quarta-feira, 25 de março de 2009

Técnicas e contribuições de um psicólogo para o Aconselhamento Pastoral



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Escrito por MARCELO QUIRINO
23-Mar-2009

Image Pastor, você sabe ouvir e realizar um Aconselhamento Pastoral (AP) eficaz e eficiente? Sabe as técnicas que podem ser utilizadas no gabinete para isto? Suas ovelhas se sentem satisfeitas com seu AP ou você ainda depende de algum desenvolvimento para isto? Este pequeno ensaio apresenta alguns princípios básicos para esta importante tarefa do ministério pastoral.

Primeiro passo: saber ouvir

O ouvir é uma habilidade rara, ainda mais ouvir o outro integralmente e com empatia. Geralmente, quando se encontra alguém que aparentemente ouve pode-se ter na realidade alguém que apenas fica em silêncio enquanto o outro fala e que, seletivamente, presta atenção na fala imbuído de preconceitos e censuras ao outro.

Ouvir uma ovelha é saber que ali há um corpo que fala além das palavras pronunciadas. Ouvir uma ovelha é saber que há um outro diferente de nós e não apenas similar pelos valores cristãos. Ouvir uma ovelha é saber que, apesar de convertida, esta é uma pessoa com conflitos interiores típicos do ser humano.

É imprescindível saber que enquanto a ovelha fala os nossos pensamentos de censura e repreensão também falam. Não dê ouvidos a eles. Neste primeiro momento é necessário se ater apenas à fala da ovelha. Um outro ser que certamente falará com você neste momento é o Espírito Santo de Deus. Seu agir é imprevisível no sentido da direção que ele deseja dar para aquela pessoa.

Ofereça um clima de escuta sem censura, mas com empatia, liberdade de fala, aceitação total e interesse em entender. Escutar é uma ciência e possui princípios que devem ser seguidos para que haja eficiência e eficácia no processo de escuta do AP.

Ouça, ouça muito. Dê um feedback de que está ouvindo, compreendendo e entendendo independente de estar concordando ou não com as atitudes relatadas. Não ofereça um ambiente de censura e repreensão na primeira etapa da escuta.

Adote uma atenção flutuante, que é a capacidade de ouvir tudo sem selecionar, focar ou concentrar em partes da fala para análise paralela na mente enquanto se escuta o outro. Esta atenção flutuante é a capacidade de oferecer escuta a toda a fala sem se focar numa parte dela para análise ou reflexão. Às vezes o pastor ouve com seletividade e pensa ao mesmo tempo. Isto é prejudicial.

Os estudos de teorias sobre a personalidade e sobre a psicologia aumentam a capacidade de o conselheiro ouvir. Quanto mais conhecimento ele tiver sobre como é o funcionamento psicodinâmico do ser humano, maior será a capacidade de se ouvir na totalidade as inúmeras partes da psique: a fala consciente, a fala inconsciente, a fala dos sintomas e a fala do corpo.

Quando se entende que a mente é um misto de carne com espírito se entende que na ovelha coexiste uma força que a impele a fazer algo e, ao mesmo tempo, uma outra que a impede de fazer este algo. Como Paulo disse: “pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, este pratico” (Romanos 7.19).

Perguntas podem ser realizadas para a escuta se aprimorar. Porém, que sejam perguntas que esclareçam a fala da ovelha. Intervenções curtas para esclarecimentos não devem ser realizadas no momento em que a fala representa um desabafo ou uma catarse emocional - onde não deve acontecer interrupção de fluxo.

Para ouvir com empatia coloque-se no lugar da ovelha. Ela tem o direito de sentir raiva, impulsos violentos e agressivos. Afinal, Deus fez esta pessoa desta forma. O problema é o que este indivíduo faz com estes impulsos e como os controla. Por isto, demonstre uma escuta acolhedora e sem repreensão.

Não censure pensamentos pecaminosos de pronto. Aborde o tema com cuidado e pelas “beiradas”. Estes pensamentos pecaminosos podem ser resultado de um aprendizado de vida traumático na infância, um aprendizado emocional, um aprendizado oriundo dos pais e de como resolver problemas.

Aumente a capacidade de a ovelha olhar para si mesma - seus sentimentos, expressões e comportamentos. Além disso, ajude-a a demonstrar suas expressões, sentimentos e emoções. Por exemplo: “percebo que esta ansiedade atrapalha em muito sua capacidade de trabalhar de forma calma”, ou “noto que o fato de seu marido não te ouvir causa em você uma raiva muito grande que você não expressa”.

Espelhe e resuma a fala para mostrar que a entendeu e para checar se entendeu. Este resumo e espelhamento da fala da ovelha oferecem a possibilidade de demonstrar que ela está sendo acolhida e respeitada em sua individualidade pelo simples fato de estar sendo ouvida com atenção.

Bíblia e oração no aconselhamento

Após a escuta integral da problemática principal da ovelha ofereça questionamentos. Estes questionamentos permitem pensar sobre o momento que a pessoa que busca o aconselhamento está vivendo. Ao invés de oferecer o conselho indague sobre o melhor caminho com base na Bíblia. Estimule a pessoa a encontrar a própria solução para sua questão.

A oração pode ser realizada no meio do processo de AP, antes dos questionamentos e depois da fala inicial da ovelha. Orem e depois dêem prosseguimento ao processo. Muitas vezes uma oração durante o AP pode possibilitar ao Espírito o momento que ele precisa para, com a ajuda do pastor, realizar sua função (João 14.26).

O conselheiro também deve oferecer versículos e fatos bíblicos, mas deve respeitar a liberdade de escolha da pessoa aconselhada. Em casos mais graves é aceita uma atitude mais diretiva e aconselhadora. Em outros, o questionamento resguarda a individualidade e oferece a possibilidade de esclarecimentos e de reflexão, de tomada de consciência da própria vida.

Controle os impulsos de dar sermões e apresentar histórias e explanações bíblicas vagas neste momento, pois a ovelha quase sempre não ouvirá. Por isto, ajudar a pensar na sua angústia e a elaborar esta angústia biblicamente é o foco do aconselhamento.

Pregação x aconselhamento

Muitos APs são ineficazes porque os pastores confundem a função do púlpito com a do gabinete pastoral. A função do púlpito é a de expor uma verdade bíblica e a do gabinete é a de contrapor a angústia pessoal com a Bíblia.

A exposição da Bíblia não é um momento proibido, mas deve acontecer em momentos nos quais a capacidade de a ovelha ouvir foi restabelecida. O pastor deve estar sensível para isto. Há momentos em que a ovelha não ouve, só fala, pois o nível de angústia é grande.

Ofereça momentos de esclarecimento da fala da ovelha. Em alguns momentos a própria situação de vida da ovelha está confusa para ela. Faça perguntas como: “O que você acha que isto quer dizer?” ou “você pode pensar melhor nessa situação para buscar entender o que está acontecendo?”.

Muitas vezes a angústia vem da incapacidade de a ovelha entender o que acontece com ela, com seu corpo e com sua família. Estimular o esclarecimento é muito útil na medida em que coloca a ovelha para buscar o entendimento de sua problemática.

Sugestões e caminhos podem ser sugeridos, mas não impostos. Antes de oferecer uma sugestão estimule o esclarecimento da sua situação de vida. Apenas descrever o que acontece é uma boa técnica para pensar sobre a própria problemática.

A técnica de esclarecimento difere da de reflexão na medida em que aquela tem o intuito de descrever o que se passa nos detalhes, já a reflexão busca os porquês e os para ques. O uso das duas deve ser concomitante e, com a experiência de AP, se consegue discernir entre o momento de usar cada uma delas.

Já a técnica de confrontação tem o objetivo de corrigir a fala da ovelha e de trazer à consciência de forma mais clara algum comportamento inadequado e não-cristão. Por exemplo, a ovelha diz: “Eu apenas reajo às ignorâncias de meu marido” e o pastor pode dizer “vamos ser sinceros, você responde com ignorância também a ignorância dele, não é verdade?”.

Isto deve ser feito em momento certo, após o vínculo e a confiança entre os dois se estabeleceram. Oferecer confrontação logo de início sem ouvir os desabafos é um grave erro que compromete a capacidade de a ovelha falar. Junto desta técnica pode ser empregada a técnica do silêncio, que comunica à ovelha: “Pense nisto agora”.

A técnica do silêncio pode ser usada em diversos momentos, como no de confrontação e no momento em que a ovelha estiver precisando elaborar por si mesma a dor que sente. Em alguns momentos este silêncio do pastor em momentos de pranto pode demonstrar que a ovelha tem que aprender a lidar e a elaborar esta dor, pois nem sempre poderá contar com um braço para ajudá-la. Nos momentos de pranto, silêncio e palavras confortantes podem coexistir.

Enfim, o pastor não deve reduzir o AP à prática de conselhos, sugestões de decisões e à pregação de sermões. Entretanto, o ouvir e o apenas ouvir é uma técnica muito poderosa e importante. Em alguns momentos o ouvir deve ser praticado de forma integral.

O pastor deve saber discernir quando a ovelha quer uma sugestão bíblica e quando quer apenas desabafar e ser ajudado a pensar. Este ouvir não deve ser estéril. É um ouvir que visa oferecer a diminuição da angústia, que visa esclarecer questões espirituais da ovelha e que visa também a realização de encaminhamentos profissionais e sugestões bíblicas.

Ovelhas que tem um bom nível de amadurecimento (autonomia de decisões e autocontrole das emoções) apenas precisam desabafar e serem ajudados a pensar. Raramente elas precisam de conselhos diretos e frequentes. Outras ovelhas precisam de sugestões mais simples e diretas. Entretanto, deve-se ter consciência de que o fornecimento frequente de conselhos pode produzir um círculo vicioso que se torna fonte de dependência psicológica.

Limites do aconselhamento

A atividade de AP deve e pode se estender além da prática de aconselhamento, mas sempre se distanciando das práticas de Psicoterapia e Psicologia, que são funções por lei privativas de psicólogos.

Um bom princípio a se observar quanto a isto é não estender demais o numero de sessões de AP com uma ovelha e evitar escarafunchar traumas e relações primitivas com os pais na infância. Isto pode criar situações vexatórias para o pastor que não goza da chamada distancia epistêmica com a ovelha, pois convive com ela no dia a dia. Além disto, poderia desencadear problemas psicológicos e sociais maiores na ovelha.

Por isto é importante diferenciar Consulta Psicoterápica de AP. O aconselhamento deve ter um foco mais diretivo e no aqui-agora, não se detendo tanto nos porquês da infância e na aplicação de técnicas psicoterápicas. Vale lembrar que a Psicologia é prerrogativa de psicólogos e o desempenho irregular da função é crime. Na dúvida basta saber que atividade de AP se situa ao redor da escuta ativa e empática e do aconselhamento bíblico.

Para encerrar vale ressaltar a história que envolve um doutor e um estudante de medicina. O estudante pergunta: “Doutor se é tão simples retirar um apêndice, por que 7 anos numa faculdade para aprender medicina?” Na sua sabedoria e experiência o médico responde: “Filho, retirar um apêndice é fácil, posso te ensinar isto em 10 minutos. O que vai levar 7 anos é aprender o que fazer quando algo der errado”.

MARCELO QUIRINO

Psicólogo e membro da PIB do Guarani, em São João de Meriti (RJ)

Site do Autor: www.marceloquirino.com

quirino@ufrj.br


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

Os bichos do Pr. Isaías (3 de 3)



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Escrito por ISAÍAS GOMES COELHO
03-Mar-2009

A LENDA DO NASCIMENTO DAS AVES

Texto bíblico: Isaías 40.31

Li, muito tempo atrás, uma lenda que contava como as aves tinham sido criadas. Deus chamou até a sua presença alguns animais e deu a cada um deles, segundo o seu tamanho, uma carga para que levassem. Assim, os animais, obedientes a Deus, aceitaram as cargas mesmo sem entenderem os motivos de tal pedido.

Dia a dia, eles levavam aquela carga que tinham recebido de Deus. No início a carga incomodava, atrapalhava a locomoção, dificultava o sono, mas como era ordem do Criador, eles obedeciam. Certo dia, Deus apareceu novamente e chamou os animais até sua presença. A carga que levaram por tanto tempo a fio em suas costas tinha alterado a sua anatomia. Agora faziam parte do seu corpo. O Criador pediu que os animais, agora modificados pelas cargas, movimentassem os braços para cima e para baixo, cada vez mais rapidamente, e eles começaram a deixar o chão para baixo à medida que subiam aos céus voando. Suas cargas tornaram-se asas.

Esta história é uma lenda criada para dar beleza a algo criado pelo nosso Deus Todo-Poderoso. Mas quando li me lembrei do profeta Isaías mostrando ao povo que esperar em Deus e ter paciência nas suas promessas é uma certeza de que nossas dificuldades e lutas podem ser vencidas. Percebi que a lenda que trata do nascimento das aves tem como ponto principal a obediência ao Criador e a perseverança faz parte deste processo. Esperar em Deus é não se cansar. Esperar em Deus é se renovar a cada dia. Os voos da águia são altos, sua morada é no lugar mais alto da montanha. É esta esperança em Deus que devemos cultivar em nossas lutas diárias. Os fardos que tanto nos cansam e parecem injustos aos nossos olhos são obras de Deus que deseja que seus filhos preciosos alcancem uma vida plena, uma vida segura na sua presença.

“Esperei confiantemente no Senhor e Ele se inclinou para mim e ouviu os meus clamores” (Sl 40.1).

O CACHORRO E O COELHO

Texto bíblico: Mateus 23.27-28

Eram dois vizinhos. O primeiro comprou um coelho para os seus filhos. Todo branquinho, muito bonito. O outro, atendendo aos pedidos dos seus filhos que também queriam um animal de estimação, comprou-lhes um pastor alemão. A sua família ficou preocupada: “Um cachorro? Ele vai comer o coelho!”. Mas respondendo ao questionamento de sua família de forma convincente, dizia que nada iria acontecer. Ele era um cão pequeno, iria crescer junto com o coelho. Diante de tão convincente discurso a família se acalmou e ficaram com o cachorro. E não é que o homem estava certo? O cachorro cresceu com o coelho, e o coelho acompanhava as crianças até a casa dos vizinhos e vice-versa, e nem o coelho nem o cachorro pareciam temer um ao outro.

Um dia a família que tinha o coelho saiu de viagem. Foi passar um fim de semana na praia. Saíram na sexta-feira, no final da tarde, com a pretensão de voltar no domingo. No domingo, no início da tarde, o cachorro aparece na cozinha da casa com o coelho na boca. O coelho estava todo sujo e morto. Os donos do cachorro ficaram desesperados. A esposa lembrou-se do que tinha dito meses atrás: “Eu não disse que o cachorro mataria o coelho mais cedo ou mais tarde? E agora?” O desespero tomou conta de todos dentro da casa. Deram uma tremenda surra no cachorro que não soube respeitar os direitos dos seus vizinhos: “O que vamos fazer? Daqui a pouco nossos vizinhos vão voltar e o que diremos a eles?”

Foi ai que o marido teve a idéia de dar um bom banho no coelho, secar com o secador, colocar um perfume nele e colocá-lo na cozinha dos seus vizinhos, deitado e quietinho. Afinal o coelho não estava estraçalhado e, aparentemente, não tinha nenhum osso quebrado. E assim fizeram. Depois de algum tempo seus vizinhos chegaram da praia e os donos do cachorro, de sua casa, ouviram a gritaria na casa de seus amigos. Em alguns instantes seu vizinho bate à sua porta: “O nosso coelho morreu. Ele morreu na sexta-feira à tarde, antes de sairmos para a praia. Nós o enterramos no quintal e agora ele esta lá na nossa cozinha, continua morto, mas está limpo, penteado e perfumado. O que pode ter acontecido?”

O que vem depois não importa, mas podemos refletir em alguns pontos desta história. O cachorro foi julgado apressadamente, visto como assassino e apanhou. Julgado por atos que não cometeu, levou uma surra, e foi posto de castigo. Mas o que o cachorro queria era encontrar seu amigo coelho. O coelho foi devolvido à sua casa perfumado e arrumado, mas isto não mudou a sua condição, estava morto e nenhum perfume no mundo mudaria isto.

No seu discurso contra os fariseus, Jesus alerta seus ouvintes sobre o comportamento dos fariseus, perfumados e arrumados por fora, mas cheios de coisas ruins por dentro. Alerta contra a auto-avaliação apressada dos fariseus que queriam se apresentar como pessoas justas, mas seus julgamentos eram cheios de hipocrisia e maldade. As palavras de Jesus são pesadas, fortes, mas são uma advertência a uma prática que não deve existir no meio do povo que o segue.

Que tenhamos boa aparência externa e uma aparência interior de igual modo, limpa e agradando a Deus.

ISAÍAS GOMES COELHO

Pastor da IB Vida Nova, Brasília (DF)


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

A crise é mundial, mas Deus é pessoal



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Escrito por ANTONIO MENDES
03-Mar-2009

Logo que começaram as notícias da crise mundial, lembrei-me imediatamente do apóstolo Paulo. “Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade” (Fp 4.12). Paulo passou por crises que nem se comparam às nossas. Aliás, parece que depois de sua conversão ele só viveu crise. Mas as crises lhe ensinaram o segredo de viver contente em toda situação porque ele sabia que podia todas as coisas Naquele que o fortalecia (Fp 4.13).

As crises econômicas geram uma agitação geral que suscita nas pessoas desde palavras de indiferença ou extremo otimismo, até o desespero, e passamos a ouvir, com freqüência, as dúvidas do medo: “Como vamos fazer? Como será viver sem ter tudo aquilo que desejo? Eu nunca passei por isso, será que vou sobreviver?

Tem gente perdendo o sono, e já podemos ver sinais de angústia.
Quero parafrasear alguém que disse: “O continente africano está em crise e praticamente sempre viveu em crise”. Aquele povo aprendeu a viver com a crise e lutar ferrenhamente contra as consequências que ela produz.
O mundo vinha vivendo a ilusão dos cartões postais, havia uma “bolha” que aparentava estabilidade, mas tudo era ilusão, e o resultado é a primeira crise da globalização, onde um banco “quebra” na Alemanha e brasileiros perdem o emprego aqui.
O mundo tem colocado seu coração nos bens materiais, frágeis e passageiros, e que não podem dar tranquilidade, paz e estabilidade aos homens.
Vejam o despencar das bolsas de valores, as pirâmides demolidas, a desvalorização dos imóveis e carros. Tudo parecia garantir um amanhã tranquilo.
Como vibro com a Palavra de Deus! Passam-se os anos e ela continua inabalável, atual e com respostas inquestionáveis. “Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam” (Mt 6.20).
A crise só domina aqueles que não querem pagar o preço de superá-la. A crise não pode, de maneira alguma, plantar o medo ou causar desespero em nossos corações.
Uma crise deve gerar fé, e despertar em nós garra e determinação para vencê-la. Se nos apavorarmos com a crise, encontraremos desculpas para não ofertar para missões, e nos renderemos à infidelidade no dar para o Senhor com sacrifício.

ANTONIO MENDES
Pastor da PIB de Atibaia (SP)

EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

MÚSICA: Missionários-músicos



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Escrito por Rolando de Nassau
03-Mar-2009

De 1882 a 1930, nos primeiros 50 anos da obra batista no Brasil, nove missionários (Ginsburg, Entzminger, Neighbour, Dunstan, Deter, Maddox, Muirhead, Cowsert e Allen) deixaram um legado hinódico valioso.

O ano de 1930 marcou o início de um vazio de 25 anos, que impediu a participação de missionários, a princípio causado pela Depressão norte-americana (1930-1933); de 1934 a 1938, entre os poucos missionários enviados por Richmond, nenhum obreiro chegou ao Brasil com talento para a produção hinódica; o vazio foi agravado pela Segunda Guerra Mundial (1939-1945), e depois continuou a ser admitido pela Junta de Richmond, durante quase uma década (1946-1955); à junta ainda não tinha sido pedida a nomeação de um missionário-músico. Em 1952, os Batistas Conservadores tomaram a iniciativa. O exemplo despertou, quatro anos mais tarde, a Junta de Richmond para a necessidade de orientar a execução musical nas igrejas batistas no Brasil. Em consequência, de 1956 a 1987, recebemos 28 missionários-músicos (ver: “O Jornal Batista”, 09 jan 94), que foram os seguintes:

1- Edith Brock Muhlholland - Enviada pela Missão Batista Conservadora, trabalhou no Piauí (1952-1974) e no Distrito Federal (1975-1994). Fundou os departamentos de música do Seminário Teológico Batista do Nordeste (Floriano, PI) e da Faculdade Teológica Batista (Brasília, DF). Foi relatora de documentação e histórico da Comissão do HCC (1987-1990). Compilou o livro “HCC-Notas Históricas” (1987-2001) (ver: Rolando de Nassáu, Dicionário de Música Evangélica, pp. 120-121. Brasília: edição do autor, 1994).

2- William (Bill) Harold Ichter - Apresentou-se, em 1956, em Richmond, Virginia (EUA), à Junta de Missões Estrangeiras da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos; por ela foi nomeado seu primeiro missionário-músico para trabalhar no Brasil. Bill organizou e dirigiu por quase 20 anos (1958-1977) o Departamento de Música da Junta de Escolas Dominicais e Mocidade (atualmente, JUERP), que publicou dezenas de obras musicais (antemas, cantatas, oratórios etc.), a coleção de ensaios “Se os hinos falassem” (1967-1977) e o livro “Vultos da Música Evangélica no Brasil” (1967). Foi professor de música no STBSB e no IBER (no Rio de Janeiro, RJ). Dirigiu clínicas de música em várias cidades do Brasil. Manteve a coluna “Canto Musical” em “O Jornal Batista”. Dirigiu o Departamento de Música da Convenção Batista Carioca. Compôs a música do hino “Cristo é a única esperança” (CC-581, 1964) e harmonizou o hino “Minha Pátria para Cristo” (CC-439, 1971) (ver: Nassau, p. 93). Em 1980 sugerimos à JUERP a instituição do Prêmio “Bill Ichter” (ver: OJB, 31 ago 80).

3- Jerry Catron Ichter – Foi professora de piano no IBER e no STBSB. Juntamente com Joan Sutton, em 1974, traduziu a letra do hino “Meu Bom Pastor” (HCC-185) (ver: Nassáu, p.93).

4- Bennie May Oliver – Em 1957 foi nomeada pela Junta de Richmond para trabalhar como professora de música no SEC e no STBNB (no Recife, PE). Traduziu e adaptou os livros “Coros graduados” e “Hinodia Cristã” (1960) (ver: Nassau, p. 132).

5- Wyatt Mortimer Parker – Nomeado, com sua esposa Cosette Joyce Parker, trabalhou em Fortaleza, CE (1958-1965) e no Rio de Janeiro, RJ, no STBSB (1969-1977) (ver: Nassau, p. 138).

6- John Boyd Sutton – Com sua esposa, Joan Riffey Sutton, foi nomeado para trabalhar como professor de música no STBSB (1960-1982). Em 1963 organizou o Departamento de Música desse seminário, do qual foi diretor até 1982. Dirigiu o Departamento de Música e trabalhou com igrejas batistas no Rio Grande do Sul (1983-1992). Assessorou a Comissão do HCC (1987-1990) (ver: Nassau, p. 166).

7- Joan Riffey Sutton – Fundou o Centro de Traduções do STBSB (1977). Autora e tradutora de hinos, cantatas e oratórios. Foi coordenadora-geral da Comissão do HCC (1987-1990) (ver: Nassau, p. 166).

8- Joan Helen Johnson Key – Esposa do missionário Jerry Stanley Key, contribuiu para a educação musical da Igreja Batista Memorial da Tijuca, no Rio de Janeiro, RJ (ver: Nassau, p. 103).

9- James Frederick (Fred) Spann – Foi diretor do Departamento de Música e do Coral Sinfônico do STBNB (1962- ). Compilou coletâneas de música coral e colaborou com a revista de música “Louvor”. Traduziu os hinos “Porque vivo está” (HCC-137), “Uma bênção antiga” (HCC-266) e “Como agradecer a Jesus?” (HCC-422). Foi ministro de música da Igreja Batista do Cordeiro, no Recife (PE) e pastor da Igreja Batista do Forte, em Paulista (PE). Em 1973, proferiu palestra sobre a influência da música popular na música sacra contemporânea, numa conferência realizada no Rio de Janeiro (ver: Nassau, pp. 164-165).

10- Gene O’Neil Wilson – Serviu como diretor dos departamentos de música da Convenção Batista do Rio Grande do Sul (1963-1971) e do Instituto Bíblico Batista “A.B. Deter”, em Curitiba, PR (1971-1974), e foi professor no STBSB (1977-1982) (ver: Nassau, p. 182).

11- Joan Criswell Varner – Nomeada com seu esposo, Victor Nelson Varner, para trabalhar no STBNB, serviu como professora de piano (ver: Nassau, p. 177).

12- Roger Williamson Cole – Foi diretor do Departamento de Música da Convenção Batista do Estado de São Paulo. Preparou coleções de música para coros de jovens. Organizou o conjunto vocal-instrumental “Som Maior” (ver: Nassau, p. 51).

13- Clint Kimbrough – Trabalhou no Rio de Janeiro (RJ) de 1967 a 1990. Foi diretor do Departamento de Música da Convenção Batista Fluminense, professor no STBSB e no IBER, assessor do Departamento de Música da JUERP (1980-1981) e editor da revista “Louvor” (ver: Nassau, p. 103).

14- Carry Edward Spann – Foi professor (1971-1976) na Faculdade Teológica Batista de São Paulo (ver: Nassau. p. 164).

15- Jabus Dolph Batson – Dirigiu o Departamento de Música da Convenção Batista do Distrito Federal. Foi o primeiro ministro de música da Igreja Memorial Batista (1977-1979) (ver: Nassau, p. 37).

16- Mary Lois Summers Sanders – No final da década de 70, lecionou canto no Departamento de Música do STBSB.

17- James Stanley Moore – Na mesma época, foi professor de regência no STBSB. Dirigiu o Coro “Oratório” desse seminário (ver: Nassau, p. 119).

18- William Griffin Ferguson – Desde 1978 no Brasil, lecionou, de 1981 a 1995, regência e canto no Seminário Teológico Batista Equatorial, em Belém (PA) (ver: Nassau, p. 74).

19- Betty Jane Sullivan Ferguson – De 1981 a 1995, serviu como acompanhista do coro do STBE.

20- Ralph Eugene Manuel – Missionário no Brasil de 1980 a 2003. Foi professor de teoria musical e piano no Departamento de Música do STBNB e ministro de música da Igreja Batista da Rua Imperial, no Recife (PE). Compôs a música de 35 hinos do HCC e a cantata “A perfeição do amor”. Seu “Aleluia” rivaliza com o de Randall Thompson (ver: Nassau, p. 114).

21- David William Hodges – Lecionou na FTBSP (1981-1986) e no STBNB (1987- ); foi ministro de música da Igreja Batista da Liberdade, em São Paulo, SP, da Igreja Batista do Forte, em Paulista, PE, e da Igreja Batista da Capunga, no Recife (PE); regente do coro da Igreja Batista do Ipiranga, em São Paulo, SP. Traduziu os oratórios “A Criação”, de Haydn, e “São Paulo”, de Mendelssohn, e o “Te Deum”, de Haendel. Trabalhou na Comissão do HCC (1987-1990). Escreveu as letras de 11 hinos e compôs 10 músicas para o HCC (ver: Nassau, p. 90).

22- Ramona Gay Miller Hodges – Serviu como organista e pianista em várias igrejas batistas de São Paulo, SP, e do Recife, PE (ver: Nassau, p. 90).

23- Ronnie Monroe Parker – Foi diretor do Departamento de Música da Convenção Batista Cearense, em Fortaleza, CE (1986-1990) e do curso de música do STBE, em Belém, PA (1991-1995). Trabalhou na Igreja Memorial Batista como corista e regente eventual de coros dessa igreja (1996-2000) (ver: Nassau, p. 138).

24- Beth Colletti Parker - Trabalhou como professora em Fortaleza, Belém e Brasília (ver: Nassau, p. 138).

25- Charlotte Hallock Greenhaw – Foi professora no STBNB e regeu coros em igrejas batistas no Recife, PE (ver: Nassau, p. 83).

26- Janelle Ganey – Foi professora de piano e coordenadora do mestrado em música no STBSB. Compôs a música do hino 206-HCC. Assessorou a Comissão do HCC (ver: Nassau, p. 79).

27- Tony Gray – Dirigiu o Departamento de Música da Convenção Batista do Estado do Espírito Santo (1987-1994) (ver: Nassau, p. 83).

28- Kenneth James Litton – Foi diretor do Departamento de Música da Convenção Batista do Distrito Federal e trabalhou na Igreja Memorial Batista (ver: Nassau, p. 108).


Os pioneiros plantaram e os missionários-músicos regaram a nossa hinodia. Quem poderia imaginar, em 1958, que, 50 anos mais tarde, retribuindo a doação de dotes musicais, feita pelos missionários-músicos, brasileiros estariam trabalhando profissionalmente em igrejas nas terras de Tio Sam?; lá destacaram-se Hiram Rollo, Alcingstone Cunha, Herivelto Carvalho Pereira, Marciano Santos e Nuno Roberto.

Desejamos que o reconhecimento humano do que eles fizeram em seu ministério musical seja contemplado com o galardão divino (Mateus 6:1).

A eles, a nossa homenagem!

Rolando de Nassau
www.abordo.com.br/nassau


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

Como temos reagido diante do pecado?



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Escrito por CELSON DE PAULA VARGAS
03-Mar-2009

“Geralmente se ouve que há entre vós imoralidade, imoralidade que nem mesmo entre os gentios se vê, a ponto de haver quem vive com a mulher de seu pai. E vós estais inchados? e nem ao menos pranteastes para que fosse tirado do vosso meio quem praticou esse mal?” – 1Coríntios 5.1-2

A reação passiva da igreja de Corinto diante do pecado que a invadia, se tornando prática comum, progressiva e inovadora, levou o apóstolo Paulo a esta palavra de exortação, a qual deve ser aplicada a todas as igrejas, corpo, cuja cabeça seja Jesus. Para tanto, quero convidá-los a nos autoexaminarmos quanto às nossas reações diante das seguintes situações:

EMENDAS PESSOAIS SOBRE OS CONCEITOS DIVINOS PARA O PECADO

Desde que começamos a dar ouvidos a Satanás, ainda no Éden, quando nossos ancestrais consideraram que não era bem assim a ordem de Deus, fazendo o que ele tinha dito que não fizessem, surgiu em nós o lado doente da natureza de criar alternativas para o conceito dado por Deus ao pecado. Por isto continuamos, à semelhança de Corinto, vivenciando e até mesmo inovando nas imoralidades espirituais dentro e fora da igreja. Vestimentas mundanas, festas com músicas seculares e bebidas fortes, bailes em clubes e danças nas igrejas (cultos?), cultos irreverentes e poucas pregações que denunciem estes pecados. Isto é fruto de emendas pessoais nos conceitos divinos sobre o pecado, apresentado como questão de cultura, de litrugia, de contextualização da igreja. “Andais ensoberbecidos, e não chegaste a lamentar”, diz a Palavra.

OS PECADOS CREDITADOS AO NOSSO DESCONTROLE EMOCIONAL

Somos todos também, por natureza, pavios curtos, irados. Uns têm a capacidade de se controlar um pouco mais, outros nem tanto. O conceito do Senhor para isto é: “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Ef 4.26). Como temos vivido isto, por exemplo, com nossos cônjuges, nossos familiares, nossos subordinados, com os que nos atendem ou com os que atendemos? Se estivermos pecando nisto e creditando esta prática à nossa personalidade forte, estamos, além de pecando, reagindo pecaminosamente. Para a nova criatura formada em Cristo não há mais personalidade forte, mas, sim, um coração humilde e quebrantado capaz de reagir com brandura diante de qualquer situação. Um pacificador.


O MUNDO DAS IMORALIDADES:

Estamos e estaremos sempre ao alcance de um variado e farto farnel de imoralidades, como bem nos avisa Davi: “...e o meu pecado está sempre diante de mim” (Sl 51.3). Como escolhidos pelo Senhor para nossa vocação de sermos santos e irrepreensíveis (Ef 1.4), temos o dever de renegar e combater as imoralidades praticadas neste mundo. Será que temos feito isto? Por exemplo: Temos evitado o falar imoral dos chavões mundanos das piadas, mesmo as justificadas como gospel? Temos fechado nossos ouvidos para as imoralidades das músicas e anedotas? Temos reagido contra as imoralidades em nossos próprios arraiais, principalmente na igreja? Temos combatido as imoralidades dos olhos? Olhares com intenção impura, filmes, revistas, novelas (diz-se muito que há crentes noveleiros). A liberdade de decisão a nós concedida tem peso de responsabilidade. Paulo assim nos diz: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1Coríntios 6.12).

A serpente está sempre agindo para nos induzir a conceitos alternativos para o pecado. Com isto ela anula a ação da igreja. Pensamos estar cumprindo a missão, mas talvez estejamos sendo enganados mediante o recebimento de um grande número de pessoas sem submetê-las aos parâmetros da verdade de Deus para os lavados no sangue de Cristo.

“Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e por fim a vida eterna” (Rm 6.22).

Se não vivermos a santificação, bateremos no portal celestial. Não entraremos (Hb 12.14).

CELSON DE PAULA VARGAS

Pastor da IB Monte Moriá em Volta Redonda (RJ)


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

Política pastoral



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Escrito por MANOEL DE JESUS THÉ
23-Mar-2009

Os antropólogos, sociólogos e estudiosos do comportamento humano dizem que o humano é um ser político. O humano é, ao mesmo tempo, muito mais do que isto. Ele é muito complexo. Os cientistas que lidam com a genética - conforme li - afirmam que se colocarmos em linha reta o DNA contido em cada célula de nosso corpo, de ponta a ponta o mesmo alcançaria 5 milhões de quilômetros de extensão. Esta seria a soma de informações sobre este ser humano. Desta forma, quem criticaria o apóstolo Paulo quando afirmou “quem me julga é o Senhor“ (1 Coríntios 4.4)? Alguém o julgaria?

O pastor é um ser humano. Se o humano é um ser político, o pastor também tem sua forma de fazer política. Bem, perguntaremos: Qual a melhor política que um pastor pode realizar? Tenho observado alguns pastores. Há os que atuam de forma dramática. Por outro lado, outros são sisudos e autoritários. Além disso, existem os frios. Há também os altamente emotivos. Também merecem menção os que usam as ovelhas para obterem o apoio do rebanho. E assim por diante. É bom lembrar que há aqueles que gostam sempre de estar em evidência denominacional. Para atingir esta meta precisam sempre ocupar algum cargo.

Já que citamos alguns tipos de atuação pastoral vamos a um dos mais conhecidos pastores da nossa denominação. Este pastor teve uma atitude política singular. Durante três anos e meio o tesoureiro de sua igreja roubava dinheiro da tesouraria. O pastor guardou silêncio o tempo todo. Caso fosse pastor em nossos dias o tesoureiro seria, primeiro, demitido e depois excluído.

Outra atitude política singular foi tomada na escolha da liderança de sua igreja. Ele mesmo realizou este processo, não foi a assembléia da igreja que o desenvolveu. O pastor não se importou com as críticas que poderia receber. Duvido que um pastor nos dias de hoje, caso tivesse a oportunidade que ele teve, escolheria líderes tão problemáticos. Não havia nenhum que fosse de personalidade igual a do outro. Porém, a união e consenso que ele conseguiu foi um verdadeiro milagre. Jamais houve na face da terra um pastor que promovesse tanto os seus liderados como este pastor. Todos, com exceção de um, tornaram-se líderes reconhecidos no mundo todo e ao longo de toda a história. Que coragem teve este pastor!

Outra tática adotada por este pastor era a de nunca se defender. De certa feita, logo no início de meu ministério, imitei este pastor. Ao ser desafiado a colocar meu cargo em votação, embora tivesse apenas um ano de pastorado (e era meu primeiro ministério), coloquei o mesmo em votação. Iria me ausentar da igreja por alguns dias e o vice-moderador dirigiria a assembleia. Todos que tivessem alguma acusação contra mim poderiam expô-la, mas, de preferência, ninguém deveria me defender. Dos 230 membros, 200 compareceram. A última palavra antes da votação foi a de um adolescente de 13 anos. Ele afirmou o seguinte: “Não sei o que farei de minha fé se o meu pastor sofrer esta injustiça”. Ele foi o único a desobedecer a orientação que dei. Tive 196 votos a favor e apenas 4 contrários. Daquele dia em diante aprendi que o meu modelo de política pastoral deveria ser Jesus.

Qual foi a política pastoral de Jesus? A sua política foi a de não fazer política. Ele falava a verdade. Era totalmente transparente. Amava a todos e ponto final. Entretanto, o preço que ele pagou para realizar esta política foi tremendo. Ele pagou com a vida este tipo de política. Entretanto, vejam, com a sua morte ele deixou fabulosa herança para suas ovelhas. Uma herança tão fabulosa que a chamaram de Novo Testamento. Ele lhes deixou o céu. Ele veio para dividir conosco sua riquíssima herança e foi por isto que ele morreu. Apenas ele poderia crer que tal política daria certo. Bendito sejas tu meu modelo de política pastoral. Que eu jamais deixe de crer que esta é a política que deixas-te para eu praticar. Amém.

MANOEL DE JESUS THÉ

Pastor, colaborador de OJB

manoeldejesus.the@gmail.com


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

Então usa-me, Senhor



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Escrito por CARLOS ALBERTO FERREIRA DOS SANTOS
03-Mar-2009

A seara é grande e os trabalhadores são poucos.

Então usa-me, Senhor.

Faz de mim um de teus trabalhadores.

Capacita minhas mãos para pegar no arado, para levar a preciosa semente.

Ensina-me a lançar a semente de modo que ela caia em boa terra.

Ensina-me a plantar para que a terra produza bons frutos, a cem por um.

Ensina-me a colher os frutos dignos de arrependimento,

Para que teus celeiros se encham para a vida eterna.


Mas, o campo é o mundo e os trabalhadores são poucos.

Então usa-me, Senhor.

Para ir ao mundo e plantar a semente do evangelho,

Fazer novos trabalhadores para tua seara.

Capacita-me a falar como Pedro no dia de Pentecostes,

Para que cada um me entenda na sua própria língua,

Para que a torre de Babel seja desfeita pelo poder do Espírito Santo.

Ensina-me a cultura e os costumes dos povos,

Para que o teu reino de uma só língua, um só Espírito e uma só vontade

Cresça de cada semente plantada nos corações.


Mas, os campos estão brancos para a ceifa e os trabalhadores são poucos.

Então usa-me, Senhor.

Ensina-me a orar, a pedir mais trabalhadores para tua seara.

Capacita-me a contribuir para que mais obreiros sejam enviados ao mundo.

Ensina-me, Senhor, a semear em lágrimas para segar com alegria.

CARLOS ALBERTO FERREIRA DOS SANTOS

Colaborador de OJB


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

O OLHAR DE JESUS



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Escrito por OSWALDO LUIZ GOMES JACOB
03-Mar-2009

O olhar de Jesus é incomparável. Olhar penetrante, além do comum. Extraordinário. Este olhar percebe as intenções que estão lá na divisão entre alma e espírito. O Seu olhar fixo em nós discerne as intenções do coração tão perverso e enganoso (Jr 17.9,10). Se o homem enxerga as ações, o Senhor Jesus vislumbra as intenções nos porões do subconsciente.

O Seu olhar denuncia a nossa insuficiência e revela claramente a suficiência dEle. Bendito é o cristão que tem sobre si o olhar fixo do Mestre tão amável! Geralmente temos sido tão superficiais em nosso olhar. Muitas vezes olhamos no incerto. Visualizamos o vazio. Temos muita dificuldade de olhar nos olhos da pessoa. Visualizamos coisas, mas não as pessoas. Praticamos um olhar distante e alienado aos nossos interesses pessoais. Colocamos nossos olhos acima dos outros. Olhamos as pessoas a partir do nosso pedestal arrogante e legalista.

Simão Pedro teve uma profunda experiência com o olhar de Jesus. Foi na noite em que ele negou o Salvador. Jesus havia dito para ele que antes que o galo cantasse, ele O negaria três vezes. E foi o que aconteceu. A Palavra de Jesus sempre se cumpre em nossa história tão eivada de incoerências. Somos como Simão Pedro, pois temos negado o Senhor Jesus com as nossas atitudes e com os nossos atos. Ele mesmo disse: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está distante de mim” (Mt 15.8). Há uma distância enorme entre o que falamos acerca de Cristo e o que vivemos. A análise de Jesus é sempre perfeita. Ele nunca erra. Ele conhece a natureza humana. Natureza de víbora, de serpente e, consequentemente, dissimulada. Temos a tendência de trairmos ou negarmos uns aos outros porque em Simão Pedro (que possuía a mesma natureza) traímos o Mestre. Temos muita dificuldade de olhar o nosso próximo com amor e sinceridade. Empatia e simpatia. Enquanto Pedro estava sob os olhares dos escarnecedores e acusado por eles, não se sentiu culpado e negava conhecer o Mestre a cada abordagem. Ele estava se “aquecendo” na roda dos escarnecedores de Jesus e de Seu povo. Nenhum deles tinha um olhar tão sublime, penetrante e confrontador como o de Jesus. O Senhor olhou a menina dos olhos de Pedro e o fez ver o quanto ele era falso e arrogante.

Mas o olhar de Jesus enseja quebrantamento, choro e arrependimento. Diz o texto que Jesus “fixou os olhos em Pedro, e este se lembrou da palavra do Senhor, como lhe dissera: Hoje, três vezes me negarás, antes de cantar o galo” (Lc 22.61). O olhar de Jesus penetrou nas profundezas da sua alma e ele chorou amargamente (Lc 22.62). O pecado é amargo e traz amargura. Corrói. Insubordina o homem. Traz insensibilidade ao seu coração. Cauteriza a sua mente. Mas quando Jesus, na Sua perfeita justiça, olha o homem, este teme e treme. Ocorre uma mudança radical em sua vida. Pedro nunca mais foi o mesmo. Ele foi tornado o apóstolo Pedro, cheio do Espírito Santo. O seu amor por Jesus foi às últimas consequências. Ele agora amava mais a Cristo do que a sua própria vida. Sua vida em Atos e nas suas cartas é digna de ser lida. Ao lê-la descansamos na obra perfeita do Cristo perfeito na cruz. Vida em Cristo. Vida para Cristo. Um homem que era legalista foi tornado gracioso em toda a sua expressão profética e na sua missão pastoral ou apascentadora.

Um homem quebrantado e moído pelo olhar de Jesus tem sido um exemplo positivo para nós. Não mais preocupado com o seu bem-estar, mas desejoso de fazer a vontade do seu Senhor. Devemos nos deixar olhar pelo Salvador. A Sua Palavra revelada é também a Sua sondagem. O Seu olhar deve penetrar o mais profundo do nosso ser e desencadear em nós um processo de semelhança com Ele. O maior privilégio do cristão é ser parecido com o Mestre. Aprendemos com Pedro a capacidade de recomeçar. A bênção de chorar nossas mazelas. Chorar a “perda da nossa inocência”. Voltar para a estrada do Mestre e caminhar com Ele em fé, servindo às pessoas com o Seu amor. Buscar as coisas do alto onde Ele está assentado à direita de Deus cheio de amor e intercedendo por nós. A experiência de Pedro com Jesus é um bálsamo para as nossas chagas. É a demolição da nossa estrutura auto-suficiente e arrogante. É a edificação de uma nova vida, jogando por terra a nossa liturgia fria, sem nenhuma expressão de amor. Mas o amor de Jesus “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Co 13.4-8). Então, ocorre a morte de uma religiosidade fria, hipócrita e insensível e, pela obra suficiente de Cristo na cruz, a ressurreição para uma nova vida de amor e perdão. De carinho e afeto. Recolhimento e acolhimento. Se pelo olhar do Mestre, Simão Pedro nunca mais foi o mesmo, o que está acontecendo conosco?

OSWALDO LUIZ GOMES JACOB

Pastor, colaborador de OJB


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

MEDO DO FUTURO



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Escrito por NATANAEL MENEZES CRUZ
03-Mar-2009

Apenas para refrescar a memória e mostrar a importância do tema, convém nos atermos à realidade do medo e suas implicações. O medo pode ser instintivo. Como tal, ele ajuda a viver. É uma espécie de companhia de alarme, que denuncia um perigo qualquer, próximo ou remoto. Ele pode funcionar como um dispositivo de defesa, como também pode ser doença. Doença da imaginação. O medroso inventa perigos, sofre de alucinações. Reais ou fictícias sejam suas causas, a verdade é que o medo é um adversário da personalidade. O medo produz duas realidades de efeito corrosivo:

1) O medroso vê tudo pelo lado pior. Vê fantasmas, vê gigantes destruidores, que na verdade não existem. Em suma, ele é um pessimista.

2) O medo produz ansiedade. O medroso sofre de taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos). Por isso, o medo, quer por instinto ou como doença, sempre envolve perigo. Vivemos sob o tacão de uma fobia. Fobia é medo generalizado, medo de tudo. Assim, não se tendo o mesmo medo; todavia, todos têm medo. Medo da noite, do dia; medo de ficar pobre, ficar rico; medo da violência, medo das trevas, medo da luz; medo da vida, medo da morte; medo da solidão, medo das multidões; medo de lugares fechados, medo de lugares abertos; medo do barulho, medo do silêncio; medo de insetos; medo de uma recessão global; medo do passado, medo do futuro; este último é assunto em pauta. Uma das realidades presentes no comportamento humano é o medo do futuro. Alguns fatores são determinantes nesta questão:

MEDO DO DESCONHECIDO

Vejamos alguns exemplos bíblicos. Josué teve medo de atravessar o Jordão, porque desconhecia a parte mais rasa do mesmo. Elias fugiu e se escondeu em uma caverna porque desconhecia a missão que Deus lhe havia confiado. Os discípulos tiveram medo por desconhecer o Cristo todo poderoso: “E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: ‘Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se bonança. Então, lhes disse: Por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé?’” (Marcos 4.39-40).

O HOMEM TEME O FUTURO, POR TER MEDO DA VELHICE

Apesar da ciência e a tecnologia envidarem esforços para prolongar a vida e preservar uma estética que proporcione um visual rejuvenescido e o medo de envelhecer não perdure nas pessoas, há quem tenha horror da velhice porque se acha com o “pé na cova” e carrega na mente uma imagem de como será a dor da morte e a incerteza do futuro após ela. Qual deve ser a nossa atitude diante desta realidade? Devemos disciplinar nossa forma de pensar e agir, referente ao envelhecer e à morte. Devemos redimensionar nossa concepção e evitar o pensamento de que a tecnologia nos impõe que o novo substitui o velho e que o velho só serve para dar trabalho. Devemos reconhecer o contributo que uma pessoa idosa tem prestado no decurso de sua vida. Precisamos prestigiar o espaço dos idosos, proporcionando-lhes melhor qualidade de vida, dando-lhes segurança de um futuro risonho no tempo e na eternidade.

O MEDO DO FUTURO DECORRE DA VISÃO DA IMPOSSIBILIDADE DO PERDÃO

Seja o perdão outorgado por Deus ou pelo próximo. É viver e conviver com o sentimento de culpa. Culpa é um peso emocional e espiritual que se carrega como consequência do pecado contra nós mesmos, contra Deus e o próximo. Tenho visitado pessoas em estado terminal que têm demonstrado a vontade de perdoar e serem perdoadas, mas não tiveram oportunidade. É importantíssimo perdoar e ser perdoado enquanto temos oportunidade. Com isso evitaremos o sentimento de culpa e a visão da impossibilidade do perdão. “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai-vos” (Colossenses 3.13). Por maior que seja a culpa, mais sublime é o perdão.

Assim, podemos e devemos banir o medo do futuro, caso esteja em nós:

Amando – “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor” (1João 4.18).

Confiando – “O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” (Salmo 27.1).

Buscando – “Busquei o Senhor, e ele me acolheu; livrou-me de todos os meus temores” (Salmo 34.4).

NATANAEL MENEZES CRUZ

Pastor da PIB em Jaboatão dos Guararapes (PE)


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

Discípulo para sempre



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Escrito por SYLVIO MACRI
03-Mar-2009

O cristão é um eterno aprendiz, pois todos os dias se depara com novas situações que exigem uma resposta sua e nem sempre está preparado para tanto. Por isso precisa de conhecimento e treinamento, enfim, precisa de preparação como diz 1Pedro 3.15: “Antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós”.

Pedro estava escrevendo em um contexto de crise. Os cristãos estavam sendo perseguidos por causa da sua fé e muitos estavam em estado de perplexidade por não se sentirem preparados para pensar e agir nessa situação. Aliás, o apóstolo já havia dito, em 2.21, que seus leitores deviam tomar Jesus como exemplo de como enfrentar a perseguição.

Para o cristão a vida não pode ser compartimentada em áreas separadas e não relacionadas. A família, o trabalho, a escola, a religião, o lazer, a vida particular são integradas numa só experiência: a fé num Salvador pessoal, que é Jesus Cristo, a comunhão com um Deus pessoal, que é o Deus Pai, e a direção de um espírito pessoal, que é o Espírito Santo. Sendo isso inescapável, é melhor que o admitamos e procuremos fazer a coisa certa. Mesmo os não cristãos sabem disso, e estão sempre nos cobrando coerência.

Mas o problema é justamente como fazer a coisa certa. Como podemos pensar e agir como cristãos verdadeiros em face da complexidade de decisões que temos que tomar a cada dia? Buscando conhecimento e treinamento em Deus, na sua Palavra e no compartilhamento de nossas experiências com o corpo de Cristo. No versículo acima citado encontramos a maneira pela qual o crente é capacitado, a natureza e objetivo da capacitação, seu objeto e seu assunto. Vejamos isto mais detalhadamente.

O verbo “santificar” geralmente é usado na Bíblia com referência ao ser humano, ou a algum objeto, no sentido de “purificar”, “aperfeiçoar”, “separar”. Quando Pedro diz “santificai a Cristo”, acrescenta “como Senhor”, porque quer significar que devemos honrá-lo como Senhor de tudo, obedecer aos seus mandamentos e reconhecer sua direção em todas as circunstâncias da vida, inclusive no sofrimento e na perseguição. Quando Pedro diz “em vossos corações”, está ensinando que Cristo deve estar entronizado no íntimo da nossa personalidade. Quanto mais identificado com Cristo, tanto mais capacitado será o crente.

A natureza dessa capacitação é uma permanente disposição do crente, que não se afligirá diante das situações novas; ele estará “sempre preparado para responder com mansidão e temor”. O objetivo é reagir com tranquilidade e segurança diante da necessidade de tomar uma decisão, ou diante do questionamento e mesmo hostilidade das pessoas à nossa volta. Isto diz respeito não somente a palavras, mas principalmente a atos. Estar sempre preparados é estar com a resposta pronta, mas uma resposta que demonstre tanto amor ao próximo como obediência a Deus.

O objeto da capacitação é o serviço e o testemunho aos nossos semelhantes, e seu assunto é a esperança. O propósito do crente é amar a Deus e ao próximo, sendo este “todo aquele” que precise de uma resposta. Resposta cujo conteúdo deve ser sempre de “esperança”. A razão por que os cristãos vivem de maneira diferente, num mundo conturbado e sem esperança, impressiona as pessoas e propicia oportunidades sem fim de testemunho e serviço. Para aproveitá-las devemos estar preparados.

Além de 1Pedro 3.15, há outras passagens do Novo Testamento que falam sobre a capacitação do cristão. Por exemplo, nas cartas pastorais de Paulo a Timóteo e a Tito aparece três vezes a expressão “preparados para toda boa obra”, em contextos diferentes, mas complementares.

Em 2Timóteo 2.21, ele diz que o crente pode tornar-se um “vaso de honra, santificado e útil ao Senhor” e, portanto, pronto para realizar toda boa obra, purificando-se dos desvios doutrinários e das perversões da fé. Isto nos parece bem atual, pois ultimamente temos visto muitos crentes confusos, porque malensinados, que reagem de maneira estranha aos princípios da Palavra de Deus, quando confrontados com os problemas da vida. Para sermos capacitados para toda boa obra, devemos voltar à pureza doutrinária e deixar de lado superstições, práticas mundanas e métodos espúrios.

Em 2Timóteo 3.17, o apóstolo diz que o ensino, a repreensão, a correção e a instrução na justiça que temos na Palavra de Deus, têm o objetivo de que “o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra”. Em outras palavras, para haver capacitação, é necessária uma busca permanente da Bíblia, uma intimidade com as Escrituras. São elas, com a ajuda do Espírito Santo, que irão nos ensinar, evidenciar nossos erros, consertar nossas vidas e prover-nos de princípios de retidão. Cristão que não lê e segue a Bíblia, é cristão incapacitado.

Em Tito 3.1 Paulo fala do cristão capacitado para toda boa obra num contexto de cidadania. O crente faz parte da “nova humanidade” recriada em Cristo (veja os vs. 4 a 8). Esta foi a única maneira que Deus achou para acabar com a depravação generalizada da “velha humanidade”. Sabemos, por exemplo, que não adianta demitir os corruptos e prender os bandidos, pois logo surgirão novos corruptos e novos bandidos. É preciso transformar as pessoas. O cristão deve ser uma prova viva de que Deus pode transformar qualquer um em cidadão ordeiro, honesto, pacífico, altruísta, construtivo, colaborador, interessado no bem-estar do próximo, enfim, o cidadão que todos queremos ser.

Por último, queremos dizer que nenhum cristão será verdadeiramente capacitado se não tiver uma verdadeira vida de oração.

Após três anos de discipulado com Jesus, os apóstolos ainda não estavam totalmente capacitados para vencer suas batalhas. Isto ficou evidente na sua última reunião antes de Jesus ser crucificado. Jesus os convocara ao Jardim de Getsêmane e, ali chegando, pediu a três deles (Pedro, Tiago e João) que ficassem vigiando, enquanto orava. O momento era crucial para Jesus, pois estava travando uma tremenda batalha com Satanás, que queria desviá-lo da cruz porque sabia que ali seria derrotado. Para vencer este combate Jesus precisava orar, o que fez três vezes, pedindo ao Pai que, se possível, a cruz fosse evitada, mas, ao mesmo tempo, submetendo-se à sua vontade. Jesus achou forças na comunhão com o Pai para prosseguir até a cruz, e assim realizar a obra de salvação da humanidade. Nos intervalos entre os três períodos de oração voltava-se para os discípulos e os encontrava dormindo. Que tristeza! Numa das horas mais difíceis da sua vida terrena, Jesus não teve o apoio de seus discípulos.

A razão deste fracasso foi explicada pelo próprio Cristo, quando disse: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). Para vencer as batalhas decisivas, não são suficientes um preparo doutrinário nem um treinamento tão rico como tiveram os discípulos. A mais sincera devoção, a mais ardente fé e o melhor conhecimento, infelizmente, não têm sido de muito valor quando o homem sucumbe à sua própria fraqueza. É preciso vigiar e orar, para não ser surpreendido pelo inimigo e cair. A oração é uma tremenda experiência de comunicação entre o ser humano – fraco, limitado – e o Deus Todo-Poderoso, Pai amoroso que conhece as nossas fraquezas e limitações e nos outorga força e poder para vencê-las. É pela oração que permanecemos ligados a Deus e recebemos esta energia poderosa para vencer a tentação.

O cristão realmente preparado para servir coloca Deus em primeiro lugar, o próximo em segundo e a si mesmo em último lugar. Ele sempre procura semear a esperança, porque sabe que só Cristo pode dar uma nova vida ao ser humano. E é na Palavra de Deus e na oração que ele busca recursos para a sua capacitação.

SYLVIO MACRI

Pastor da IB Central de Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro (RJ)

sylmacri@globo.com


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

O Hinduísmo à luz da Bíblia



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Escrito por NILSON DIMARZIO
03-Mar-2009

Tendo ministrado à igreja, em Vila Mury, vários estudos sobre Seitas e Heresias, alguém me sugeriu que seria oportuno e proveitoso um estudo sobre o Hinduísmo, para esclarecimento da igreja, uma vez que a Rede Globo está exibindo a novela Caminho das Índias. Sugestão aceita, o estudo foi apresentado. Nas linhas a seguir, temos apenas um resumo.

O Hinduísmo é uma das mais antigas religiões do planeta. Não teve um fundador, como outras religiões, v.g. o Budismo, o Confucionismo, o Xintoísmo e outras. Segundo John Clark Archer, em História das Grandes Religiões, p. 62, “Podemos dizer que os fundadores do Hinduísmo são milhares e suas figuras tão apagadas como mensageiros das nuvens, sempre mutáveis e de mensagens fugidias”. Na verdade, as idéias e crenças foram transmitidas de pais a filhos oralmente ao longo dos séculos, sem que houvesse um cânone único ou o enunciado de concílios para explicitar o emaranhado de crenças e práticas adotadas, em que pese o fato de os Dharmas Shartras – a maior literatura hinduísta – posteriormente se constituir na base para leis civis, jurisprudência e crenças religiosas.

Vejamos, a seguir, um resumo das principais crenças e práticas hinduístas e como são refutadas pela Bíblia.

A crença na transmigração da alma ou reencarnação

Esta é a chave para a compreensão do emaranhado de teorias hinduístas. O hindu acredita no poder denominado “Karma”, do qual resulta o ciclo de transmigração das almas. É uma crença comum com outras religiões orientais, quais sejam: budismo, confucionismo e xintoísmo. Foi nessas fontes que se abeberou Allan Kardec para incluir, no espiritismo francês, a teoria reencarnacionista. O espiritismo na Inglaterra não aceita essa teoria.

A Bíblia, a Palavra de Deus, não respalda essa idéia. Ao falar a Nicodemos sobre o novo nascimento, Jesus se referia a uma transformação espiritual como condição para a entrada no reino de Deus, e não a uma transformação física (vide João 3.3-12). O escritor Aos Hebreus corrobora a mesma tese, pondo por terra a teoria reencarnacionista, ao afirmar: “Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o julgamento” (Hb 9.27).

O sistema de castas

A sociedade é dividida em diversas castas, sistema iniciado com base no “Varma”, que preconiza a discriminação pela cor da pele das pessoas, evoluindo para a divisão em castas. Os brâmanes, os kshatriyas e os vaishyas são as castas mais elevadas, sendo, entretanto, os brâmanes que constituem a elite, os mais importantes, destacando-se pela dedicação aos rituais e às cerimônias religiosas (entre eles se encontra o maior número de sacerdotes); e também por serem mais dedicados à educação e às atividades políticas. É a casta dominadora da Índia. Proíbem o casamento com pessoas de outras castas; além de manter uma atitude de desprezo em relação aos demais grupos sociais, por eles considerados inferiores.

Ora, à luz da Bíblia, todo tipo de discriminação é abominável, seja por motivo de cor, raça, posição social, política ou religiosa. Diante de Deus não há superioridade de um ser humano sobre outro. Todos são pecadores, destituídos da graça de Deus; porém, objetos do seu amor. “Deus não faz acepção de pessoas”, foi a conclusão a que chegou o apóstolo Pedro quando, a mandado divino, foi à casa de Cornélio – um militar estrangeiro que se converteu a Cristo, com seus familiares e amigos (At 10.34). Esta mesma verdade é reiterada em Romanos 2.11 e Efésios 6.9. A Palavra de Deus ensina o amor, o respeito e a cooperação entre as pessoas, sem qualquer discriminação.

O politeísmo

Entre os muitos deuses cultuados no hinduísmo, mencionemos apenas estes: Indra – o deus da montanha, do trovão e da chuva. Soma – o deus do alimento. Agni – deus do fogo e do sacrifício. Varma – o deus da ordem cósmica. Uchas – a deusa, filha da alvorada, sujeita a muitos nascimentos nas manhãs sem fim, e que se apaga com a luz do dia.

Na Bíblia há referência a inúmeros deuses pagãos (deuses com “d” minúsculo). Mas, o verdadeiro Deus, Criador do universo e do homem, é insubstituível, Todo-Poderoso, e único a merecer a nossa adoração, em espírito e em verdade, como ensinou Jesus (Jo 4.24). “Não terás outros deuses diante de mim”, diz o Senhor no primeiro mandamento do decálogo (Ex 20.3). E Paulo, escrevendo a Timóteo estatui: “Há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1Tm 2.5). Portanto, só Deus deve ser adorado.

Culto à natureza e aos animais

O Atharva Veda, um dos livros do hinduísmo, dá grande importância à adoração das árvores e das serpentes. A vaca é um animal sagrado. Pode transitar calma e tranquilamente pelas ruas e praças das cidades, sem ser molestada; e comer o que desejar nas feiras-livres, o que será considerado uma honra para os vendedores, tal a veneração que o povo lhe dedica. Chegam os mais devotados a banhar-se na urina desse animal, acreditando que isso lhes traga algum benefício espiritual. O Mahatma Gandhi chegou a dizer que “o que distingue o hinduísmo de outras religiões é a proteção que recebe da vaca”. Aliás, os animais em geral são adorados, segundo dizem, porque pode ser que algum parente deles, dos hinduístas, tenha reencarnado em algum animal. (Pasmem!) Em razão dessa crendice é que a maioria do povo indiano é vegetariana.

Como parte do culto à natureza, o rio Ganges é tido pelo povo hindu como sagrado. Daí porque banhar-se em suas águas fétidas e poluídas é, para eles, motivo de júbilo, por acreditarem que assim podem alcançar a purificação espiritual.

Vejamos o que a Bíblia ensina a respeito deste assunto.

Primeiro, que a natureza e os animais foram criados por Deus para o bem-esta da humanidade; porém, jamais devem se constituir em objetos de adoração, vez que esta só é devida a Deus, o Criador e Sustentador de todas as coisas. Quando Jesus foi tentado pelo diabo a adorá-lo, em troca da posse dos reinos do mundo e da glória deles, respondeu com a autoridade que lhe era peculiar: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás” (Mt 4.10). Com a chegada de Pedro à casa de Cornélio, este veio-lhe ao encontro, e prostrando-se aos seus pés, o adorou. Mas, o apótolo recusou a adoração, pois esta só é devida a Deus. Pedro o ergueu, dizendo: “Levanta-te, que eu também sou homem” (At 10.23-24). O apóstolo João, exilado em Patmos e arrebatado aos céus, à certa altura das revelações recebidas, prostrou-se em adoração a um dos seres celestiais que lhe falava, mas este também recusou a adoração, dizendo: “Olha, não faças tal; sou conservo teu e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus; adora a Deus” (Ap 19.10).

Em segundo lugar, no que tange ao modo de os pecadores alcançarem a purificação de seus pecados, a Palavra de Deus é muito clara, mostrando que essa puriificação não acontece através da água batismal ou de cerimonialismos inventados pelos homens, mas, através do sacrifício feito por Cristo na cruz do Calvário. “O sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1Jo 1.7). E Isaías, oito séculos antes da vinda de Jesus ao mundo já dizia: “Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas nós fomos sarados" (Is 53.5). Vale dizer: só Jesus Cristo salva. Só Ele tem poder de transformar os pecadores em novas criaturas, e lhes dar a plena certeza da salvação eterna.

Como claramente se pode concluir, estas crenças e práticas não se coadunam com a verdade revelada por Deus em sua Palavra, que é viva e eficaz (Hb 4.12).

Fiquemos, pois, com Bíblia.

NILSON DIMARZIO

Pastor, colaborador de OJB

ndimarzio@bol.com.br


EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

segunda-feira, 23 de março de 2009

Deus, enterros e dores


Deus, enterros e dores
Rodrigo de Lima Ferreira

Hoje tive um dia agitado. Na parte da manhã, realizei um ofício fúnebre. À tarde, aconselhamentos e visitas. E à noite, culto público na igreja. Chego à frente do computador emocional e fisicamente esgotado.

Ainda estou sob o efeito emocional do ofício fúnebre, pois todo o meu dia girou em torno dele. Sei que a morte é algo inegociável em nossa existência. Sei que todos, independente da raça, credo, sexo ou posição política e sociocultural, serão igualados pelo suspiro final. E sei também que o Senhor consola aqueles que nele confiam, levando para si os que morrem em Cristo.

Porém, mesmo sabendo de tudo isso, como reagir quando se faz o ofício fúnebre de uma moça de 21 anos, que estava planejando se casar com o tecladista da equipe de música da igreja que pastoreio? O que responder ao jovem namorado da falecida que, mesmo firme em sua fé em Cristo, ficou abalado (com toda razão) com o falecimento? A pergunta que me passou pela mente, e que me foi feita pelo rapaz, foi: “Por quê? Por que Deus, sendo bondoso e misericordioso, leva alguém pleno de saúde, sem nenhum sinal de enfermidade, que buscava intimidade sincera com o Senhor, ceifando sua vida? Qual o propósito de Deus nisso?”.

Nem sempre o trabalho pastoral é fácil. Aliás, quase nunca. É verdade que há momentos suaves e alegres, como a celebração de um casamento, uma festa de aniversário, o batismo de um filho da igreja. Porém, esses momentos leves são alternados por momentos mais árduos: um aconselhamento a um casal destruído pelo pecado, um falecimento, uma enfermidade terminal. Conforme David Hansen explicita, o trabalho do pastor oscila entre dois pontos: o “eros” e o “thanatos”. Trabalhamos no “eros” (ou amor) nos casamentos, nos batismos, nas festas de aniversário, quando o amor humano brota. No entanto, trabalhamos também no “thanatos” (ou morte) nos falecimentos, nas rupturas relacionais, nas rixas, quando brota o lado ruim no ser humano.

Ao trabalhar o “thanatos”, e em especial no falecimento da referida moça, sempre me vem o questionamento: “Por quê?”. Sempre queremos saber a razão, o motivo, o propósito. Muitos, ao não conseguir encarar a dimensão de mistério da fé cristã, tentam, de modo irresponsável, diminuir o tamanho de Deus, fazendo dele apenas um mero companheiro cósmico, que desconhece o futuro e não sabe e nem pode evitar o pior.

Outros jogam a culpa pelas coisas ruins em cima do próprio homem ou de sua incredulidade, transformado Deus em um espectro impassível e indiferente à nossa dor.

Creio que ambos os extremos são terrivelmente perigosos. No primeiro, a conclusão lógica frente a um Deus menos Deus é o desespero e a angústia, resultando no existencialismo; no segundo, frente a um Deus relacionalmente diáfano, o resultado é o cinismo, desembocando no niilismo.

Como responder, portanto, ao “porquê” frente ao “thanatos”? Sinceramente, gostaria de saber. Porém, tenho de me render ao fato de que sou um humano, pecador e limitado, que serve a um Deus santo e ilimitado, e que, portanto, não tenho todas as respostas que queria. Contudo, sinto que há uma boa dica em Jó. Em sua terrível situação, ele questiona a Deus sobre a razão de seu sofrimento. Deus começa a responder no capítulo 38. Porém, sua resposta não soluciona os “por quês”. Em vez disso, Deus dá um relato da sua grandiosidade na criação. Portanto, a resposta que Deus dá a Jó não são apenas esclarecimentos às perguntas. A resposta à dor de Jó é a sua própria presença. Assim, saber que a presença de Deus é sua resposta à nossa dor não é apenas a única resposta disponível, mas a melhor entre todas, caso houvesse outras.

Talvez não nos satisfaça racionalmente, mas a presença de Deus frente à dor acalma a nossa tormenta interior. E nos permite continuar servindo-o, com nossas dores e alegrias. Talvez não entendamos mesmo a razão do “thanatos”. Mas, com a consciência da presença do Senhor, isso se torna de menor importância.


Rodrigo de Lima Ferreira, casado, duas filhas, é pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997. Graduado em teologia e mestre em missões urbanas pela FTSA, hoje pastoreia a IPI de Rolim de Moura, RO.

EXTRAÍDO DE: www.ultimato.com.br