectivas áreas, após as transmissões, para que a equipe de Minha Esperança possa contabilizar os resultados da colheita em todo o Brasil.
•Ore para que as igrejas, após as transmissões, durante a fase de acompanhamento, possam fazer um eficiente trabalho de integração e discipulado para que os frutos colhidos permaneçam.
•Ore, finalmente, em favor do projeto Minha Esperança que está sendo também desenvolvido em Cingapura, com transmissões previstas para dezembro para que haja ali, como no Brasil, uma grande colheita de almas para o Reino de Deus.
Veja, a seguir, algumas redes de oração que fizeram parceria com o Minha Esperança para levantar um exército de intercessores em todo o Brasil em favor do projeto.
Pr. Amaury Braga – SEPAL
amaury@sepal.org.br
www.sepal.org.br

Irmã Ana Maria - Rede de Mulheres de Ação Global – RMAG
amcastro@terra.com.br / amide@terra.com.br
www.rmag.kit.net

Rev.Marcelo Gualberto – Desperta Débora
mpc@mpc.org.br
www.mpc.org.br / www.despertadebora.com.br

Irmã Cristiane - GIDEÕES DA ORAÇÃO Igreja Batista Getsêmani
christianne_coelho@hotmail.com
www.getsemani.com.br

Luiza Mauro – Rede Internacional de Oração e Intercessão
rede.brasil@yahoo.com
www.adhonep.addr.com

EXTRAÍDO DE: www.minhaesperanca.com.br

JOVEM - alvo de tantos enganos



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Escrito por CELSON DE PAULA VARGAS
09-Sep-2008

Alegra-te, jovem, na tua juventude, recreie-se no teu coração nos dias da tua mocidade; anda nos caminhos que satisfazem ao teu coração e agrada aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá conta.” –Eclesiastes 11.9

Talvez pelo seu espírito voluntarioso, forte e aventureiro, o jovem é sempre alvo de armadilhas que, ao final, o levam a danos físicos, emocionais, morais, espirituais. Muitos destes deixam indeléveis seqüelas ou até mesmo têm sido fatais.O marketing mundial do mal está sempre apontado para os jovens, em primeiro lugar. A indústria do sexo, da mídia, das drogas e, mais recentemente, pasmemo-nos, a espiritual, onde igrejas que se denominam evangélicas ou não, em nome da necessidade de modernizar a propagação do Evangelho, está utilizando estratégias diversas e absurdas com o argumento de que só assim poderão atrair os jovens. Tais promovem reuniões (penso que não podemos chamar isto de culto), onde o ambiente, a atmosfera são os mesmos dos das casas noturnas ou boates: as luzes, os instrumentos, a altura do som, os ritmos, a dança ou expressão corporal (coreografia gospel), a sensualidade, a falta de reverência, que se reduzem em falta de decência e ordem, recomendados para o culto cristão (1Co 14.40). Os pais são sutilmente ameaçados com argumentos do tipo: “É melhor vê-los dançando, bebendo, prostituindo-se na igreja do que no mundo”.

Amado jovem, não se deixe enganar no único lugar que é a única esperança para a sua salvação, a igreja. Ela foi constituída por Jesus para ser uma comunidade de pessoas salvas e regeneradas, portadora de uma mensagem que aponta as misérias da carne e as vitórias do Espírito em Jesus. Você, como todos, precisa reconhecer a sua necessidade de ser perdoado, arrepender-se, passar seus pecados para Jesus e deixá-los. “Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm 8.7,8).

Como pastor, não posso omitir de você esta verdade, passando-lhe a enganosa mensagem de que pode ser salvo vivendo os mesmos costumes carnais do mundo, dentro da igreja. Isto não é questão de cultura, tampouco de liturgia como andam lhe dizendo. Isto é pecado.

Disse-nos Jesus: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24).

CELSON DE PAULA VARGAS - Pastor da IB Monte Moriá, Volta Redonda (RJ)


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

terça-feira, 9 de setembro de 2008

A necessidade de um bom amigo.



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Escrito por ISALTINO GOMES COELHO FILHO
09-Sep-2008

No excelente livro Automotivação, alta performance, de Zig Ziglar (obrigado pelo presente, Nelya!), há um capítulo intitulado “Pessoas e propósitos”.

Ziglar, batista e professor de EBD em sua igreja (de 22 mil membros), fala da necessidade de amigos, mostrando como bons relacionamentos ajudam, inclusive, na recuperação médica.

Ele cita o poeta inglês John Donne que disse que “Nenhum homem é uma ilha” (título de um romance do austríaco Mario Simmel). Segue dizendo que, infelizmente, há pessoas que se trancam e fazem questão de não ter amigos. É verdade. Algumas parecem trazer um letreiro na testa: “Não se aproxime”. Zig diz entender que algumas dessas pessoas se frustraram com outras, por isso querem distância. E cita um ditado rabínico: “Quem procura um amigo sem imperfeições jamais terá amigos”.

Relacionar-se é arriscar-se. Mas vale a pena. Fechar-se é pior. Lembra-me uma frase atribuída a Vitor Hugo: “Se não queres sofrer, guarda teu coração em cofre de ferro e não o dês a ninguém. Mas neste cofre ele minguará e tu serás infeliz”. É provável que todos tenhamos nos decepcionado com alguém. Mas é provável que também tenhamos sido enriquecidos por amigos. E que tenhamos falhado com pessoas que esperavam de nós. Também podemos ser maus amigos, em ocasiões. Mas todos nós já fomos bons amigos.

Embora seja empresário, Ziglar é bem versado em Teologia e faz uso acertado da Bíblia. Ele mostra que Deus nos fez pessoas sensíveis, necessitadas de relacionamentos. É verdade. E, seguindo pela trilha por ele aberta, vou além: Deus se propôs a ser nosso amigo.

Ele se dignou a escolher um homem, Abraão, para ser seu amigo (2Cr 20.7 e Tg 2.23). O Deus que se basta, que é auto-suficiente, quis fazer de um homem seu amigo. É verdade que para isso lhe fez uma exigência (porque escolher amigos é um ato seletivo): “Anda em minha presença e sê perfeito” (Gn 17.1).

Jesus fez de seus seguidores seus amigos. “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer” (Jo 15.15). Jesus viveu entre pessoas, e não em meditação transcendental, alienado de gente.

Às vezes amigos nos decepcionam. Davi se frustrou com Aïtofel, que o traiu e se bandeou para Absalão (Sl 55.13). Mas Jesus é o amigo que não falha nem decepciona. Ele é digno de confiança. Pode não aceitar nossa conduta, mas não nos rejeita. Mesmo que nosso estado não seja dos melhores, ele não nos deixa de lado, e sempre nos restaura. Pedro foi um mau amigo, falhou com ele, mas ele confiou a Pedro o pastorado das ovelhas, reiterando a tarefa por três vezes (Jo 21.15-17).

A Cruzada Mundial de Literatura teve um folheto evangelístico de larga circulação, durante anos: “Ele quer ser seu amigo”. É verdade. Ele quer ser seu amigo. Quer sua companhia. Aceite-a, ande com ele. Jesus é o amigo que não falha, que não decepciona, que restaura e cuja companhia sempre faz bem. Ah, em tempo: ele é o amigo perfeito.

ISALTINO GOMES COELHO FILHO - Pastor da IB do Cambuí, Campinas (SP) http://www.ibcambui.org.br/ibc/


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

sábado, 6 de setembro de 2008

Pai nunca se aposenta!



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Escrito por ANTONIO MENDES
03-Sep-2008

Diz o dito popular que: “Ser avô é ser pai duas vezes”.

Sendo assim, o vovô deve dar duas vezes mais exemplos para os netos, ser duas vezes mais cuidadoso com o testemunho, com as palavras, com os gestos e principalmente com sua vida diante de Deus.

Normalmente, os pais são os super-heróis dos seus filhos e estes, quando olham para o avô, devem ver um hiper-herói.

O vovô como crente no Senhor Jesus tem uma enorme responsabilidade na educação cristã dos seus netos. Não é dele a responsabilidade maior de ensiná-los, essa é dos pais, porém, lembre-se vovô, seus netos o observam e o têm como padrão.

Que exemplo transmite o avô que não vem à Escola Bíblica Dominical? Que não freqüenta os cultos de oração? Que não contribui para missões e nem é assíduo na igreja?

Imagine a frustração daquele neto que, ao terminar sua aula da EBD, sai correndo querendo mostrar o desenho de ovelhinhas recém-pintadas. Ele mostra para todos, mas onde está o vovô?

Aí, a criança começa a não entender porque o papai vem à igreja e o vovô não. E vêm as perguntas: O vovô não gosta de Jesus? O vovô não gosta da igreja? O vovô tem Jesus no coração?

Pais e vovôs, nenhum de nós se aposenta da responsabilidade e obrigação diante de Deus de ser modelos, conselheiros, amigos e guias para nossos filhos e netos.

A igreja de amanhã será aquilo que somos e ensinamos hoje para nossos filhos e netos. O vovô nunca será um pai aposentado.

“Desse modo vocês, seus filhos e seus netos temerão o Senhor, o seu Deus, e obedecerão a todos os seus decretos e mandamentos, que eu lhes ordeno, todos os dias da sua vida, para que tenham vida longa” (Dt 6.2).

ANTONIO MENDES - Pastor da PIB de Atibaia (SP)


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

Limites, uma ferramenta para a educação dos filhos.



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Escrito por SYLVIO MACRI
05-Sep-2008

Um dos grandes problemas quanto à educação dos filhos hoje em dia é o estabelecimento de limites.

Alguns pais acham que devem estabelecê-los, outros não. Alguns gostariam, mas não sabem como fazê-lo. E ainda outros são indiferentes a essa questão. A qual, aliás, tem sido amplamente discutida nos meios de comunicação, principalmente a TV, porém, nem sempre de maneira aceitável para os cristãos autênticos.

Do ponto de vista da família cristã, a abordagem desse assunto deve estar fundada na Bíblia, e ela é muito clara quanto a isto: existe uma hierarquia na família, que deve ser respeitada. Nessa hierarquia o papel dos filhos é obedecer aos pais, o que para Paulo significa “honrar os pais”, isto é, cumprir o quinto mandamento. Mas não se trata de uma ditadura dos pais, pois o apóstolo adverte a estes que “não provoquem a ira dos filhos, mas os eduquem dentro da disciplina e admoestação do Senhor” (Veja a passagem em Ef 6.1-4 e também Cl 3.20,21).

Quando falamos de estabelecer limites, estamos falando de exercer disciplina. A esse respeito temos um rico ensino no livro de Provérbios. Lá aprendemos que “as repreensões da disciplina são o caminho da vida” (6.23). Aprendemos também que, ao contrário do que se possa pensar, quem ama verdadeiramente os filhos castiga-os (13.24); que a criança não pode dirigir-se a si mesma, pois não tem sabedoria para tomar decisões, tendo uma tendência natural para cometer tolices, e por isso é preciso corrigi-la (29.15 e 22.15); e que a disciplina não é uma coisa negativa e sim positiva (23.13,14 – a linguagem aqui é muito interessante: o sábio diz que ao disciplinarmos não estamos “matando” os filhos, e, sim, “salvando a sua vida”).

Portanto, não há dúvida de que os pais cristãos têm não somente o direito, mas o dever de estabelecer limites. Em outras palavras, não é só uma questão de hierarquia ou autoridade, mas de sabedoria e de amor aos filhos. E outra coisa, ao estabelecer limites os pais criam uma situação de conflito potencial: o limite não pode ser ultrapassado, e se o for, deverá haver punição. A autoridade dos pais está sempre sendo desafiada, e se não houver punição quando houver transgressão, esta autoridade fica desmoralizada. Exercer disciplina é estabelecer limites e fazer com que sejam cumpridos.

Desde os primeiros dias a criança testa a autoridade dos pais. Por exemplo, quando resolve estabelecer os seus próprios horários para dormir e para alimentar-se. Cabe aos pais estabelecer horário e duração adequados para todas as atividades desde cedo. Dizem os especialistas em comportamento que se os pais começarem a ceder, já nessa época, perderão a autoridade sobre os filhos. Portanto, a este respeito não deve haver nenhum tipo de sentimentalismo (como, por exemplo: “ele é tão pequenino!”), e sim atitudes firmes e decisivas, para que as crianças saibam desde já quem detém a autoridade e aprendam a respeitá-la.

Se não são estabelecidos limites claros para as crianças, elas se tornam incapazes pelo resto da vida de distinguir entre o que é certo e o que é errado. Não se esqueçam de que os seus conceitos e o seu caráter estão em formação. Alguém precisa mostrar a elas de maneira simples e direta quando estão errando e quando estão acertando. Viver sob limites faz com que elas aprendam a exercer seus direitos sem descumprir seus deveres.

Mas lembrem-se os pais cristãos de que não podem errar neste ponto: o conhecimento do que é certo e do que é errado vem da Palavra de Deus. Se há algo com que a sociedade e suas instituições possam contribuir a este respeito, podem ter certeza que essa contribuição já está lá na Bíblia. Por isto os pais crentes não necessitam de outro padrão de ensino.

Como já dissemos, se os filhos são ensinados corretamente sobre o que é certo e o que é errado, quando cometerem erros deverão ser disciplinados. A punição pode ser desde uma simples advertência até um castigo severo, dependendo das circunstâncias, mas deverá acontecer, porque, se não, os filhos desenvolverão a noção de que as leis existem para serem transgredidas, e que não há problema nenhum em transgredi-las, já que não existe punição para os transgressores.

Uma das grandes tragédias da sociedade atual é justamente a impunidade, ou a noção dela, o que acaba contribuindo para o aumento da violência e da criminalidade. Os pais cristãos têm uma grande missão a desempenhar neste sentido: criar filhos disciplinados, que sirvam de exemplo para essa sociedade sem rumo e sem esperança, inculcando neles os princípios de justiça estabelecidos na Bíblia.

SYLVIO MACRI - Pastor da IB Central de Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro (RJ) - sylmacri@globo.com


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Adolescente, sim! Missionária, também!



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Escrito por FRANCISCO C. CORTES ALVES
02-Sep-2008

... levavam presa uma menina, que ficou ao serviço da mulher de Naamã” – 2Reis 5.2

Oficialmente, havia paz em Israel. Contudo, as tropas de Bene-Hadade, rei da Síria, continuavam a fazer incursões a Israel para levarem prisioneiros como despojo; isto no ano 850 a.C.

Um dia capturaram uma menina judia que não tinha mais de 15 anos. O nome dela não está registrado na Bíblia. Com certeza, é porque aquilo que se diz a seu respeito é tão impactante que o nome é de secundária importância.

A moça tornou-se criada da esposa do oficial de alta patente do rei. Naamã era competente e tinha muita influência. Era grandemente honrado pelo rei devido ao seu valor em combate e por sua reconhecida lealdade.

No auge da sua carreira, Naamã estava profundamente preocupado. Uma sombra caíra sobre a sua casa e não pôde ser afastada. Ficou constatado que o valoroso general era leproso. Diz a Bíblia que havia um “porém” na vida do general.

Quantas pessoas que conhecemos com tantas virtudes, entretanto com “porém” no seu caráter, no seu casamento, nos seus negócios e em suas vidas. Naamã era leproso, a mais terrível das doenças. Uma vez que a pessoa contraía lepra, era marginalizada para o resto da vida (Lv 13.45-46). Tratava-se de uma doença horrível e podia levar anos até que a morte libertasse a vítima do seu isolamento.

Naamã era já um homem morto. A sua morte física poderia demorar anos, mas, na realidade, para a esposa, para o seu senhor, os seus colegas, e para a menina, ele em breve já não existiria. Nenhum rei, nenhum troféu de vitória poderia evitar o seu isolamento social. Seria forçado a perambular fora dos muros da cidade como um pedinte. Cada pessoa que se aproximasse dele seria avisada para se afastar, pois era leproso. Era o “porém” da sua vida.

Naamã e a sua esposa tinham tentado manter a doença em segredo, mas em breve isso se tornaria impossível. O segredo havia se tornado conhecido – mesmo a criada estava consciente dessa situação chocante.

A menina-escrava não se enchera de amargura por causa do cativeiro. A sua fé em Deus, aprendida no lar dos pais, tinha-a livrado disso. Sujeitava-se aos seus superiores e por isso confiavam nela.

Sim, os seus senhores tinham um problema. Mas não era verdade que os problemas existem para serem levados a Deus? Não sabiam estes sírios que Deus tinha um servo na terra – Eliseu? Ele era um homem muito honrado na terra dos seus pais. Assim, ela aproximou-se da sua senhora com uma proposta muito natural: “Oxalá que o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samária; ele o restauraria da sua lepra” (2Rs 5.3). Ainda que menina, ela reconhecia a autoridade de Eliseu como profeta, como homem de Deus, a serviço de Deus.

Quão bom será que nos dias em que vivemos os adolescentes, jovens e adultos das nossas igrejas; identifiquem, reconheçam e valorizem aqueles que verdadeiramente são de Deus profetas, são ungidos do Senhor para ministrar cura às almas feridas e dar direção aos perdidos, revelando-lhes o caminho do Senhor.

Algumas palavras apenas, mas que diferença fez. Em vez de morte certa, havia uma possibilidade de vida! A senhora considerou seriamente as suas palavras, e Naamã achou que eram importantes, por isso as comunicou ao rei. Este ordenou que imediatamente a caravana partisse, levando muitos presentes para o profeta Eliseu, em Samária.

Quando Naamã voltou, não estava apenas curado da sua horrível doença – a sua pele limpa e sem manchas, com o aspecto da pele saudável como um jovem – mas o processo de cura havia sido muito mais profundo. O seu coração fora tocado. Agora ele tinha confiança no Deus de Israel. E disse: “Eis que tenho conhecido que em toda a terra não há Deus senão em Israel” (2Rs 5.15). Em vez de adorar ídolos, tornou-se adorador do Deus vivo.

Nada mais se diz acerca da menina cuja vida foi descrita em duas frases. Todavia, alguns aspectos da sua vida são impressionantes. Primeiro, ela deve ter sido uma serva excelente que desempenhava bem o seu trabalho. Alguém disse: “O que tu fazes fala tão alto que não consigo ouvir o que tu dizes”. Ela viveu cedo demais na história para ter lido as palavras de Tiago, que diz que a fé da pessoa é provada pelas obras (Tg 2.14 e 26), contudo praticava o que Tiago pregou. As suas obras haviam preparado uma oportunidade para as palavras. Ela foi ouvida atentamente.

Segundo, ela não se manteve em silêncio, com timidez. Não pensou que era demasiado nova para ter alguma coisa importante a dizer (1Tm 4.12). Tampouco, sentiu que a sua posição fosse demasiado baixa para poder ser ouvida. Em vez disso, viu uma pessoa em grande dificuldade e creu que o Deus de Israel podia satisfazer essa necessidade. Confiou que Yahweh-Ropheka (Ex 15.26), curaria Naamã da sua terrível doença. Foi só isso que ela disse, umas simples e poucas palavras, mas o resultado foi significativo. Um futuro completamente novo se abriu para Naamã.

Umas simples palavras trouxeram nova vida a um homem, esperança para a sua família e apoio para o seu rei. Umas simples palavras chamaram a atenção e trouxeram honra para o Deus de Israel. Essa menina continua a falar às pessoas, hoje, através das palavras que ficaram registradas sob direção do Espírito Santo, muito depois de ela ter morrido. A história jamais poderá apagar o que ela disse e fez diante de Deus e dos homens.

Não disse muito, mas o que disse revelou a sua fé – uma fé que foi provada pela dura realidade, uma fé que serviu ao povo ao seu redor. Por causa da sua fé uma vida foi transformada, conseqüentemente, uma família foi abençoada.

Adolescente, sim! Missionária, também!


FRANCISCO C. CORTES ALVES - Igreja Evangélica Batista Água Verde,
Curitiba (PR) - revcarloscortes@hotmail.com

EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

Cresce o número de casos de Aids entre os jovens

Cresce o número de casos de Aids entre os jovens
(ENVOLVERDE) Um relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para a Aids (Unaids), em julho deste ano, indicou que o número de novas infecções pelo vírus HIV entre 2001 e 2007 caiu 10% na população mundial. A taxa passou de 3 para 2,7 milhões. Porém, o mesmo documento revelou que a doença está se espalhando com força entre os jovens: 45% dos novos casos foram notificados em indivíduos de 13 a 24 anos. Paradoxalmente, a quantidade de informações ao alcance dos jovens sobre a doença é cada vez maior.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde e o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), que realizaram uma pesquisa entre os anos 1998 e 2005 com 5 mil pessoas, o número de casos de contágio na juventude cresce desde o início da pandemia, em 1980. Para o diretor-adjunto do Programa Nacional de DST e Aids do Governo Federal, Eduardo Barbosa, a explicação para isso é que, hoje, os jovens parecem ter menos medo de contrair a doença do que gerações passadas.

“Os jovens desta geração não viveram a fase inicial, na década de 1980, quando havia uma exposição de casos problemáticos e dramáticos, como o do Cazuza”, diz Barbosa. “O problema é que a Aids ainda é vista como a doença do outro, ou seja, ninguém acredita que vai ser contaminado pelo vírus. Além disso, ela não mata como fazia nos anos 80 e existe tratamento para viver com ela”, acrescenta.

No entanto, pesquisas de comportamento sexual mostram que 94% dos jovens brasileiros, independentemente do sexo, faixa etária ou escolaridade, sabem que o preservativo previne de forma eficaz a transmissão do vírus. Segundo a Unaids, no mundo, em 1986, apenas 9% dos jovens afirmavam que usavam camisinha continuamente. Em 1998, o número subiu para 49%. Em 2005, 60% dos garotos e garotas no mundo já estavam usando o preservativo nas relações sexuais.

Porém, Barbosa acredita que ainda falta uma tomada de atitude que gere uma mudança de comportamento. “Os jovens devem entender que uma doença de transmissão predominantemente sexual, com vírus circulante na população, qualquer pessoa que tenha relação sexual desprotegida pode estar em risco de se infectar pelo HIV”.

Fonte: www.envolverde.ig.com.br

EXSTRAÍDO DE: www.ultimato.com.br

Depois do Casamento-DJ Alpiste.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Pornocultura e gravidez precoce.



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Escrito por CARLOS ALBERTO DI FRANCO
06-Aug-2008

Este texto foi retirado de O Estado de São Paulo, edição de 14 de julho de 2008. O pr. Araúna dos Santos enviou-o a OJB. Por ser oportuno, o publicamos.

Os resultados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher mostram um aumento no número de mulheres que estão iniciando a vida sexual mais cedo. O estudo, publicado em matéria do jornal O Globo, detectou que o porcentual de jovens que têm a primeira relação sexual aos 15 anos saltou de 11% para 32%. O total de adolescentes com idade entre 15 a 19 anos que se declararam virgens caiu de 67,2%, em 96, para 44,8% em 2006.

Para estudiosos, a precocidade na vida sexual é um desafio a ser enfrentado pelo governo. “É um número preocupante e que merece toda a nossa atenção”, disse o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

As meninas estão também se tornando, cada vez mais, mães prematuras. O número de grávidas de 15 anos quase dobrou nos últimos dez anos: saltou de 3% para 5,8%. Segundo o estudo, 32% das mulheres de 15 a 19 anos mantiveram a primeira relação sexual com 15 anos ou menos.

O quadro, impressionante e preocupante, poderá levar, mais uma vez, aos diagnósticos superficiais e, por isso, míopes: investir mais dinheiro público em campanhas em favor do chamado “sexo seguro”. A camisinha será a panacéia para conter a epidemia da gravidez precoce. Continuaremos, todos, de costas para a realidade. Sucumbiremos, outra vez, à síndrome do avestruz. Cuidaremos das conseqüências, mas contornaremos suas verdadeiras causas: a hipersexualização da sociedade e o medo de educar.

O governador de São Paulo, José Serra, quando ministro da Saúde do governo FHC, comprou uma briga com a apresentadora de TV Xuxa Meneghel. Serra, então, foi curto e grosso ao analisar as principais causas do crescimento da gravidez precoce: “É um absurdo acreditar que a criança vá ter maturidade para ter um filho com essa idade. Pregar a abstinência sexual de meninas de 11 a 14 anos não significa ser careta, mas responsável”. O ex-ministro responsabilizou a programação das TVs, considerando absurdas as cenas de sexo. “Já morei em dez países e em nenhum deles vi tanta exploração de sexo”, enfatizou Serra. A preocupação do então ministro, cuja trajetória pessoal e política não combina com histerias conservadoras, era compreensível e lógica. Apoiava-se, afinal, no bom senso e na força dos fatos. De lá para cá, como mostra a mais recente pesquisa demográfica, as coisas não melhoraram. Pioraram. E muito.

A culpa, no entanto, não é só da TV, que freqüentemente apresenta bons programas. É de todos nós – governantes, formadores de opinião e pais de família –, que, num exercício de anticidadania, aceitamos que o país seja definido mundo afora como o paraíso do sexo fácil, barato, descartável. É triste, para não dizer trágico, ver o Brasil ser citado como um oásis excitante para os turistas que querem satisfazer suas taras e fantasias sexuais com crianças e adolescentes. Reportagens denunciando redes de prostituição infantil, algumas promovidas com o conhecimento ou até mesmo com a participação de autoridades públicas, crescem à sombra da impunidade.

O governo, acuado com o crescimento da gravidez precoce e com o crescente descaso dos usuários da camisinha, pretende investir pesadamente nas campanhas em defesa do preservativo. A estratégia não funciona. Afinal, milhões de reais já foram gastos num inglório combate aos efeitos. O resultado está gritando na pesquisa mencionada neste artigo. A raiz do problema, independentemente da irritação que eu possa despertar em certas falanges politicamente corretas, está na onda de baixaria e vulgaridade que tomou conta do ambiente nacional. Hoje, diariamente, na televisão, nos outdoors, nas mensagens publicitárias, o sexo foi guindado à condição de produto de primeira necessidade.

Atualmente, graças ao impacto da TV, qualquer criança sabe mais sobre sexo, violência e aberrações do que qualquer adulto de um passado não tão remoto. Não é preciso ser psicólogo para que se possam prever as distorções afetivas, psíquicas e emocionais dessa perversa iniciação precoce. Com o apoio das próprias mães, fascinadas com a perspectiva de um bom cachê, inúmeras crianças estão sendo prematuramente condenadas a uma vida “adulta” e sórdida. Promovidas a modelos, e privadas da infância, elas estão se comportando, vestindo, consumindo e falando como adultos. A inocência infantil está sendo assassinada. Por isso, a multiplicação de descobertas de redes de pedofilia não deve surpreender ninguém. Trata-se, na verdade, das conseqüências criminosas da escalada de erotização infantil promovida por alguns setores do negócio do entretenimento.

As campanhas de prevenção da aids e da gravidez precoce batem de frente com novelas e programas de auditório que fazem da exaltação do sexo bizarro uma alavanca de audiência. A iniciação sexual precoce, o abuso sexual e a prostituição infantil são, de fato, o resultado da cultura da promiscuidade que está aí. Sem nenhum moralismo, creio que chegou a hora de dar nome aos bois, de repensar o setor de entretenimento e de investir em programação de qualidade.

O custo social da gravidez precoce é brutal. Repercute direto na fatura da saúde pública, despedaça a juventude, compromete a educação e desestrutura a família. A solução não está no marketing dos preservativos, mas num compromisso sério com a família e a educação.

O resgate da juventude passa pelas políticas públicas de recuperação da família e de investimentos na educação integral. Família sadia e boa educação são, em todo o mundo, a melhor receita para uma sociedade amadurecida. Trata-se de uma responsabilidade que deve ser exigida e cobrada pela sociedade e pelos eleitores.

CARLOS ALBERTO DI FRANCO - Diretor do Master em Jornalismo (www.masteremjornalismo.org.br), professor de Ética e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra, é diretor da Di Franco – Consultoria em Estratégia de Mídia


EXTRAÍDE DE: www.ojornalbatista.com.br