quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Adolescente, sim! Missionária, também!



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Escrito por FRANCISCO C. CORTES ALVES
02-Sep-2008

... levavam presa uma menina, que ficou ao serviço da mulher de Naamã” – 2Reis 5.2

Oficialmente, havia paz em Israel. Contudo, as tropas de Bene-Hadade, rei da Síria, continuavam a fazer incursões a Israel para levarem prisioneiros como despojo; isto no ano 850 a.C.

Um dia capturaram uma menina judia que não tinha mais de 15 anos. O nome dela não está registrado na Bíblia. Com certeza, é porque aquilo que se diz a seu respeito é tão impactante que o nome é de secundária importância.

A moça tornou-se criada da esposa do oficial de alta patente do rei. Naamã era competente e tinha muita influência. Era grandemente honrado pelo rei devido ao seu valor em combate e por sua reconhecida lealdade.

No auge da sua carreira, Naamã estava profundamente preocupado. Uma sombra caíra sobre a sua casa e não pôde ser afastada. Ficou constatado que o valoroso general era leproso. Diz a Bíblia que havia um “porém” na vida do general.

Quantas pessoas que conhecemos com tantas virtudes, entretanto com “porém” no seu caráter, no seu casamento, nos seus negócios e em suas vidas. Naamã era leproso, a mais terrível das doenças. Uma vez que a pessoa contraía lepra, era marginalizada para o resto da vida (Lv 13.45-46). Tratava-se de uma doença horrível e podia levar anos até que a morte libertasse a vítima do seu isolamento.

Naamã era já um homem morto. A sua morte física poderia demorar anos, mas, na realidade, para a esposa, para o seu senhor, os seus colegas, e para a menina, ele em breve já não existiria. Nenhum rei, nenhum troféu de vitória poderia evitar o seu isolamento social. Seria forçado a perambular fora dos muros da cidade como um pedinte. Cada pessoa que se aproximasse dele seria avisada para se afastar, pois era leproso. Era o “porém” da sua vida.

Naamã e a sua esposa tinham tentado manter a doença em segredo, mas em breve isso se tornaria impossível. O segredo havia se tornado conhecido – mesmo a criada estava consciente dessa situação chocante.

A menina-escrava não se enchera de amargura por causa do cativeiro. A sua fé em Deus, aprendida no lar dos pais, tinha-a livrado disso. Sujeitava-se aos seus superiores e por isso confiavam nela.

Sim, os seus senhores tinham um problema. Mas não era verdade que os problemas existem para serem levados a Deus? Não sabiam estes sírios que Deus tinha um servo na terra – Eliseu? Ele era um homem muito honrado na terra dos seus pais. Assim, ela aproximou-se da sua senhora com uma proposta muito natural: “Oxalá que o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samária; ele o restauraria da sua lepra” (2Rs 5.3). Ainda que menina, ela reconhecia a autoridade de Eliseu como profeta, como homem de Deus, a serviço de Deus.

Quão bom será que nos dias em que vivemos os adolescentes, jovens e adultos das nossas igrejas; identifiquem, reconheçam e valorizem aqueles que verdadeiramente são de Deus profetas, são ungidos do Senhor para ministrar cura às almas feridas e dar direção aos perdidos, revelando-lhes o caminho do Senhor.

Algumas palavras apenas, mas que diferença fez. Em vez de morte certa, havia uma possibilidade de vida! A senhora considerou seriamente as suas palavras, e Naamã achou que eram importantes, por isso as comunicou ao rei. Este ordenou que imediatamente a caravana partisse, levando muitos presentes para o profeta Eliseu, em Samária.

Quando Naamã voltou, não estava apenas curado da sua horrível doença – a sua pele limpa e sem manchas, com o aspecto da pele saudável como um jovem – mas o processo de cura havia sido muito mais profundo. O seu coração fora tocado. Agora ele tinha confiança no Deus de Israel. E disse: “Eis que tenho conhecido que em toda a terra não há Deus senão em Israel” (2Rs 5.15). Em vez de adorar ídolos, tornou-se adorador do Deus vivo.

Nada mais se diz acerca da menina cuja vida foi descrita em duas frases. Todavia, alguns aspectos da sua vida são impressionantes. Primeiro, ela deve ter sido uma serva excelente que desempenhava bem o seu trabalho. Alguém disse: “O que tu fazes fala tão alto que não consigo ouvir o que tu dizes”. Ela viveu cedo demais na história para ter lido as palavras de Tiago, que diz que a fé da pessoa é provada pelas obras (Tg 2.14 e 26), contudo praticava o que Tiago pregou. As suas obras haviam preparado uma oportunidade para as palavras. Ela foi ouvida atentamente.

Segundo, ela não se manteve em silêncio, com timidez. Não pensou que era demasiado nova para ter alguma coisa importante a dizer (1Tm 4.12). Tampouco, sentiu que a sua posição fosse demasiado baixa para poder ser ouvida. Em vez disso, viu uma pessoa em grande dificuldade e creu que o Deus de Israel podia satisfazer essa necessidade. Confiou que Yahweh-Ropheka (Ex 15.26), curaria Naamã da sua terrível doença. Foi só isso que ela disse, umas simples e poucas palavras, mas o resultado foi significativo. Um futuro completamente novo se abriu para Naamã.

Umas simples palavras trouxeram nova vida a um homem, esperança para a sua família e apoio para o seu rei. Umas simples palavras chamaram a atenção e trouxeram honra para o Deus de Israel. Essa menina continua a falar às pessoas, hoje, através das palavras que ficaram registradas sob direção do Espírito Santo, muito depois de ela ter morrido. A história jamais poderá apagar o que ela disse e fez diante de Deus e dos homens.

Não disse muito, mas o que disse revelou a sua fé – uma fé que foi provada pela dura realidade, uma fé que serviu ao povo ao seu redor. Por causa da sua fé uma vida foi transformada, conseqüentemente, uma família foi abençoada.

Adolescente, sim! Missionária, também!


FRANCISCO C. CORTES ALVES - Igreja Evangélica Batista Água Verde,
Curitiba (PR) - revcarloscortes@hotmail.com

EXTRAÍDO DE: www.ojornalbatista.com.br

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